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Feliz Ano Novo e meus pedidos pulando ondas para 2021

Feliz ano novo para você também!

Passei a virada no litoral como faço há 23 anos, na mesma casa, na mesma praia, com os mesmos amigos. Graças a Deus.

Mas dessa vez, algumas coisas foram diferentes como você deve imaginar.

  1. Não ficamos zanzando na casa dos vizinhos. Todo mundo ficou mais recolhido. Lembrei até de um antiquíssimo slogan de rádio “Cada um na sua e todos na Difusora”(quem lembrou, lembrou, sorry, não vou explicar) .
  2. As casas estavam cheias, porém, pareciam estar mais “calmas”, música mais baixa, luzes apagando mais cedo.
  3. Falando por mim, nunca estive tão introspectiva. Fiz tapeçaria e pintei aquarelas, muitas aquarelas, mas não se iluda, jamais verá aqui uma grande artista, aliás, sequer uma artista. Apenas dei vasão a necessidade de me concentrar em algo sem precisar pensar muito ou elaborar o que quer que seja.
  4. Ao pular as 7 ondinhas, tenho certeza que os pedidos desse ano, da grande maioria dos supersticiosos, foi diferente. Saúde em primeiro lugar? Muito possivelmente. Ânimo para continuar? Talvez em outras palavras, mas acho que deve ter tido muito pulinho por aí com essa intenção. Bom humor para não deixar a peteca cair? Também, seguindo a mesma linha do “ânimo para continuar”.

Bem, se esses não foram os pedidos da maioria, você acabou de saber parte dos meus. E sinceramente? Acho que os 7 mares e seus deuses me ouviram. Pelo menos nesse começo de ano. 

O que você acharia, se seu telefone, nos segundo dia do ano, começasse a enlouquecer, e fosse, gradativamente, perdendo seu touch, perdendo a sensibilidade? Eu tentava digitar um ‘e’ e saia um ‘w’. Do que me serve um W? Quem usa W a não ser Waldir, Wilma e Waldemar? Tentava abrir aplicativos, que teimavam em não obedecer. Via borbotões de mensagens de WhatsApp (facilmente substituível por ZAP na ausência do W) entrando sem conseguir lê-las. Amiga, você imagina a aflição de não conseguir atender ligações apesar de ouvir meu telefone tocando, de ver o nome de quem me ligava? O celular estava imprestável e não tinha muito o que fazer, uma vez que só poderia resolver a situação em São Paulo no dia 8 de janeiro, portanto seis ou sete dias ainda. Af, como sobreviver?

Contudo, e com a ajuda dos anjos marítimos, cumpri um de meus desejos. Vi o lado bom da situação e lidei com ela com bom humor. Qual é o lado bom? Acabei tendo que forçosamente me desconectar de tudo e de todos. Onde entra o bom humor? Algumas ligações até dava para atender, se conseguisse chegar dentro do carro a tempo de ligá-lo para acionar o aparelho a partir do painel de meu possante. Ahhh, fala verdade..Muito engraçado eu dentro do carro na garagem batendo papo…

A epopeia estava perto de acabar, pois, eu estava prestes a voltar para São Paulo, já colocando as coisas no carro para partir quando recebi uma mensagem, que por generosidade do destino, eu consegui ler naquele celular possuído pelo demo. A mensagem era sobre um gasto no meu cartão de crédito feito em Londres. Uhhuuuuu Meu cartão foi vacinado e foi passear nas Europa!!!..

Não. Nada disso. Meu cartão foi clonado na primeira semana do ano.

Fácil, dá tempo de cancelar se eu agir rapidamente. Só preciso ligar para a empresa de cartões. Só. Lembra do touch que não aceitava mais touch? Então…Dei um jeito. Peguei o aparelho do marido. Peguei, não. Arranquei dele. Um pouco mais de estresse, um pouco mais demorado, mas continuamos todos com saúde. E isso é o que importa. Ficar 15 dias sem cartão, sem compras on line, sem compras físicas de verdade, pode ser edificante, né? Não, não. É muito complicado, mas mostra como posso ser criativa na hora de gastar, porque mesmo sem cartão alcancei todos os meus objetivos, hehehehe.

Pronto! Olha só como comecei o ano bem!

Ih, menina, muita coisa ainda para contar, mas vou deixar para contar em outro texto porque esse aqui já está bem grande. Gente! Tudo isso e não tinha chegado nem no 10 dia do ano!!

Feliz 2021. Esse ano promete.

Leia também:

Branco ou colorido para o Ano Novo?

O que não pode faltar na minha lista de Ano Novo

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Descobrindo os imensos prazeres de viajar sozinha

Banner_Viajar SozinhaViajar sozinha é algo que estou fazendo há alguns anos, pois quando podia viajar ou tinha a oportunidade, estava sem companhia. Adoro viajar com mais pessoas, porém viajar sozinha tornou-se para mim algo muito especial e vou explicar por quê.

O fato de poder ir aos lugares que queremos conhecer, previamente anotados, torna-se real.

Ou seja, posso fazer o roteiro todo, com os lugares que quero conhecer, no meu ritmo. Seja rápido ou devagar, dependendo da disponibilidade de tempo, faço à minha maneira.

Se estou em um museu e determinada ala não me chama muito atenção simplesmente mudo e vou para outra que me interessa mais, sem discutir.

E se um determinado lugar realmente me fascina, posso ficar bem mais do que imaginado, pois só devo satisfação à mim.

Posso comer o que quero e na hora que quero.

Tem algo mais legal que parar para comer quando se está com fome, sem ficar preso a horários? Posso escolher o restaurante conforme meu gosto e  “bolso” pessoal, comer rápido ou devagar, conforme minha vontade.

Posso dormir e acordar a hora que quero.

Idem à alimentação. O banheiro e quarto são meus. Ponto.

Bem, parece maravilhoso, mas obviamente tudo tem o lado oposto que é, muitas vezes, viajar sozinha não é tão bom quando, por exemplo, vê-se uma paisagem deslumbrante e não tem ninguém ao lado para dizer:

– Olha isso!

Ou quando você se vê diante de uma situação de conflito ou medo….

Para que isso não ocorra é preciso tomar uma série de cuidados.

Vou mencionar alguns itens que acho importante ressaltar e serve como uma lista para quem vai começar a viajar sozinha, principalmente sendo mulher.

Escolha um destino próximo

Para fazer sua estreia viajando sozinha, escolha  uma cidade no seu próprio país ou onde a língua seja a mesma ou parecida, pois você precisará pedir informações a todo instante, então  ficará menos envergonhada se falar e entender corretamente o que estão dizendo.

Além do mais, se tudo der errado e você odiar a experiência, fica mais fácil voltar.

Escolha um período de tempo razoável

Não pense em viajar sozinha por um mês se nunca fez isso. Por mais que goste de sua própria companhia, pode estranhar ficar sempre sozinha ou mesmo ter que conversar com pessoas estranhas o tempo todo.

Escolha o período  de 1 semana a 10 dias, acho um bom termômetro. Se a experiência for boa, vá aumentando à medida que se acostuma.

Não carregue mais coisas do que suas duas mãos podem segurar

Nada pior do que ver aquelas cenas das pessoas sozinhas carregando malas, sacolas e ter que ficar parando a todo instante para descansar. Nada disso. Viajar sozinha tem que ser algo prazeroso, você não foi  pagar promessa.

Algumas pessoas que cruzarem seu caminho podem ser gentis, mas a maioria, já tem suas próprias bagagens para carregar. Então não vacile.

Escolha lugares alegres, históricos ou cosmopolitas para uma primeira vez

Minha opinião é que para uma primeira vez, absolutamente sozinha, é prudente você escolher opções mais leves do que ir a um templo no Nepal, alguma cidade sagrada da Índia ou visitar uma aldeia de crianças na África.

Lembre-se que ao viajar sozinha podem aparecer sentimentos muito variados em contato com culturas muito diferentes ou muito mais “pobres” do que está acostumada.

Melhor ir a lugares onde, em alguns momentos, você possa se “misturar” com outras pessoas, às vezes, sentando ao lado num restaurante ou começando uma conversa numa fila de atração,etc… fica menos penoso para uma primeira vez.

Banner_Viajar SozinhaSeu companheiro será seu celular ou laptop

Sim, esses itens serão seus companheiros para viajar sozinha. Por isso, escolher bem o lugar é fundamental, pois sem wi-fi ficará muito mais difícil, tanto para pesquisar informações bem como se “conectar” com familiares ou amigos. Isso faz toda a diferença em uma viagem. Melhor deixar para escalar algum monte quando estiver mais segura em viajar sem companhia.

Itens femininos

Preciso mencionar que em determinados lugares que visitamos, itens para nós básicos, como absorventes, OB, etc…. não são muito fáceis, então leve sem hesitar caso necessite usar durante o tempo de viagem.

Quanto a alisadores de cabelo, chapinhas etc…. escolha um deles, pois peso é algo imprescindível como já mencionamos.

Armário

Suas roupas devem ser versáteis, leves e fáceis de lavar, caso seja necessário. Mesmo que você viaje para Tailândia ou África você não precisa se vestir como Indiana Jones.

Use suas roupas confortáveis, porém pesquise o lugar para onde vai viajar e respeite também os costumes locais, veja se é necessário cobrir ombros e pernas (locais religiosos) e coloque um xale ou casaquinho para esses fins.

Idem para locais muito quentes, não esqueça de um chapéu para não se expor demais ao sol e depois ficar o restante da viagem parecendo um frango assado.

Da mesma maneira, apesar de você ser uma mulher corajosa, usar roupas condizentes com o local é também não se expor a situações “provocantes “ usando roupas “abusivas” em territórios mais masculinos. Isso chama-se precaução.

Interna_Viajar Sozinha 2Locomoção dentro das cidades

Planejar sua viagem é além de tudo, se antecipar aos detalhes. Se locomover sozinha dentro de determinados lugares merece cuidado.

Quando for abordar um taxista e não gostar muito da fala dele, dê desculpa e não pegue esse táxi. Melhor do que ficar depois todo o trajeto preocupada ou achando que ele a está levando para outro caminho.

Dentro de um táxi ou ônibus, ao conversar com estranhos, não fique falando muito da sua viagem e mesmo que você pareça absolutamente uma estrangeira, sempre mencione uma prima que mora na cidade, pois intimida um pouco.

Fique sempre próxima a outros grupos de turistas, caso esteja em um ônibus ou mesmo visitando às atrações locais. Dá uma certa segurança.

Mas basicamente planeje antes de ir, atenção com os horários de abertura e fechamento das atrações, pois assim você pode traçar previamente o roteiro evitando chegar em locais já fechando ou que não abriram ainda.

Em locais que o metrô seja um pouco assustador tente ficar perto de grupos de mais turistas, pois mesclando-se você se torna menos vulnerável.

Paciência acima de tudo

Você deve ter em mente que em que algumas situações sua paciência será testada, algumas discussões acontecerão e você se sentirá sendo enganada algumas vezes…porém  quando está em um país que não é o seu, deve-se ter calma e paciência. Você se sentirá provocada, mas tente sempre manter a calma e não entre em discussões desnecessárias.

Acho que com essas dicas você pode começar a esboçar sua primeira viagem by yourself. Logo iremos publicar em outro post mais dicas valiosas de viagem!

E não esqueça de nos contar como está a sua preparação! Queremos saber de tuuuuuuuudooooo.

Leia mais:

North Eleuthera – Uma viagem à uma ilha paradisíaca 

A Rússia por uma Dominique! O País da Copa do Mundo – Capítulo I

Maria Mazza

Amo viajar e amo conhecer lugares. Sou administradora de empresas, agente de viagens na Engenhotur e Dominique claro.

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Os melhores aplicativos para usar em viagem

* Engenhotur

Um tempo atrás fiz um texto sobre viajar sozinha, seus benefícios e cuidados que devemos ter (aqui). Mencionei que um dos maiores companheiros que temos na viagem é nosso celular, pois nos conecta ao mundo, auxiliando na maioria das dúvidas que vão surgindo ao longo de uma viagem.

No texto de hoje trouxe ótimas opções para melhor ainda mais a sua viagem e auxiliar em possíveis dúvidas.

Flush

De repente bate aquela vontade incontrolável de ir ao banheiro e você não sabe por onde começar? O Flush localiza os mais próximos de você.

XE Currency

Você está no interior da África do Sul e precisa comprar algo que não tem ideia de quantos RAMs são em dólares. Use o XE Currency para fazer a conversão.

Swarm

Swarm é um aplicativo para que você descubra onde seus amigos estão e marcar um encontro, por exemplo. No modo automático, você compartilha apenas o bairro onde você está, assim como seus amigos podem fazer o mesmo. Caso você realmente queira compartilhar sua localização, pode selecionar o local e fazer o check-in. Vale lembrar que esse compartilhamento de localização não é obrigatório, e você pode desativá-lo se e quando quiser.

Uma das grandes novidades trazidas pelo Swarm é a aba de “Planos pela vizinhança”. Nela, você e seus amigos podem compartilhar a intenção de algum encontro, e combinar a saída por ali mesmo. Isso é muito legal, principalmente porque o aplicativo considera a distância entre você e seus amigos.

YELP

Esse aplicativo é perfeito para quem está em uma cidade desconhecida e precisa encontrar algum tipo de estabelecimento. Isso porque ele localiza através do GPS do seu smartphone restaurantes, postos de gasolina, shoppings, bares, padarias, e qualquer tipo de loja que você precise.

Na tela inicial, o app localiza os principais estabelecimentos perto de você, sendo bom também para conhecer novos lugares até mesmo na cidade em que você mora.

Splitwise

Perfeito para viagens em grupos! Esse aplicativo resolve aquela confusão de quem-paga-o-que e quem-deve-a-quem. A interface é simples e permite que você coloque quanto foi gasto e de quem foi o gasto. No final, o app faz as contas e diz quem está devendo quem.

A Engenhotur já organizou viagens para as Dominiques. Acompanhe eles por aqui: site | Instagram | Facebook

Maria Mazza

Amo viajar e amo conhecer lugares. Sou administradora de empresas, agente de viagens na Engenhotur e Dominique claro.

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Comecei o meu detox digital

Eu nunca me imaginei tratando uma dependência. Calma que não é nada tão grave, mas tem me incomodado muito. Estou viciada em ficar online. Eu acordo e já vou ver as notificações perdidas no celular. É recado de WhatsApp, comentários em redes sociais ou notícias.  

Cheguei ao cúmulo de acordar mais cedo só pra passar mais tempo online. Daí carrego o celular para todo o canto comigo e vou dormir com ele. Estes dias li que a média dos brasileiros no celular é a mais alta do mundo, de 4 horas e 48 minutos. Isso sem contar que checamos mais de 85 vezes por dia a tela.

Não que eu fique mais tranquila, mas o vício de ficar online é mundial. Os médicos até cunharam um termo para qualificar esse comportamento. Chama-se FOMO (fear of missing out), que é o medo de perder algo. É como uma ansiedade por querer ficar conectada o tempo todo e não perder nada do que está acontecendo com todos e no mundo.

Detox Digital

Até pouco tempo atrás, tudo estava controlado. Nunca deixei de fazer nada socialmente para ficar online. Mas comecei a ter alguns problemas físicos. Primeiro foi a visão. A luz da tela passou de um incômodo para um grau maior na miopia. Comecei, também, a ter dor de cabeça.

Logo vieram as dores físicas. Todos os dias tenho dores no pescoço por ficar com a cabeça rebaixada. Depois foi a dor no punho, por causa do movimento de ficar subindo e descendo a tela com um dedo. Hoje eu sinto uma fisgada no ombro e no pescoço.

Não preciso falar mais nada, não é mesmo? O vício é um hábito e que precisa de repetição para ser consolidado. O jeito é me conscientizar e mudar esse hábito. Fui atrás de como posso controlar essa ansiedade e compartilho aqui com vocês:

8 passos para a desintoxicação digital

Ter um horário limite para ficar online.

Isso vale para o período da manhã e da noite. E mais: antes de dormir, vale colocar o celular no silencioso para evitar que as notificações causem ansiedade ou atrapalhem o sono.

Ignorar o celular nos momentos sociais

Deixar o celular na bolsa ou virado para baixo quando estiver com outras pessoas. Estes dias ouvi que é uma declaração de amor estar com alguém sem ficar olhando no celular (a que ponto chegamos!).

Silenciar e bloquear notificações

Você pode silenciar os grupos do WhatsApp por até um ano. Também é possível bloquear as notificações, como as de redes sociais. Você só lerá as mensagens quando acessar os aplicativos. Caso precise delas, não tem problema deixar acumular por um tempo.

Longe da mesa

No café da manhã, no almoço e no jantar não colocar o celular sobre a mesa. Além de prejudicar a concentração na alimentação, tem o risco de comer muito mais!

Mais lazer

Manter na rotina outros hábitos de lazer, como ler, sair com família e amigos ou praticar exercícios físicos. Pode incluir na conta o tempo de ir e voltar dos passeios.  

Velhos hábitos

Já pensou em voltar a usar despertador ou câmera fotográfica? Já justifica deixar o celular um pouco de lado também, né. Vale também substituir as compras online pela presencial. Que tal pegar as sacolas e para ir ao supermercado do bairro?

Fale e escreva mais!

Mas não pelo celular, ok. Se precisar resolver algum assunto com alguém no trabalho, vá conversar com ela. É bom bater um papo e tomar um café. Volte velhos hábitos como mandar cartões e carta. Já falei aqui sobre o valor inestimável que é receber um cartão de Natal.

Já tomei consciência e já identifiquei os passos para mudar de hábitos. Será que vou conseguir? Torçam por mim!

Mais histórias sobre celular

Comodidade, hábito ou perda de memória?

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Comodidade, hábito ou perda de memória? Experimente ficar sem celular!

Dominique - Celular
Arrisco-me a perder este emprego já que a Dominique me contratou para falar sobre viagens, mas decidi falar sobre a sensação de estar na mão de algo ou alguém. Gostaria de estar com o celular na mão, não na mão do celular. Lembra da expressão “Miolo Mole”? Então, senta que lá vem um exemplo.

Tive uma experiência daquelas de filmes, quando a mocinha se dá conta de que é refém de uma situação, misturado aos filmes de ficção científica, em que computadores dominam a humanidade com um toque do desenho “Wall-E” e os seres humanos vivem em uma poltrona reclinada ambulante, porque não são mais capazes de caminhar usando as próprias pernas.

Eu já havia me dado conta de que comecei a emburrecer desde que iniciei o uso do “Waze” e, muitas vezes, me “dá um branco” de onde estou, para onde estou indo e qual o caminho, ainda que o tenha percorrido desde que nasci. Não, não é a idade, ao menos ainda, contudo é a facilidade que está me emburrecendo. Meu músculo cerebral está atrofiando por falta de uso ou pelo uso excessivo do celular e seus aplicativos que facilitam nossa vida.

Eu e meu marido fomos levar nossa filha para a casa de uma amiga. Como era a primeira vez, pedi que ela acionasse o “waze” para me indicar o caminho. Enquanto eu seguia cegamente as instruções, conversava amenidades com o meu marido, sem a menor atenção ao percurso. Parei o carro no momento em que o aparelho avisou: “Você chegou ao seu destino”. Observei o número do prédio e em tom responsável e atento (só que não) questionei minha filha se era aquele mesmo. Após a afirmativa dela, deletei o número do prédio de minha cabeça. Para que usar minha memória se eu compro um aparelho que vem com uma memória? Ótimo, ela saltou do carro e o “Waze” nos indicou como sair dali.

Em casa, mais tarde, meu marido me perguntou se eu havia prestado atenção ao caminho, nome da rua, número do prédio, andar, apartamento. “Não” – eu disse com naturalidade! “Relaxe”! Vou agora mesmo enviar um “WhatsApp” para ela pedindo o endereço: A mensagem não foi. Mandei um “SMS”: Não entregue. Liguei: Caixa Postal. Liguei para a amiga: Caixa Postal. Liguei para a mãe da amiga: Caixa Postal. Tentei pelo “Messenger”: Serviço desconectado. Facetime? Safari? Então reparei que estava “Sem Serviço”. Sem serviço? E, agora? Como assim?

Meu marido observou o celular dele que indicava a mesma coisa: “SEM SERVIÇO”.
Lembrei que eu tinha um aparelho fixo e tentei ligar para a minha filha, a amiga e mãe da amiga: Caixa Postal.

Se eu tinha o número de telefone fixo delas? Nem me passou pela cabeça este tipo de “inutilidade”. Nem eu mesma sabia o número fixo de minha casa desde que trocamos o serviço da Vivo pelo da “NET que ninguém usa” (recebo apenas chamadas de telemarketing). Agora, se eu mesma não fui capaz de decorar o número de telefone de minha casa, o que diria minha filha que nasceu na era digital. Como ela me telefonaria?
Pânico. Cara de paisagem. Eu e meu marido nos encarando sem reação.

Ele decidiu, então, que usaria o próprio cérebro, as habilidades desenvolvidas e as que vieram de fábrica, como memória, capacidade intelectual, raciocínio lógico, senso de direção, intuição, capacidade visual e sensorial e saiu em busca da filha perdida, destemidamente e seguro de que seria capaz. Fez uma baita musculação para despertar a inteligência e conseguiu chegar ao destino.

Ficou tão, tão, tão nervoso em perceber o quão na mão de um aparelhinho – que envelheceu um ano – estavam nossas vidas que acabou se atrapalhando no momento de anunciar-se na portaria. É que nossa filha tem amigos que possuem os sobrenomes “Doria”, “Kassab” e “Russomano”. Na hora da adrenalina e do “branco” e a falta de acesso à “internet”, ainda conseguiu ser perspicaz: Disse ao porteiro, em tom firme e confiante, que buscava moradores que possuíam o sobrenome do prefeito de São Paulo! Quanto a ser o “atual”, o “ex”, ou o “quase”, deixou nas mãos do porteiro deduzir, como a uma charada.

Nossa filha, a amiga e a mãe da amiga também estavam sem sinal. Então, questionei minha filha se ela sabia de cor o número do RG dela, da casa da avó, de alguma amiga… “Não sabe”.

Estamos totalmente dependentes do celular!

Assumi a missão de resgatar a inteligência da família, fui até a banca de jornal, comprei uma dúzia de palavras-cruzadas, chamada oral de números e total atenção e confiança em nossa capacidade de ir e vir e a não usar o “Google” para pensar por nós!
#ficaadica!!!!

Leia mais:

Infalível método para fugir dos compromissos chatos – Super 3S
O machismo está presente no trânsito, no salão e até nos palavrões!

Cynthia Camargo

Formada em Comunicação Social pela ESPM (tendo passeado também pela FAAP, UnB e ECA), abriu as asas quando foi morar em Brasilia, Los Angeles e depois Paris. Foi PR do Moulin Rouge e da Printemps na capital francesa. Autora do livro Paris Legal, ed. Best Seller e do e-book Paris Vivências, leva grupos a Paris há 20 anos ao lado do mestre historiador João Braga. Cynthia também promove encontros culturais em São Paulo.

2 Comentários
  1. Realmente por causa dessa fácilidado da net estamos esquecendo de nos comunicar com as pessoas pessoalmente etc..

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