Dominique

Coisas de Dominique é onde histórias de mulheres são contadas. Histórias de mulheres que realmente têm o que contar.
Eliane Cury Nahas por vezes transcreve, por vezes traduz coisas que Dominiques (aquelas mulheres com 50 ou mais anos de histórias) contam. Surpreendentemente você se identificará com muitas delas, afinal #SomostodasDominiques

As novas mulheres contemporâneas

Ando encantada com algumas mulheres contemporâneas. São bem diferentes dos modelos que eu convivi durante toda a minha vida.
Vejo que são mulheres bem resolvidas e autênticas. Elas sabem para onde ir e como ir.

A minha geração sobreviveu a mães pseudo feministas ou a mães que ainda eram “do lar”. E olha, vou confessar que não sei se era melhor ter uma austera mãe do lar ou uma revolucionária queimadora de sutiã.

Uma coisa é certa! Todas nós tivemos pais machistas. Os liberais, na minha opinião, não passavam de “neo machistas” ou pseudo liberais.

O fato é que somos frutos de grandes conflitos. Somos uma geração de convicções contraditórias. Será que alguém nascido depois de 1980 imagina o que é crescer sem saber o que é liberdade de imprensa? Os censores moravam nas redações.

Passamos nossa adolescência lendo jornais censurados e assistindo a uma TV chapa branca. Não nascemos livres, esta é a verdade.
As mulheres desta geração nasceram presas a antigos ranços culturais, políticos e sexuais. Não éramos nem uma coisa nem outra. Nunca tivemos definição ou qualquer tipo de parâmetro. O certo não era certo. O errado era relativo.

Mas sobrevivemos. Quebramos paradigmas. Nos inventamos. Fundamos uma nova “escola”. Somos o que nunca foram antes de nós. E hoje, acredite, mandamos bem para caramba!!!

Tem gente que ainda não percebeu. Muita gente!!! Vamos mostrar?

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

1 Comentário
  1. Adorei o texto, me identifiquei prontamente.Sim, sou uma mulher contemporânea.

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História da Rita e da Elis

Rita Lee conhecia Elis Regina dos bastidores de festivais. Tinha certeza que era odiada pelo mito. A imprensa da época nutria uma guerrinha boba. Alimentava que Elis não sabia o que odiava mais: Rock ou Os Mutantes. Daí a impressão da Rita de que era esnobada e ignorada por seu ídolo.

Isso mesmo que você leu.

Ídolo.
Porque a roqueira amava a voz e tudo que Elis Regina cantava. Mas nunca conseguiu captar um olhar sequer da megera.
Mas tudo mudou. Ritinha foi presa em 1976, grávida!

Auge da ditadura e repressão.
Imagino eu, aqui com meus botões, que os motivos não tenham sido políticos. Se bem que na época não havia outro motivo.
Voltando 🙂
Adivinha quem foi resgatar a Rita da cadeia?

Adivinha quem foi a única pessoa corajosa o suficiente para fazer um barulho proporcional ao seu talento, movimentando toda a imprensa – e até mesmo a igreja – para que libertassem nossa ruivinha maluquinha?
Isso mesmo. Elis Regina! Ela ainda, de quebra, levou seu filho de 5 anos a tiracolo para dar peso e se resguardar de uma possível truculência.
Não era  impressão (ou mentira) que Elis não gostasse de Rita. Justamente o oposto. Ela admirava a cantora e era sua fã .
Ficaram muiiiiiito amigas. Ajudaram-se muiiiito. Maria Rita ganhou o nome da melhor amiga de sua mãe.
Portanto gata, não acredite nas intrigas e “nazamigas” e “dazinimigas”.

Nossas amigas são nosso maior patrimônio.
Já pensou Rita ter sido privada de Elis? Ou Elis de Rita?

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

1 Comentário
  1. Mal não são as intrigas, o pior é dar importância a elas.
    Feras estas duas mulheres, também gostava de conhecê-las pessoalmente

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Saia plissada

Você adorava aquela sainha plissada.

Mas sua mãe feminista quebrava o pau na escola pelo direito de você usar calção igual ao dos meninos.

Que vergonha!!!

Dominique - Saia plissada

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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Nostalgia rima com…

Para mim, nostalgia rima com melancolia.
Nunca gostei muito dessa coisa de ficar relembrando.
Sabe aquela turma do “nunca me esqueço”?
Affffff…
Não há uma única vez que eu não escute (ao menos umas 20 vezes) a tal frase iniciando um novo tema.
– Nunca me esqueço quando…
– Nunca me esqueço aquela vez que nós…
Credo!!!
Não tem assunto?
Não tem presente?
Sua vida não lhe agrada hoje?
E, pior, sempre as mesmas histórias!
Puta improdutividade.
Nada de novo produzido, gente?
Adoro contar histórias, mas não vivo presa a elas.
E mais, não conto minhas histórias pra quem as viveu comigo!
Faça-me o favor.

Agora, descobri que existe – sim – uma nostalgia que não rima com melancolia.
Uma nostalgia que rima com alegria.
Quer ver?
Cheiro de infância…
Tem coisa mais gostosa?
Outro dia, entrei em um empório de bairro; acho que um dos últimos da cidade.
Senti o cheiro dos temperos a granel.
Era o cheiro da despensa da casa de minha avó.
E como uma coisa puxa a outra, veio na minha boca o gosto daquela balinha de cevada da Sonksen que a vovó comprava junto com o chocolate do Urso.
Íamos a pé ao PegPag – eu, meus irmãos e meus primos – para comprar coisas pra casa.
Era uma época que crianças de 10 anos iam a pé e sozinhas ao mercado.

Paraaaa…
Isso tá virando nostalgia, tá vendo só???

Voltando aos cheiros da infância.
Eu me lembro da colônia Pinho que o papai usava após a barba.
Ele sempre pincelava meu nariz com espuma de barba…
E por falar em pinho, ai de mim se eu pisasse na cozinha que cheirava a Pinho Sol. Isso significava que ela tinha acabado de ser limpa!!!
Mas tem também o cheiro que até hoje não suporto…
Terça-feira era dia de fígado…
Gente!!!!
Por que?
Por que elas faziam isso conosco?
Fígado???
E ainda tinham a pachorra de colocar uma cebolinha por cima…
Aí, saia correndo pra lavar as mãos e a boca com aquele Phebo.
Sabonete preto com um cheiro bom, mas estranho.
Cheiro de remédio que limpa.

Cheiro de…
Gibi novo.
Mentex no cinema.
Sala de artes do primário.
Talco Cashmere Bouquet.
Neutrox.
Pastel de feira.
Bolinho de chuva nas férias.
Churros na praia.
Prova rodada em mimeógrafo.
Vick Vaporub no dia de faltar na escola.

Tem, sim, nostalgia que é melancólica.
Mas também tem nostalgia que é pura magia.
A magia dos sentidos e a do feitiço dos cheiros…

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Sobre nós

Somos o que nunca foram antes de nós.

Esta frase define toda uma geração de mulheres.

Somos pioneiras. Mas nem sempre soubemos disso.

Na verdade, fizemos o que tinha que ser feito.

As coisas foram acontecendo e nós fomos realizando.

Na maioria das vezes, sem bandeira, apenas com atitude e muita coragem.

Não tivemos livros, manuais ou tutoriais.

Na verdade, NÓS  é que deveríamos escrevê-los.

Mas por algum motivo, parece que nos tornamos invisíveis.

Invisíveis a todo um ecossistema que vai da mídia, passando pelo mercado consumidor, até chegar na sociedade como um todo.

Salvo louváveis esforços aqui e ali, a imagem que é feita de nós, sempre ruma ao esterótipo ou pejorativo.

Até mesmo quando falamos de nós, usamos os chavões e bordões horrorosos criados em outros tempos por outro tipo de pessoa.

Mulher madura?
Cinquentona?
Idade da loba?
Melhor idade?

Os nomes que nos deram são só um detalhe se comparado ao jeito com que somos tratadas.

Fomos arrancadas da categoria de mulheres adultas e jogadas na de mulheres idosas.

Quando surpreendemos estes desavisados com nossas óbvias qualidades e aptidões ainda somos obrigadas a ouvir:

Nossa, tá bem pra idade, hein?
Dá um caldão?
Jura? Vc que fez? Sozinha?
Você trabalha com tecnologia? Não acredito!!

Na verdade, vivemos surpreendendo, por que a esmagadora maioria de mulheres desta faixa está simplesmente exuberante e acontecendo.

Hiper produtivas em todos os sentidos e sem as limitações impostas pela vida da jovem mulher.

E olha, isso deve continuar por pelo menos mais 20 anos. É muito tempo para passarmos desapercebidas, não acha?

Como nos fazer notar? Como mostrar que somos mais do que vovós de cabelos brancos (nada contra).

Como mostrar que somos consumidoras? Que consumimos muito além de remédios e cremes anti ruga? Que nome dar a essa fase de grande viradas e a essas grandes mulheres?

Aqui, vamos colocar as fichas na mesa. Dominique vem para mostrar ao mundo quem somos nós e como podemos!!

Dominique está nascendo de muitas mulheres, todas elas Dominiques. Todas nós.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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