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Eliane Elias perfeita ao piano

Esta semana fui  assistir ao show da Eliane Elias aqui em Portugal. E se teve algo que me impressionou além de seu piano foi sua segurança e autoestima.

E por coincidência li ontem o post da nossa Dominique Eliane com a análise do texto que Luiz Fernando Veríssimo escreveu sobre egos envolvendo Picasso e seu quitandeiro. Talvez por conta da reflexão que aquela história me causou, prestei tanta atenção no comportamento da música. Se não leu o post ainda, leia agora (aqui) porque vou dar spoiler e o texto vale a pena.

Pois então, lá vemos que além de toda a importância já preconizada da tão famosa  autoestima, o que fica é que só nos dão valor quando nós mesmas nos valorizamos e principalmente nos gostamos.

Voltando ao tema principal de hoje que é Eliane Elias. Se você não tem ideia de quem seja essa jazzista brasileira, não se sinta mal ou desinformada. Apesar de brasileira, Eliane Elias fez toda sua carreira no exterior.

Pouco conhecida em sua terra natal, sabe-se lá porque, ela é um fenômeno da música instrumental e cantada no hemisfério norte.

O show foi no Centro Cultural de Belém. Ahhh o CCB merece que eu fale só dele em algum outro texto, pois é um complexo cultural que amo.

Comprei com muita antecedência pois sou chata. Se é para ir a show, tenho que sentar pertinho do artista. Vê-lo muito de perto bem como quase conseguir sentir seu perfume, porque senão vejo por dvd ou no youtube.

E colega, já fui a muito estádio. Assim sendo, nessa altura do campeonato quero um pouquinho de conforto.

Bem, voltando a autoestima e ao show em si.

Pontualmente, sim, pontualmente às 21h Eliane Elias entra no palco acompanhada de um contrabaixo e uma bateria. Usa um vestido justo, ligeiramente acima do joelho que brilha um pouco porque o palco pede brilho, né? Salto altíssimo e uma cabeleira loira digna das jovens e famosas blogueiras. Sim, cabelos longos, muito longos. Por que falo isso tudo? Porque Eliane Elias é uma Dominique nascida em 1960. E sem medo de ser feliz, ousa usar um vestido bem justo e relativamente curto em suas exuberantes curvas com suas madeixas que passam e muito da altura do ombro.

Eliane Elias Em Belém

Aí ela senta em seu banquinho a frente do piano e toca as primeiras notas. Pronto. Entendi tudo.

Fogo!! Ela toca com tanta facilidade que parece estar a  brincar. Chacoalha-se toda acompanhando, ou melhor, dançando enquanto toca.

Sabe o que é isso? Intimidade. E essa intimidade tão natural impressiona e seduz quem assiste.

Adoro quando o artista conversa com a platéia pois desse modo me parece que gera-se uma certa cumplicidade, sei lá. E a cada música Eliane conta uma histórinha saborosa ora sobre composição ora sobre os personagens envolvidos.

Quando Lili canta (permita-me assim chamá-la) ouvimos uma voz aveludada que talvez já tenhamos ouvido até melhores.

Não sei se ela percebe que cantar não é seu forte, mas age como se fosse Maria Callas.

Sem a menor cerimônia desfila os Grammys que ganhou. Entretanto faz questão de contar que o primeiro veio depois no  seu 25o disco e após 7 infrutíferas indicações.

Contou com muito orgulho, que aos 17 anos acompanhou em turnê Tom, Vinicius e toquinho.  E com muita naturalidade, como se fosse merecedora e naturalmente por consequência de seu talento conversar com estes mestres madrugada afora. Aiii que inveja!!! Bem, num desses papos, Tom confidenciou-lhe que o compositor que mais admirava no mundo era Dorival Cayme. Que não havia outro. Mas que por um capricho do próprio ídolo, compôs apenas 100 músicas. APENAS!!

Contou isso de maneira coquete aproveitando para emendar numa música de Caymmi, Morena Rosa. Neste momento ela se levanta para cantar em pé longe do piano, desfilando pelo palco.

Vi ali toda a segurança e autoestima daquela Dominique. Com sua mania de passar a mão na cabeleira, sambando discretamente e esbanja charme aproximando-se dos dois outros músicos.

E amigas, o mais giro é ver que Eliane Elias com aqueles quilinhos a mais próprios desta fase de vida das Dominiques, desfila com a certeza de que está muito gostosa. E olha..Tendo a concordar!!

Faz tanto charme para o menino baterista enquanto canta, que achei que era uma paquera. Vira-se para voltar para o piano, passando pelo grisalho músico do contra-baixo. Vê-se ali uma troca de olhares intensa e cúmplice. Óó raiossss! Como pode ser ela tão segura??

Assim que saí do teatro fui ler sua biografia. Descobri para minha surpresa, que ela é casada com um dos músicos que a acompanhava no palco aquela noite. E não é com o miúdo da bateria mas sim com o charmoso homem que sorriu para ela durante todo o espetáculo.

Leia Também :

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Novos amigos? Na minha Idade?


Barbara Godinho

Sou uma Portuguesa meio tropicalizada. Moro em Lisboa, já fui curadora de museu e exposições. Hoje trabalho com turismo. Apaixonei-me pelo projeto Dominique e cá estou a colaborar.

1 Comentário
  1. CARA BARBARA GODINHO, PARABÉNS PELAS ACERTADAS OBSERVAÇÕESM EU QUE JÁ FUI MÚSICO QUANDO JOVEM, JUSTAMENTE NA ÉPOCA DA BOSSA NOVA (SOU
    CARIOCA – RIO DE JANEIRO) SÓ VIM SABER DA ELIANE ELIAS HÁ UNS DOIS ANOS). FIQUEI IMPRESSIONADO COM A DESENVOLTURA DA MOÇA, E A QUALIDADE MUSICAL DE SEUS GRUPOS, EMBORA SE SAIA BEM CANTANDO, NÃO É VERDADEIRAMENTE SEU FORTE. MAS, ELA SE COMPLETA BEM COM AS DEMAIS QUAIDADES, TUDO COMO A SRA. HOJE NÃO DEIXO DE APRECIAR QUASE DIARIAMENTE ALGUMAS DE SUAS OBRAS NO YOU TUBE.

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Novos amigos? Na minha idade?

Fui a uma exposição semana passada de uns amigos galeristas. Ahhh adoro esses dias de vernissage que são animadas com gente de toda parte.

Além de estar linda, ou até por causa disso estava lotadíssima. Bom para meus amigos, mas para uma mulher depois dos 50 anos pode começar a ficar um tantinho quente demais. Hora daquela saída estratégica para meu cigarrinho.

A sensação de sentir aquele ar gelado no rosto ao sair de um lugar abafado é libertador.

E dou início a meu delicioso ritual : pego minha carteira de cigarros, abro, escolho aquele que não desorganizara as fileiras, acendo e dou a primeira tragada com um prazer descomunal. Ao soltar a fumaça no escuro daquela noite, percebo alguém a me observar. Uma mulher parada também na porta da galeria olhava para mim e para a fumaça de meu cigarro com uma certa fixação. Difícil explicar aquele olhar.

Imediatamente e com a voz mais gentil que consegui, para não assustá-la de seu devaneio, abri meu maço de cigarro e ofereci:
– Boas….Aceita um?

-Ohh não, obrigada. Parei de fumar há quase 6 anos. Desculpe, mas estava tentando fumar junto com você . Desculpe novamente se pareci uma psicopata.

E começamos naquele momento um papo divertido, com ela me contando as dificuldades que teve para largar o vício. Percebi que ela tem uma veia dramática pronunciada quando falou que em sua vida há duas coisas que de que se lembra todo os dias: Do pai dela e do cigarro. Até agora não sei quanto daquilo foi uma frase de efeito ou uma verdade absoluta expressa de maneira jocosamente dramática.

Apresentamo-nos. Ela se chama Dominique. Brasileira, mais ou menos da minha idade, e vem com uma certa frequência a Portugal.

Apesar de ambas termos saído para “refrescar”a essa altura ja estávamos sentindo frio mesmo. E nossos amigos já estavam chamando. Antes de nos perdermos porém, ela me contou do projeto Dominique, e das Histórias de Dominique. Toda a ideia de valorização da mulher sem radicalismos e rancores.

Não pensem ,vocês brasileiras, que aqui em Portugal é muito diferente do Brasil . Digo isso com conhecimento de causa porque sou nascida e criada cá em Lisboa porém fui casada com um brasileiro. Na verdade um carioca. Não, meu ex é mais que carioca. Ele é do Leblon  e é assim que se define. Desculpe, não resisti a farpa.

Mas este é o motivo que escrevo em “brasileiro”. Ahhh Você não sabia? Aqui na Terrinha, falamos Português, e os brasileiros falam Brasileiro. E é assim que se diferencia. Pronto. Se bem que por vezes tenho certeza que deixo escapar alguns “Portuguesismos”

No dia seguinte, curiosa que sou entrei no site dessas mulheres . Comecei a ler as histórias e não consegui parar. Fiquei hipnotizada.

Mandei um e-mail para o site, tentando alcançar Dominique que não tinha me deixado contactos. Pouco depois recebo sua resposta.

Aceitou meu convite para um café!! Ora, que porreiro*.

Gente..Está a parecer que estou interessada nela, pois não? Mas que nada. Aliás nada contra porém não é esse o caso. Muito gira** minha nova amiga e seu projeto. Porque já me sinto sim amiga desta e de muitas outras Dominiques que encontrei no site.

Marcamos uma prosa no Café Cotidianos no Chiado. Adoro aquele lugar e Dominique não conhecia. Por lá ficamos até sermos postas a correr para poderem fechar o estabelecimento.

E gente, como me envolvi com esse projeto. Como gostei de tudo isso. E como tenho histórias para contar.

Então, muito prazer! Eu sou Barbara Godim, portuguesinha completamente tropicalizada, e com a certeza de que amigos são nosso maior patrimônio nessa altura da vida.

Vou escrever algumas histórias, alguns casos verdadeiros, algumas lendas e tentar mostrar um Portugal diferente daquele que você tem visto nos blogs.

E principalmente, quero fazer amigos. Quero te conhecer e conversar com você.

Porque envelhecemos enquanto temos capacidade de fazer novos amigos – já dizia uma velha nova amiga.

NE * porreiro = bacana

** Gira = Legal.

Leia também :

A grande e variada lista de amigas de uma Dominique

Danças Ocultas – Grata surpresa portuguesa

Barbara Godinho

Sou uma Portuguesa meio tropicalizada. Moro em Lisboa, já fui curadora de museu e exposições. Hoje trabalho com turismo. Apaixonei-me pelo projeto Dominique e cá estou a colaborar.

4 Comentários
  1. Gosto de ler textos escritos com essa vibração calorosa, essa maneira de ser completamente despojada, simples, correta e que não deixa o interesse cair, e nos faz querer ler mais e mais….

  2. Adorei!! Gosto muito de ler, adoro um boa história. Sou uma “Dominique” de 76 primaveras, verão, outono e inverno. Até mais abraços cordiais.

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Uma diferente exposição em Lisboa

Já gostei de Carnaval. Nunca muito mas o suficiente para pelo menos esperar pelo feriado. Hoje em dia, tenho pavor de tudo que se refere a Carnaval. Moro em São Paulo e acredito que bloquinhos possam ser bons para foliões porém para o comércio, para quem trabalha, quem se locomove, quem tem mais de 50 anos não é nada divertido. Pelo menos não para mim

-Ahhh Dominique, para com isso. São só 4 dias por ano! – diriam alguns.

Mas não!! Não são só 4 dias. São semanas!!! Com o pré, o durante, e acredite, o pós.

Portanto sempre que surge uma oportunidade, tento fugir do ziriguidum. E olha só que coisa impressionante! Não é que a tal oportunidade sempre aparece?

Esse ano vim trabalhar em Portugal num encontro de Produtores. É verdade!! O pior é que é verdade. Trabalhei! Porém nem só de trabalho vive uma Dominique, certo?

Aí, uma amiga me chamou para irmos a uma galeria em Lisboa. Nem ouvi direito o que era e aceitei o convite. Sou bem “facinha” para alguns tipos de programa, sabe?

E lá fomos nós para a tal Galeria Brisa enquanto no caminho minha amiga foi me contando um pouco do que se tratava e o que veríamos.

Uma ideia diferente. Achei muito criativo mas precisava ver para saber se aquilo realmente funcionaria.

A exposição traz uma editora carioca que faz livros de artistas com uma característica mega singular: cada exemplar constitui uma peça única, um original. E veja só a loucura pois nesses “livros objetos” trabalham dezenas de tipógrafos, impressores de gravuras ou serigrafias, marceneiros, artífices em acrílico ou aço, fabricantes de papéis artesanais, moldureiros, enfim profissionais de Portugal, Brasil e França.

Não tinha entendido direito o conceito até chegar na galeria Brisa. Foi quando percebi que na verdade eram obras de arte que tinham seu próprio livro . Ou vice versa. Baita ideia da Editora UQ!

Por exemplo, aqui você tem uma obra de Ferreira Gullar, sim ele mesmo o poeta, e o livro com poemas e outras obras dele. Tudo isso vem numa caixa personalizada bacanérrima.

Aqui vou mostrar uma foto para tentar dar uma visão da galeria. Mas claro que só um pedacinho né?

O interessante mesmo, é ver a obra na parede e poder folhear o o livro correspondente. Aqui abaixo, na obra de Daniel Mattar você pode perceber a dinâmica e como a exposição tem um caráter interativo.

Agora, o livro do Luiz Zerbini é uma coisa a parte. Capa de madeira, e seu interior com enormes surpresas a cada virada do que vou chamar de página, mas está longe de ser isso.


Não vou colocar todas as fotos aqui para não perder a graça, mas participam deste projeto: Pedro Cabrita Reis (PT), Luiz Zerbini (BR), Antonio Dias (BR), Daniel Mattar (BR), Roberto Magalhães (BR), Wanda Pimentel (BR), Ferreira Gullar (BR).

Se estiver ou for a Lisboa vale a pena visitar essa exposição. Eu amei!!

Brisa Galeria – De 21/02 a 23/03 
Rua Vitor Cordon, 44 Chiado


Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

8 Comentários
  1. Diminique querida! Obrigada pela linda materia da nossa Brisa Galeria, fiquei super feliz por nos prestigiar.
    Aos seus leitores obrigada pelo interesse, tenho postado no nosso instagram @brisagaleria um pouco da nossa exposição e será um prazer recebe-los, para quem estiver em Lisboa.
    Nosso site é http://www.brisagaleria.com e meu email para qualquer informação é [email protected]
    Um beijinho
    Bebel Moraes / Brisa Galeria

  2. O que desejo e que a data da exposição seja ampliada. Estou indo no dia 10 de abril passar todo o ano e ficarei triste se não conseguir ver admirar e quem sabe..

    Adquirir uma destas obras de arte.
    Obrigada pela informação.

    1. Olá Alzira, vamos adorar recebe-la na nossa galeria, em Abril já estaremos com uma nova exposição, mas terei grande prazer em te apresentar as obras que estão nessa exposição e tambem as novas.
      Nos procure quando chegar
      Beijinhos
      Bebel Moraes / Brisa Galeria

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A lenda de Sao Martinho e as Castanhas Portuguesas

Em novembro, dezembro, quando era pequena, lembro de ir com minha avó ao mercado municipal comprar castanhas portuguesas. Comprávamos quilos e quilos desta deliciosa semente.

Minha avó as fazia de diversas maneiras: assadas, cozidas, mas a que mais me impressionava era o tal Marrom Glacê. Levava dias para prepará-lo e minha função era embrulhas as castanhas duas a duas em gaze para irem ao fogo.

Isso, sei lá porque, era necessário embrulha-las naquele pano furadinho. Depois colocava-se em potes que ela esterelizava num processo complicadíssimo de ferve, seca, ferve e seca.

E pronto!! Um belo laço dourado no vidro e tinha aí o presente que muitas amigas esperavam da vovó todos os anos.

E quis a vida que este ano, 2018, eu estivesse em Portugal justamente no dia 11 de novembro, e com minha mãe.

Aqui, hoje é dia de castanhadas porque é dia de São Martinho.

E vamos a lenda..

Neste mundo globalizado em que vivemos São Martinho não é um santo português, veja só. Nasceu na Hungria no ano de 316 DC.

Era pagão, virou cristão..etc.. (estou resumindo, tá gente?)

E numa noite de chuva gelada de novembro, ele em seu cavalo, encontra um mendigo encharcado e desesperado.  Cheio de compaixão, o jovem desceu do cavalo e, com a ajuda da sua espada, cortou a sua capa militar ao meio e deu uma das metades ao mendigo.

De repente o frio parou e o tempo aqueceu. Este acontecimento acredita-se que tenha sido a recompensa por Martinho ter sido bom para com o mendigo.

Hoje em dia, sempre que em novembro, mês cinzento de outono, abre-se os sol, diz-se que chegou o Verão de São Martinho.

São Martinho tornou-se padroeiro dos mendigos, alfaiates, peleteiros, soldados, cavaleiros, curtidores, restauradores e produtores de vinho.

Frases e Provérbios de São Martinho

  • Por S. Martinho semeia fava e o linho.
  • Se o inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
  • No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho.
  • No dia de S. Martinho, castanhas, pão e vinho.
  • No dia de S. Martinho com duas castanhas se faz um magustinho.
  • Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.

E agora que tal algumas receitas com as divinas castanhas portuguesas?

1. Castanhas Assadas – Casal Mistério

Primeiro que tal o básico, mas um básico bem feito?

Como comprar castanhas:  escolha as mais duras, as mais brilhantes e, de preferência, sem aqueles pequenos buraquinhos que, às vezes, têm à volta. Outra dica: não se esqueça de lhes fazer um corte longitudinal, ou, se preferir, pode cortá-las em forma de cruz. Não interessa a forma como as corta, desde que as corte, senão o seu forno vai parecer o início da Terceira Guerra Mundial.

Ingredientes

(para 6 a 8 pessoas)

  • 1 kg de castanhas

Pré-aqueça o forno a 200ºC. Cubra a assadeira do forno com papel de alumínio. Com uma faca bem afiada, faça um corte em forma de cruz em cada castanha. Coloque as castanhas na assadeira e deixe-as assar durante 25 a 30 minutos, ou até ficarem amarelas e começarem a abrir. Retire do forno e tape as castanhas com um pano de cozinha. Deixe arrefecer até conseguir pegar nelas. Depois, retire o pano e descasque as castanhas antes de servir.

Nota: Esta receita não inclui sal, mas tem quem goste de polvilhá-las com sal fino (para agarrar melhor) antes de as colocar no forno.

2.COMPOTA DE CASTANHAS – site SAPO
Com apenas quatro ingredientes, pode apreciar o sabor deste fruto típico português  ao longo de todo o ano.
CREATOR: gd-jpeg v1.0 (using IJG JPEG v62), quality = 100

INGREDIENTES

Castanhas 600 g
Açúcar 500 g
Flor-de-sal 5 g
Sumo de laranja 1/2 laranja

PREPARAÇÃO

Leve as castanhas a cozer em água e sal. Depois de cozidas, escorra-as bem, retire-lhes a casca e leve ao fogo com o Açúcar

Deixe ferver durante quatro minutos.

Triture e deixe ferver durante mais quatro minutos.

Deite em frascos previamente esterilizados

3. Mont Blanc – Do site Panelinha

INGREDIENTES

  • 1 kg de castanha portuguesa
  • 1,250 litro de leite
  • 4 colheres (sopa) de açúcar
  • 3 colheres (sopa) de manteiga
  • 1 colher (sopa) de chocolate em pó
  • 1 colher (sopa) de rum
  • 250 ml de creme de leite fresco
  • morangos ou cerejas para decorar (opcional)

MODO DE PREPARO

  1. Lave as castanhas sob água corrente. Com uma faca afiada, faça um corte em cruz na base de cada uma.
  2. Numa panela grande, coloque as castanhas e cubra com água. Leve ao fogo alto. Deixe cozinhar por 1 hora e 30 minutos. Caso o corte em cruz ainda não esteja abrindo, deixe cozinhar um pouco mais.
  3. Retire as castanhas da panela e descasque, uma a uma, com uma faca afiada. A película marrom que fica entre a casca e a castanha também deve ser retirada.
  4. Volte as castanhas à panela, acrescente o leite, 2 colheres (sopa) de açúcar e leve ao fogo alto. Quando ferver, abaixe o fogo e deixe cozinhar, mexendo sempre, até obter um creme espesso.
  5. No espremedor de batatas, sobre uma tigela com a manteiga, passe o creme ainda quente. Acrescente o chocolate, 2 colheres (sopa) de açúcar e o rum. Misture bem até ficar homogêneo.
  6. Numa tigela com tampa, coloque o purê de castanhas e deixe na geladeira por até 2 dias para apurar o sabor.
  7. Na batedeira, coloque o creme de leite e bata até o ponto de creme chantilly. Reserve.
  8. Sobre a travessa que será servido o doce, passe o purê pelo espremedor de batatas novamente, isso serve para que fique com o aspecto de espaguete. Forme um montinho e coloque o creme chantilly ao redor. Decore com morangos ou cerejas. Sirva gelado.

AutorPanelinha

Tempo de preparoMais de 2h

ServeMais de 6 porções

Imagem da receita

 

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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Danças Ocultas – O nome que esconde uma grande surpresa

Cheguei sexta feira a Portugal onde participarei do Websummit 2018. Vou falar sobre o evento em um outro post.

Bom, mas o evento só começa na segunda. Tenho sábado e domingo para me aclimatar, passear e aproveitar.
Agora, o que fazer nesse sábado?
Não é minha primeira vez em Portugal, país que amo e tenho a sorte de ter compromissos profissionais e pessoais para poder cá estar algumas vezes.
Isso quer dizer que os passeios obrigatórios ja fiz todos, mais de uma vez.
Mas não posso não fazer nada!! Sensação de tempo perdido!!

Uma amiga indicou um passeio imperdível, a 1 hora e pouco de Lisboa, no Alentejo. Um hotel com um restaurante di-vi-no e paisagens idílicas..
Sem ver outras opções e no desespero do ócio em €, liguei para o Hotel Vale do Gaio para fazer a reserva para o almoço.
E foi com um enorme alívio que ouvi que o estabelecimento está em reformas e só voltará a funcionar em maio.
Sim, alívio. No fundo, no fundo, não estava muito afim de ir.

Não fique brava/o comigo mas tenho uma preguiiiiica de restaurantes.
Não consigo achar que ir a restaurante seja um programa.
A companhia, sim. A conversa, a troca, o companheirismos são motivos que me fazem ir a um restaurante.
Mas aí também posso ir a qualquer lugar né?

Voltando a meu sábado, comecei a procurar o que acontecia na cidade nestes sites tipo Time Out, NIT, etc..

Passando pelos eventos do dia 3/11, vi sim um tal de Danças Ocultas. Mas confesso que o nome não me animou nem a clicar para saber do que se tratava. Danças Ocultas? Fala sério..

Fui até o final da lista, voltei, e quando já estava quase me resignando a procurar um restaurante, vi que Jaques Morelenbaum era convidado especial do tal Danças Ocultas.

Péra… Olha só que belíssimo cartão de visitas. Ter como convidado este músico não é para qualquer um. Afinal ser parceiro com Tom Jobim é coisa de gente grande. Aliás, tive o prazer de assistí-lo com Tom, com Ryuichi (sim, o Sakamoto), e com seu quarteto.

Diante dessa credencial resolvi dar uma chance para esse grupo de dança e fui pesquisar. E pesquisando vi que não era um grupo de dança, e sim de música.
Comecei a escutá-los e nos primeiros minutos tive certeza que este seria meu programa de sábado.

Comprei as entradas pela Internet, e passei o dia me preparando para o show às 21h30 que aconteceria no Teatro Tivoli ainda por cima. Estava louca para conhecer esse lugar.

Cheguei cedo, e fui fazer hora no bar ao lado, que é um bar da moda. O Jncquoi (Lê-se Je ne sais quois).
Badalaaaaado.
Pedi um Gin Tônica cítrico e fiquei olhando o tempo passar enquanto pessoas passavam olhando o meu tempo suspenso.

Deu a hora. Fui pro teatro. Lindo Lindo. Lugar excelente.
E pontualmente entram no palco quatro homens e suas Concertinas.
Sabe o que é uma concertina? Eh um acordeão diatônico. E o que é um acordeão diatônico? Ahhh pra mim é tipo uma sanfona.

Então era isso. Um show com 4 sanfoneiros + um violoncelista (Jacques).
Gente. Foi das coisas mais lindas que já vi e ouvi. De arrepiar.

Estavam lançando o disco novo ” Dentro desse Mar” que foi produzido pelo brasileiro.
Pelo que entendi, o disco tem duas faixas cantadas, todas as outras apenas com belíssimos instrumentais. E no disco elas são cantadas por Carminho e Zélia Duncan.
Mas ontem quem as cantou foi Dora.
E ao final de sua primeira canção, sob aplausos da platéia, reparei que Jaques Morelenbaum  segurava o arco com uma mão e com a outra batia na perna, como se também aplaudisse. Olhava embevecido Dora sair do placo.
Não precisavam ter dito que Dora  é Dora Morelenbaum. Aquele era um pai orgulhoso de sua cria com voz de veludo.

Por vezes Morelenbaum saía e deixava os 4 sozinhos.. Ahhh que delicia.


Eles estão juntos há 30 anos. Possuem uma intimidade que se sente na musica.
E foi muito divertido vê-los interagindo.

Não sei seus nomes. Mas da esquerda para direita, o primeiro parecia estar lá para acompanhar, para fazer brilhar o som do grupo.
O segundo, parece que nasceu com o instrumento grudado no corpo. Toca com uma naturalidade, com uma facilidade e leveza, que fazia com que a concertina fosse realmente um órgão vital.
O terceiro tocava de uma maneira..de uma maneira…emocional. O cara sentia a musica, completamente envolvido em cada nota, gestos largos, gestos acanhados… Não conseguia parar de acompanhá-lo.
E o quarto..ah o quarto é aquele que se diverte. O cara estava realmente se divertindo enquanto tocava. Era tão nítido.
Na verdade todos estavam.

Não sei se você tem essas coisas… A felicidade suprema de descobrir algo que te faz ainda mais feliz?

A certeza que esse conjunto com esse nome estranho com uma música super contemporânea me acompanhará daqui pra frente. E eu a eles.

Poderia também ter sido um inesquecível Lombinho De Porco Preto Grelhado Pincelado Com Manteiga E Coentros Com Arroz De Hortelã  Ou Bochechas Estufadas Em Bôrras De Vinho Tinto Com Migas De Espargos  caso o restaurante não estivesse reformando e você estivesse comigo.

Veja e ouça um pouquinho do que é Danças Ocultas aqui nesse vídeo

O site do Danças Ocultas – https://dancasocultas.com/

Leia também:

Rever Portugal e abraçar minha gente

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

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