Tag: Aventura

A ilha – Viajar sozinha para North Eleuthera

Dominique - Viajar
Costumo viajar sozinha. Sempre gostei, assim faço meus passeios e reconhecimento das cidades, seguindo meus horários e roteiros pré-estabelecidos.

Adoro viajar com mais pessoas também, mas o “ir sozinha” não me assusta.

Desta vez foi diferente. Eu havia emitido já a viagem de um casal amigo, muito querido, que além de outras ciadades iria para uma ilha nas Bahamas chamada North Eleuthera para descansar.

Hotel lindo, mar paradisíaco, um destino realmente surpreendente. Veio o convite por parte deles para me juntar alguns dias na ilha, pois eu estaria em Miami, a meia hora dali.

Pensei, pensei, o que eu faria sozinha numa ilha? Bem, não estaria tão sozinha assim e aceitei. Dias antes de embarcar, meu amigo teve um problema sério de saúde e ficou impossibilitado de embarcar.

E agora?

Eu não teria desculpa alguma para cancelar o hotel e perderia o valor pago, sem falar do bilhete aéreo. Sou agente de viagens e sei bem como cancelamentos são trabalhosos, imagine sem alguma desculpa convincente.

Mas se sou uma mulher ativa, independente, responsável, viajada, por que não? Meus filhos já crescidos me incentivaram a ir, adoro viajar e vou sempre que possível.

Só que ir para uma ilha, ficar em um hotel relativamente pequeno, sem shoppings, centros de compras, nada?

Sempre fui bem prática. Confesso que fiquei dois dias calculando probabilidades e refinando minhas opções para as atividades na ilha estando absolutamente sozinha.

Minha porção (bem pequena, aliás) meio “cigana e aventureira” venceu. Fui.

As pessoas foram muito receptivas em todos os serviços prestados, taxistas, garçonetes, o staff do hotel me deixou muito à vontade. Não me senti excluída ou constrangida por fazer minhas refeições, ir à praia ou fazer passeios sozinha.

Juntei coragem, em alguns momentos, para ir a passeios fora do hotel e até aluguei carrinho de golfe para percorrer outra ilha. A cada etapa que acabava, o mesmo sentimento vinha em minha mente. Gratidão.

Sempre me considerei uma pessoa feliz, mas nesta viagem mais ainda. Nestes dias me senti mais agradecida por conhecer um lugar tão paradisíaco e ter tido a oportunidade de ficar em minha companhia que me fez tão bem! E pensar que quase deixei de conhecer tudo isso por preconceito ou medo.

As oportunidades passam, cabe a nós aproveita-las ou não. Estou fazendo minha parte! Viajar é tão bom!

Leia Mais:

North Eleuthera – Uma viagem à uma ilha paradisíaca
A Rússia por uma Dominique! O país da Copa do Mundo – Capítulo I

Maria Mazza

Amo viajar e amo conhecer lugares. Sou administradora de empresas, agente de viagens na Engenhotur e Dominique claro.

5 Comentários
  1. Mary você voltou mais madura e mais linda ainda! Por dentro e por fora.
    A sensação que tenho é que uma experiência como essa só nos faz crescer intimamente. Parabéns!!!!

  2. Beleza. Já fui duas vezes à Europa sozinha e foi maravilhoso. Estou preparando minha terceira viagem para Portugal, Itália , Espanha e França em agosto. Como sempre na minha ótima companhia. Adooro.

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Gabriel e a Montanha: uma jornada de autoconhecimento

Dominique - Gabriel
Escolhido pela crítica como melhor filme brasileiro na 41ª Mostra Internacional de Cinema, o também vencedor de dois prêmios na Semana de Crítica do Festival de Cannes, “Gabriel e a Montanha”, de Fellipe Gamarano Barbosa, narra de uma maneira sensível, divertida e íntima a história real dos últimos setenta dias de vida de Gabriel Buchmann, interpretado por João Pedro Zappa, em sua viagem pelo continente africano: Quênia, Uganda, Tanzânia e Malawi. Gabriel, morreu em 2009 aos 28 anos durante uma escalada ao topo da montanha Mulanje, no Malawi.

Barbosa abre o longa com um belíssimo plano-sequência finalizado com o descobrimento do corpo, procurado durante semanas. Há a beleza do local, há a surpresa, há a força da música, não há dor ou sofrimento.

Na obra de Barbosa, que foi amigo de escola e faculdade do personagem, Gabriel ora é um idealista que tenta ingenuamente evitar o rótulo de turista, ora um jovem cheio de si e egocêntrico. Gabriel, carioca, economista recém-formado, de classe média alta, ao invés de ir trabalhar e ganhar muito dinheiro no mercado financeiro segue, no entanto, em outra direção: quer conhecer esse outro, descobrir-lhe o valor e a sabedoria.

Existe pureza, generosidade, vontade de aprender, desprendimento no jovem brasileiro, mas também segurança de si, característica de nossas classes altas. Gabriel pensa que pode tudo, inclusive safar-se das situações mais ingratas.

“Gabriel e a Montanha” é mais do que um simples entretenimento, é uma forma de pensarmos em nós mesmos e qual o nosso propósito no mundo, além de uma homenagem radiante ao protagonista.

Gabriel precisou viver e aprender e isso foi o que o fazia se sentir completo. João Pedro Zappa é a ferramenta fundamental para contar essa história de viagens e de encontros de caminhos entre Gabriel e todos aqueles que sua vida cruzou na sua curta passagem pela África.

O filme narra a história da maneira mais próxima e verossímil possível, fazendo o espectador se sentir quase como um companheiro do protagonista.

Uma co-produção entre Brasil e França, foi a única produção brasileira presente no Festival de Cannes.

O longa é formado quase que exclusivamente por não atores, com as pessoas que Gabriel encontrou ao longo de sua viagem, exceto João Pedro Zappa (Gabriel) e Caroline Abras (Cris), de fato atuam em papéis como protagonista e sua namorada, respectivamente.

Acompanhado dos atores e equipe reduzida, Barbosa realmente refez a trajetória de seu falecido amigo e a sensação de viagem como um constante aprendizado, uma soma da sucessão de eventos é transmitida pelas imagens.

Seria fácil a fotografia se distrair com os incríveis cenários naturais nunca registrados pelo cinema brasileiro, mas em momento algum o foco em Gabriel é perdido.

“Gabriel e a Montanha” nos transporta para a experiência vivida pelo protagonista. Não há nele uma única verdade. São muitas e é isso que o torna um filme ótimo e surpreendente.

A cena em que Gabriel declama Mário Quintana ao pé de uma cachoeira para sua namorada afasta qualquer possibilidade de pieguice, sem trilha, só dois garotos encontrando uma razão no meio de um lugar qualquer, sensível e honesto por si só.
Um filme de uma sinceridade e beleza dramática.

Fellipe Barbosa faz seu melhor filme, um drama sem receio de envolver seu público com muita verdade.

Nessa mistura de documentário e filme baseado nos fatos, não conseguimos deixar verdadeiramente de nos importar com o que é mostrado em tela, o que já faz de Gabriel e a Montanha um filme brasileiro obrigatório!

Vale a pena conferir!

[fve]https://youtu.be/w9cw1Ntrhqg[/fve]

Leia mais:

Depois Daquela Montanha: uma jornada de sobrevivência
Big Little Lies: uma supersérie que você não pode perder

 

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Z – A Cidade Perdida, uma aventura real e humana

Dominiques, hoje a minha dica vai para o exuberante Z – A Cidade Perdida, um filme de aventura, mas nada a ver com uma nova versão dos filmes do Indiana Jones.
Baseado no best-seller de não-ficção de David Grann, o longa conta com poucas cenas de ação.
A proposta é reproduzir as sensações de filme de aventura de décadas atrás.
A história remete aos grandes clássicos do gênero.

A produção gira em torno do explorador Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que no início do século XX fez expedições para a Amazônia com Henry Costin (Robert Pattinson) e com seu filho Jack Fawcett (Tom Holland).
Ele queria provar a todos a existência de uma civilização perdida entre a Bolívia e o Brasil, onde hoje é o Acre.
No caminho, enfrentou a fúria dos índios e, depois de uma série de viagens ao local, desapareceu.

O diretor James Gray dá à aventura amazônica do coronel Fawcett um tom intimista e metafísico.
Na verdade, Z retrata a busca da cidade perdida como um caso de obsessão.
Fawcett é visto como alguém que precisa “resgatar o seu nome” e construir um prestígio a ser legado às próximas gerações.
Destemido, implacável e ambicioso, Fawcett não vê limites diante de si.

Esteticamente, o longa é quase uma obra-prima.
Gray deu um certeiro longo espaço à fotografia grandiosa de Darius Khondji, que fez um trabalho brilhante de captação das cores e luzes da selva.
O longa conta com efeitos especiais e tratamento de imagens prodigiosos.
Sem dúvida, um deleite para os fãs das modernidades visuais da sétima arte.

Os atores brilham em suas atuações.
O carisma de Hunnam (Fawcett) é inegável.
Quem se dá bem igualmente é Pattinson, irreconhecível atrás da pesada barba de Costin, o fiel escudeiro.
Sienna Miller abrilhanta o elenco no papel de Nina, a fiel esposa de Fawcett, que nunca deixou de honrar, além de carregar o peso do mundo sem ser reconhecida por isso.

Z traz de volta valores primordiais para o homem, perdidos há muito tempo, e levanta questões como o feminismo e o lugar da mulher por meio de fervorosos diálogos entre o protagonista e a esposa Nina, mostrando acima de tudo que tais dilemas não são novidade.

A direção de Gray é luxuosa sem ser chamativa. Z – A Cidade Perdida flui de forma eficaz, garantido o apreço dos aficionados pela história e amantes nostálgicos de uma era mais calma para o cinema.
Dominiques bom programa!!!

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