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Desobediência – Um filmaço cheio de emoção. Imperdível!

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Adaptado do romance de Naomi Alderman, “Desobediência” é o primeiro filme em língua inglesa do diretor chileno Sebastían Lelio, aclamado pelos filmes “Uma Mulher Fantástica” e “Gloria”.

Desobediência é um longa que traz a história de Ronit (Rachel Weisz) que retorna para a comunidade judaica ortodoxa, da qual foi expulsa, após receber a notícia sobre a morte de seu pai.

Lá ela reencontra os amigos Rabbi Dovid (Alessandro Nivola) e Esti (Rachel McAdams), a amiga da infância com a qual teve uma relação na adolescência. O reencontro reacende a paixão de ambas enquanto elas exploram os limites da fé e da sexualidade.

Desobediência poderia ser mais um filme que retrata a homossexualidade e religião levianamente, mas vai além. A obra aborda tais temas com roteiro coerente, claro, com diálogos excepcionais e deixa o público entender bem o que os personagens estão sentindo ou pensando.

O roteiro ficou nas mãos de Lelio, escolhido pela própria Rachel Weisz, que além de atuar também participou da produção. Lelio e Weisz tiveram cuidado extra para que tudo fosse especial e retratado de forma positiva.

Na verdade, a obra não é sobre sexo, mas sobre a sexualidade em si. Weisz ficou ao lado do diretor especialmente na cena de sexo para evitar que predominasse um olhar masculino de alguma forma discriminador. Não apenas a cena é intensa e belíssima, como possui um significado muito forte no desenvolvimento dramático da história.

Os personagens Ronit, Esti e Dovid, trio de amigos de infância, preso a convenções de uma comunidade judaica que não apenas os cerceia, mas também os molda como os seus antepassados.

Durante o longa veremos esse modelo de sociedade ser não somente posto à prova como também questionado, o novo em contraposição ao estabelecido, e esse desejo de mudança e evolução vem de forma declarada e velada, aos poucos todos se encontrando numa curva comum.

É difícil chegar à conclusão de quem está melhor dos três. Rachel Weisz tem de fato sua melhor performance da década, muito centrada e muito segura de si.

McAdams também acima da média e num crescendo como atriz, adquirindo sobriedade e introspecção quando necessário.

Alessandro Nivola arrebenta com um personagem muito difícil, de nuances enraizadas e cheio de contradições. O ator explode na tela cena a cena em momentos arrebatadores.

Lelio mais uma vez demonstra exímio domínio de elenco.

Até o fim, o embate segue entre o que a vida é e o que poderia ser. Como diz o rabino no sermão, o que distingue pessoas de anjos e bestas é a possibilidade de escolher e desobedecer.

A trilha sonora também é coerente com toda a produção e a arte fez o trabalho que deve ser feito. É como se todos os itens se unissem para deixar o longa coeso em toda a montagem.

Desobediência, com toda certeza, vai para os melhores do ano, um filmaço que fará história para sua representação do feminino.

Trailer:

Veja mais:

Mamma Mia! O Filme

A Amante

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Festival Varilux de Cinema Francês 2018 – Para os cinéfilos de plantão

Dominique - Festival
Chegou o Festival Varilux de Cinema Francês!  2018 . Acontece de 07  até o dia 20 de junho. Levará ao público de todo o Brasil uma seleção com vinte filmes, da nova safra francesa, inéditos no país.

O Amante Duplo, último longa de François Ozon, um suspense erótico que traz Marine Vatch e Jérémie Rénier nos papéis principais, casal que serviu de inspiração para o cartaz oficial do festival.

O homenageado do Festival Varilux é o diretor Costa Gavras com o seu clássico “Z”, filme que completa 50 anos e será exibido em cópia restaurada.

O público assistirá  aos mais novos trabalhos de cineastas, de atores e atrizes já consagrados.   Premiados jovens talentos que imprimem diversidade e originalidade ao cinema francês marcam presença.

A delegação francesa desembarcou na cidade nesta quarta-feira para debater sobre os filmes “O Poder de Diane”, “Carnívoras”, “Marvin” e “Primavera em Casablanca”.

“O Poder de Diane”, de Fabien Gorgeart (Diane a Les Épaules), conta a história de uma mulher que aceita ser barriga de aluguel de seus melhores amigos, abordando com humor e ternura a temática dos novos modelos familiares.

“Carnívoras”, dirigido pelo estreante Jérémie Renier, ao lado do irmão Yannick, fala de duas irmãs que querem ser atrizes.

“Marvin”, de Anne Fontaine (Agnus Dei), premiado em Veneza, com Isabelle Huppert, sobre um garoto que foge de seu vilarejo.

“Primavera em Casablanca”, de Nabil Ayouch, cinco histórias que se encontram nas ruas da cidade marroquina.

Entre as produções destacam-se três filmes da nova geração francesa de cineastas, designado várias vezes pela crítica de “nouvelle garde”.

“Custódia” (Jusqu` à la Garde), de Xavier Legrand, que acompanha a disputa entre um casal pela guarda do filho. O longa foi vencedor do prêmio de Melhor Direção e Melhor Primeiro Filme, no Festival de Veneza.

“A Excêntrica Família de Gaspar” (Gaspar va au Marriage), de Antony Cordier, comédia maluca e melancólica sobre o adeus a infância, desejo e tempo.

E também, o já citado, “O Poder de Diane”.

Destacam-se também dois filmes pelo gênero pouco comum na França.  O longa  “A Noite Devorou o Mundo” (La Nuit a Devoré le Monde), é uma sátira social e um filme de zumbis.  Filme de Dominique Rocher mostra a cidade invadida pelas criaturas, com um único ser humano tentando sobreviver.  Na mesma veia, “O Último Suspiro” (Dans la Brume), do quebequense Daniel Roby, mostra uma família tentando se salvar após uma contaminação química. Com Romain Duris no papel principal.

Na seleção da mostra, há ainda “Gauguin-Viagem ao Taiti”, com Vincent Cassel, como o pintor, “A Busca do Chef Ducasse”, e “Nos Vemos no Paraíso”, vencedor de cinco prêmios César.

O festival ainda conta com filmes e workshop de realidade virtual e uma seleção de curtas metragens.

[fve]https://www.youtube.com/watch?v=NBfwvJz72mo&feature=youtu.be[/fve]

Logo mais, comentarei aqui para você, os melhores dessa seleção. Para os cinéfilos, realmente esse festival é imperdível!!!

Leia Mais:

Uma Janela para o Amor – Uma celebração do amor
Match Point – A importância da sorte na vida, disponível na Netflix

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2018 promete? Claro que não. Em 2018, EU prometo!

Dominique - 2018
2018 está chegando…

É inevitável todo final de ano chamam a gente (economistas, planejadores financeiros e gurus) para falar do próximo ano… Acho “bacanérrimo”. Curto essa época do ano!

Adoro Natal, encho a casa de pisca-pisca, pulo ondinhas no Reveillon, guardo sementes de romã na carteira, como lentilha, coloco calcinha nova da cor “necessária”. À meia-noite olho para o céu brilhando e é impossível não desejar coisas boas. Sonho com uma vida legal para nós e para o mundo inteiro. Só de pensar, sinto a brisa do mar e imagino “o” gato especial que vou conhecer no próximo ano, os quilos a mais que deixarei para trás, a sala de reuniões do meu novo escritório e minha família sorridente.

Gente! Minha família! Para tudo! As cachorrinhas estão em pânico com os fogos!

E assim começa mais um ano! Volto para casa e sou recebida como se não houvesse amanhã, ganho festinha, lambidas e muito carinho das minhas pequenas.

Feliz Ano Novoooooooo!!!

Ao invés de pensarmos “2018 promete…” deveríamos pensar “em 2018 prometo…”. Não quero ser chata não, mas a essa altura do campeonato já entendemos que não existe mágica e como diz a música: depende de nós…

Na hora de pular as sete ondinhas ou fazer os pedidos à meia noite, lembre-se de que a realização de cada um destes cairá na nossa conta… Um ou outro desejo Papai do Céu, Papai Noel ou Yemanjá poderão até dar uma força, mas o grosso mesmo… sabemos, não cai do céu.

Antes de começar a falar de 2018, quero contar aqui uma coisa que faço há 3 anos e me faz entrar o ano leve.

No primeiro dia do ano, coloco em um potinho com tampa, um bloquinho de anotações dentro, daqueles bem pequeninhos. Sempre que me acontece alguma coisa boa, escrevo o acontecido no papelzinho, dobro e guardo no potinho. Não precisam ser conquistas cinematográficas, apenas situações que me fizeram sorrir. No dia 31 de dezembro, reservo um tempo pra mim e abro cada um dos bilhetes.

Ao ler os bilhetinhos, volto no tempo e sinto a mesma emoção. Uma sensação deliciosa. Recomendo!

O potinho é para mim, uma caixinha de cases de sucesso. Não resisti e acabei de abrir um: Terraço Itália. Sou carioca e não conhecia. Amei!

Certa vez tinha um bilhetinho assim: “A xxx não está com câncer”, vocês não fazem ideia de como aquele bilhetinho me emocionou e me fez imediatamente agendar minha mamografia. Não precisei necessariamente passar pela experiência, aprendi com a experiência da minha amiga.

Na psicologia econômica, diriam que alguns dos bilhetinhos, poderiam ser considerados “nudges”, pequenos cutucões que nos orientam para boas escolhas, assim diz Richard Thaler, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2017.

Um dos encantos do potinho, é que ao ler as notinhas, você não vai acreditar do que é capaz! A maioria das coisas que tem guardado ali, você fez acontecer, mereceu, buscou, pouquíssimas coisas simplesmente aconteceram! Isso conduz nossa autoestima e a nossa confiança às estrelas.

Tenho meus potinhos, você pode ter sua agenda, fotos, planilhas, o importante é registrar esses momentos felizes. Eles são pílulas estimulantes!

Ao fazer sua lista de desejos para o próximo ano, não conte com Papai Noel ou ajuda de outras pessoas. O que vier é lucro, mas só se comprometa com o que você puder fazer.

Identifique o que são sonhos e o que são objetivos. Alguns sonhos mudam com o tempo e não temos tanto compromisso com eles, até que os transformamos em objetivos. Esses sim, têm nome, preço, plano e data para realização; assim como uma viagem, um curso ou uma cirurgia. Planeje em etapas e celebre cada conquista. Isso vai te dar mais energia para continuar.

Otimismo é fundamental! Mas tenha cuidado: em excesso pode fazer com que os riscos sejam ignorados. Sonhe alto, mas mantenha os pés no chão, o controle de sua conta corrente, os seus exames médicos em dia e uma reserva financeira suficiente para sustentar suas contas por pelo menos seis meses.

Use protetor solar e ande perfumada sempre!
Deixe seu amor saber quem é mesmo o dono de quem…
Não acumule pendências, desaforos, nem roupas apertadas.

Nunca subestime o poder dos juros compostos, de um “carocinho” ou de uma mágoa.
Cuide-se. Ame-se todos os dias, inclusive nos mais cinzentos. Ouça música. Reduza as despesas desnecessárias. Use o tempo a seu favor, gaste com coisas que verdadeiramente importam.

Não acredite em tudo o que ouve. Se o assunto for dinheiro faça as contas com calma, não aceite pressão e tente não se precipitar. Peça a ajuda de uma pessoa de confiança e se o tema for muito “cabeludo” chame um planejador financeiro certificado.

Nos vemos mais em 2018! Feliz Ano Novo! Saúde, muito amor!

Agora clique aqui e aumente o som!
Com carinho,
Paula Sauer

Leia mais:

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Paula Sauer

Economista carioca, que trabalhou por 17 anos em uma instituição financeira, se apaixonou por psicologia econômica e não parou mais, lidar com o comportamento das pessoas em relação ao dinheiro para ela é muito mais do que falar de planilhas e juros, é falar de sonhos, medos e mudanças de hábitos. Paula que também é planejadora financeira não guarda o que estuda só para si, escreve em jornais, blogs e revistas de grande circulação no país. Com mestrado em finanças comportamentais, se realiza em sala de aula, onde aprende e se diverte muito com os alunos.

3 Comentários
  1. Paula, eu adorei o seu texto! Li como se estivesse conversando com vc!
    Sensação muito boa ! Obrigada! Um Beijo.

  2. Paula, parabéns pelo texto!!!
    Maravilhoso!! Que delicia ler algo tão bem escrito e no meio disso assim sem perceber, uma lição de planejamento financeiro!!!
    Muito bom!!! Beijo!!

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Barreiras: um conflito feminino entre três gerações

Dominique - Barreiras
Filme representante de Luxemburgo, na corrida do Oscar® 2018, Barreiras, traz Isabelle Huppert e sua filha na vida real como mãe e filha com uma bagagem de mágoas e uma criança motivo de competição.

Depois de dez anos vivendo na Suíça, Catherine (Lolita Chammah) retorna à Luxemburgo. Durante esse período, sua mãe Elisabeth (Isabelle Huppert) foi responsável pela criação de sua filha Alba (Themis Pauwels). De volta para casa, Catherine entende que os papéis de cada uma dentro da família já foram desenhados, mas sente que precisa lutar para ser mãe de sua filha.

Em uma viagem para a casa de veraneio da família, Catherine e Alba vão deixar à mostra suas feridas, entre momentos de carinho e distanciamento em que, às vezes, parecem ser duas irmãs muito diferentes.

Barreiras ou Barrage, título original, é um filme sobre o universo feminino, a maternidade e todos seus conflitos inerentes. São três gerações em conflito. São três tipos de abandono que se misturam: Catherine, Alba e Elisabeth.

Laura Shroeder alinha mágoas e anseios. Também sempre pertinente – a relação mãe e filha – que ganha em tempos contemporâneos o ingrediente de ausência paterna por livre escolha – é também abordado com sensibilidade.

Em seu segundo longa, Laura Shroeder, assina a direção e também o roteiro em parceria com a romancista francesa Marie Nimier. A direção de fotografia e música é realizada por mulheres que se somam em uma trama densa.

Dominique - Barreiras

Está claro em Barreiras o suporte de músicas que suavizam o desastrado encontro de Catherine com Alba. Catherine é frágil e mal resolvida, alguém que não internalizou a maternidade e troca os pés pelas mãos o tempo todo. Os versos cantados por ela expressam o que ela precisa dizer. Os vazios são também preenchidos com belas imagens de floresta e do lago da barragem. Um corredor para permitir a passagem dos peixes é metáfora para brechas nas barreiras entre Catherine e Alba.

A música “Into My Armns” de Nike Cave que fala sobre a cura espiritual, fecha brilhantemente um filme que se predispõe a observar vínculos que continuarão em crise.

Há no filme uma lentidão que pode irritar os mais jovens. A situação e forma como foi tratada pela diretora Laura Shroeder agradarão as pessoas mais maduras.

Também a excelente atuação das três atrizes faz do intenso e denso Barreiras um bom filme.

Repare na atuação da menina Thémis. Ela está simplesmente ótima, sem falar, é claro, da esplêndida Isabelle Hupert e da filha Lolita que dá conta do recado.

Barreiras, um filme que vale a pena conferir! Assista o trailer:

[fve]https://youtu.be/1q1C2e1p79M[/fve]

Leia mais:

O mistério do Assassinato no Expresso do Oriente
Algo de Novo – a história de duas amigas inseparáveis

 

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