Família

O namorado da minha filha é um estorvo

Dominique - namorado estorvo

Planejei ter um filho. Sei até o dia em que foi encomendado. No 5º mês, descubro que é uma menina e surto de alegria. Saio insanamente às compras: roupinhas, jóias, fivelas, sapatinhos, quarto, decoração. AiQdelícia!

O rebento nasce linda, cabeluda, uma Elba Ramalho. Para se ter ideia, cortou as madeixas aos 3 meses de vida e, na festa de 1 ano, fez escova. Quase uma anã. Primeira neta do lado do pai. Mimada? Imagine! Ganhou tanta jóia que parecia a vitrine de uma loja de bijoux da 25 de março. Confesso que brinquei de boneca por muito tempo.

Similar a uma andança pelo Caminho de Santiago foi a nossa escolha pelo Colégio. Natação, ballet, inglês, festinhas, festonas, acampamentos, viagens, festa do pijama, Campos do Jordão em Corpus Christi com 11 adolescentes (esta vale uma outra crônica) e por aí vai.

Até que a princesa entra na faculdade. Uau! Minha filhota, que ontem usava fraldas, está alçando vôo solo. Seria muito melhor se fosse solo.

Sempre tivemos infinitas conversas sobre tudo. Todos os temas. Mas há de ter um limite, só que descobri isso tempos depois.
Não vamos nos enganar. Os tempos mudaram, a convivência mudou (o respeito, não), os namoros não são os mesmos, graças a Deus! Tenho várias amigas que se casaram virgens! Baita tiro no escuro, concorda?

Voltando ao caso, minha filha levou o namorado pra nossa casa. Entendo – agora – porque ela enrolou tanto para apresentar o elemento. Sabe aquele coque que os moços estão usando e que eu acho um HORROR? Pois é. O dito cujo tinha a metade da cabeça raspada e o que sobrou era um coque, meio oleoso, ensebado. Credo!

Quando olhei a orelha do cidadão – e era impossível não ficar fixada naquilo – vi que ele tinha uma argola do tamanho da minha frigideira (a maior) pendurada no lóbulo direito. Mas um buraco tão grande, tão grande, que eu podia atravessar meu braço inteiro pelo furo.

Tentado desviar o olhar, já estava ficando deselegante da minha parte, eu puxo conversa. O infeliz é monossilábico, justamente comigo que fico íntima da mocinha do telemarketing da NET.

– E ai, Thiago, que ano você está na faculdade?
– Segundo. Responde o ser.
– E gosta?
Diz a pessoa, um eloquente:
– Sim.
Como uma boa escorpiniana ainda insisto:
– Você pretende atuar em qual área?
O indivíduo solta:
– Não pretendo atuar na área.

Esbugalhei os olhos e pensei cá com os meus botões: se ele não vai trabalhar, minha filha que vai sustentar ou eu que vou sustentar? Como vou apresentar esta pessoa esquálida para os meus tios, sabe um Agostinho da Grande Família, só que metido a intelectual, porque cursa a Universidade?

A situação só ficou pior quando soube que ele já estava fazendo o segundo ano pela terceira vez. Meu Deus, ele vai jubilar.
Resolvo dar uma de leão da montanha e saio pela direita.

O casal de pombos com brincos vai para o quarto para assistir algo na TV, estudar, ouvir música. Prefiro acreditar nisso já que o que os olhos não vêem, o cérebro não registra.

Sentada na sala, com um livro nas mãos, mas sem a menor chance de absorver o conteúdo da narrativa, ouço a porta do quarto bater. Ops! Continuo fingindo imersão na leitura e juro, quase enfartei.

O moço do coque passa pela sala de cuecas. Isso mesmo – vou repetir – o moço do coque passa pela sala de cuecas, descalço, só que agora com os cabelos molhados.

Pensa que grunhiu algo? Como se eu fosse um abajur, foi até a cozinha e abriu a geladeira.

Meu mundo caiu e não era música da Maysa.

Com o sangue subindo para a cabeça, quase a ponto de capar a criatura, faço a respiração 4×4, neste caso fiz a 16×16.

Já um pouco mais controlada, parando de tremer, ouço a seguinte frase:
– E aí, o que vai ter para o almoço?

Não deu. Tudo tem limite nessa vida, aliás colocar limite é fundamental, liberdade não é libertinagem. Pera lá, hoje é domingo, eu não faço almoço, a gente come fora! Se quiser prepare um miojo, estorvo.

Enfim, depois de 3 dias, o projeto de índio vai embora, mas vai voltar.

Vejo aquele sonho de uma vida linda, dentro dos conformes, para o ser que expeli do útero cair vertiginosamente, em queda livre. Só me resta torcer para ela acordar em tempo de fugir do traste.

Que namorado ruim hein? Você já passou algo deste nível?

Leia Mais:

Casados há 24 anos e ainda namoram? Conta outra, pelamor!
Mãe de noivo também tem vez!

Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

2 Comentários
  1. Tô passando por uma situação parecida não tanto assim como essa narrada mas também tá difícil de aturar o sujeito não sei mais o que fazer tenho orado bastante por ajuda

  2. jamais alguém será bom o suficiente para nossos rebentos, mas precisam concordar, tudo tem LIMITES

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Ser pai e mãe

Dominique - Ser Pai e Mãe

Ser mãe e pai ao mesmo tempo não é tarefa fácil.
Pensando bem, acho até que é impossível.
Por mais que eu tenha tentado não sei se consegui.
Se eu tentava ser pai, virava uma mãe extremamente autoritária.
Se tentava ser apenas mãe, virava aquela figura superprotetora.
Olhando para trás hoje eu percebo como transitei entre estes dois extremos.
Sempre tentando acertar, obviamente.

– “Mãe, eu posso ir no festival x?”
Meus pensamentos…
⁃ Vai ter muita droga nesse lugar…
⁃ Mas se não for vai acabar virando um bobão, um ET…
⁃ E se for e acontecer alguma coisa? Nunca vou me perdoar…
⁃ Melhor deixar e colocar no colo de Nossa Senhora…
⁃ Não, não vai e pronto! É muito arriscado.
– Pode acontecer algo muito grave… mas o que?
⁃ Afinal, tenho de confiar na educação que eu dei.

E isso acontece todos os dias na minha vida… com cada um dos meus quatro filhos… pra vários pedidos diferentes….
SOCORRO!!!!!!
O medo de errar já é inerente a todas as mães.
Mas assumir sozinha toda a responsabilidade sobre aquele ser que você ama mais que a você mesma é surreal.
Pesado demais, exaustivo.
E aquela esponjinha de culpa que vem acoplada ao útero????
Parece que tudo o que acontece de ruim é culpa minha e tudo o que acontece de bom é mérito deles…
Mas, pensando bem, quem afinal formou esses adultos tão maravilhosos?
Euzinha!!!!!!
O que isso significa???
Significa que eu sou ESPETACULAR!!!!
Hahaha!!!

Maria Leite Ribeiro

SOU MARIA MONTEIRO LEITE RIBEIRO E TENHO 49 ANOS. APESAR DE TER NASCIDO “EM BERÇO DE OURO”, COMECEI A TRABALHAR COMO BABY SITTER AOS 15 ANOS. AJUDAVA DIARIAMENTE UMA AMIGA DA MINHA IRMÃ NAQUELA HORA CRÍTICA PARA TODAS AS MÃES: BANHO, JANTAR E HISTORINHAS PARA RELAXAR. FOI AÍ QUE DESCOBRI A MINHA VOCAÇÃO: SER MÃE. ESTAGIEI EM ALGUMAS ESCOLAS E ME FORMEI EM MAGISTÉRIO NO COLÉGIO SION. EU ME CASEI MUITO CEDO, COM 18 ANOS, E AOS 21 JÁ ERA MÃE DE 3 MENINOS (LOUCURA, LOUCURA, LOUCURA!). QUANDO TINHA 27 ANOS, EU ENGRAVIDEI DA MINHA CAÇULA. SIM, SIM… QUATRO FILHOS!!!!! E, SIM, TODOS DO MESMO MARIDO!!!! FIQUEI CASADA POR 14 ANOS E, AOS 32 ANOS, EU ME DIVORCIEI. DESDE ENTÃO SOU MÃE E PAI, ENFERMEIRA, DONA DE CASA, PROVEDORA, MOTORISTA, EDUCADORA, PSICÓLOGA, CONSELHEIRA, CHATA, CARETA (ÀS VEZES) E SEMPRE MALUCA. O PESO DA RESPONSABILIDADE DE CRIAR ABSOLUTAMENTE SOZINHA ESSES 4 SERES HUMANOS FOI E AINDA É BEMMMM PESADO. MAS QUER SABER? EU NASCI PARA ISSO. NÃO IMAGINO MINHA VIDA SEM ESSES CHATOS MARAVILHOSOS QUE ME PERTURBAM TANTO E QUE ME ENCHEM DE ORGULHO.

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O Dia Que Meu Filho Disse: Precisamos Conversar.

Dominique - Ser Mãe

Quando meu filho falou com todas as letras aquilo que eu já sabia no coração, mas procurava a todo custo abafar, foi como se uma avalanche de sentimentos tivesse me atingido.
Preocupação, medo que ele sofresse, medo de sofrer, vontade de proteger, vontade de chorar, de gritar, de fugir, de por no colo, tudo junto e misturado.
Ninguém espera por isso!!!!

Quando perguntamos a uma grávida: você quer menino ou menina?
Posso afirmar que nenhuma, absolutamente nenhuma mãe irá responder com um sorriso:
– Estou torcendo para ser gay!!!!!

Hoje me questionam se eu aceito numa boa.
Digo que não me foi dada a opção de aceitar ou não.
Assim como não foi dada a ele a escolha de ser ou não gay.
Meu amor absoluto, incondicional, estratosférico não me deu escolha.

Ele é meu filho, será sempre, mesmo que seja azul, verde, alto, baixo, gay ou hétero.
Foi fácil??
É fácil?
De jeito nenhum. Nem para ele, nem para mim.
Passamos por vários ajustes, adaptações, brigas e reconciliações.
Saímos cheios de cicatrizes e lesões, mas o amor que me une a ele nunca sofreu nenhum arranhão.

Disse a ele, no momento em que me contou a “bomba”, que ser gay não o faz melhor e nem pior que ninguém.
Que todos os valores que passei a ele continuam valendo.
Que princípios não dependem da sexualidade, dependem apenas do caráter e MEU fIlho (assim mesmo, com letras grandes, com muito orgulho) tem isso de sobra.

Ser mãe é maior que ser mãe de gays ou de héteros.
Ser mãe é amar, amar, amar e depois amar mais.

Maria Leite Ribeiro

SOU MARIA MONTEIRO LEITE RIBEIRO E TENHO 49 ANOS. APESAR DE TER NASCIDO “EM BERÇO DE OURO”, COMECEI A TRABALHAR COMO BABY SITTER AOS 15 ANOS. AJUDAVA DIARIAMENTE UMA AMIGA DA MINHA IRMÃ NAQUELA HORA CRÍTICA PARA TODAS AS MÃES: BANHO, JANTAR E HISTORINHAS PARA RELAXAR. FOI AÍ QUE DESCOBRI A MINHA VOCAÇÃO: SER MÃE. ESTAGIEI EM ALGUMAS ESCOLAS E ME FORMEI EM MAGISTÉRIO NO COLÉGIO SION. EU ME CASEI MUITO CEDO, COM 18 ANOS, E AOS 21 JÁ ERA MÃE DE 3 MENINOS (LOUCURA, LOUCURA, LOUCURA!). QUANDO TINHA 27 ANOS, EU ENGRAVIDEI DA MINHA CAÇULA. SIM, SIM… QUATRO FILHOS!!!!! E, SIM, TODOS DO MESMO MARIDO!!!! FIQUEI CASADA POR 14 ANOS E, AOS 32 ANOS, EU ME DIVORCIEI. DESDE ENTÃO SOU MÃE E PAI, ENFERMEIRA, DONA DE CASA, PROVEDORA, MOTORISTA, EDUCADORA, PSICÓLOGA, CONSELHEIRA, CHATA, CARETA (ÀS VEZES) E SEMPRE MALUCA. O PESO DA RESPONSABILIDADE DE CRIAR ABSOLUTAMENTE SOZINHA ESSES 4 SERES HUMANOS FOI E AINDA É BEMMMM PESADO. MAS QUER SABER? EU NASCI PARA ISSO. NÃO IMAGINO MINHA VIDA SEM ESSES CHATOS MARAVILHOSOS QUE ME PERTURBAM TANTO E QUE ME ENCHEM DE ORGULHO.

6 Comentários
  1. Eu sou gay,tenho 21 anos, mas meus pais n sabem, eles soltam indiretas e criticam e n respeitam o público LGBT. Eu vivo inseguro me fingido e sofrendo todos os dias.meu pai é um ogro e minha mãe uma evangélica condenando os gays ao inferno.
    Há momentos q eu quero falar. Mas tenho certeza q seria expulso de casa e agredido.
    Meus pais já disseram muitas vezes q preferiam ter um filho bandido/traficante a ter um filho “baitola”.
    Estou estagnado em várias áreas da minha vida por causa disso.
    Enfim
    Espero um dia sair do teto deles viver minha vida, poia sei q n terei apoio deles

    1. Scorpion,

      Eu não sou psicóloga, portanto não sei que orientação dar para você, mas acredito que eles falem isso porque tenham muito medo de você sofrer com agressões e preconceitos da sociedade.
      Mãe e pai amam os filhos incondicionalmente. Podem até ficar num primeiro momento assustados, apavorados, talvez até revoltados, mas nada como o tempo para apaziguar, principalmente se virem que você é feliz e está se realizando na vida.

      beijo grande

    1. Teresa,

      Filho é filho. Careca, cabeludo, baixo, alto, magro, gordo, hetero ou homo, como amar um filho só se ele for do jeito que a sociedade quer. Não existe isso.

      beijo grande

  2. Parabéns pela sua atitude!!!!!
    Filho o que importa é o carater o respeito o amor a humildade que apos esta atitude sua Vc transmitiu tudo para ele nesses anos de convivencia!!!
    O amor não tem sexo nem origem nem cor!!!!o amor de uma mãe é incodcional!!!!

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Linhagem

Dominique - Música
Há um tempo eu peguei o meu filho, então com 18 anos, ouvindo e CANTANDO JUNTO música sertaneja universitária.
Acho que era “Rock & Hudson”, ou algo parecido. Quase morri de desgosto!!
Mas, ao mesmo momento, percebi que ele me olhava fixamente e que cantava com um leve sorriso irônico e desafiador no canto da boca.
Ahaaa!!!
Aquilo era mais um de seus atos de rebeldia contra sua mamãe.
Ele realmente sabe como me atingir!
Percebendo isso, fiz o meu papel.
Reclamei. Esbravejei. Sapateeei. E ainda terminei dizendo:
– Só falta agora, em seus xavecos, você dizer que tem gosto “eclético” para música!!!!!
– Clichê não, meu filho… clichê não!!
Lembrei dessa historinha porque ontem, ao passar pelo seu quarto, vejo aquele menino lindo, lendo ao som de Dave Brubeck.
Ficou a certeza de que o fruto não cai longe do pé.
Além do gosto parecido com o meu para música, ele também leva consigo o mesmo humor e ironia que, por vezes irrita, e outras beira o deboche.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

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Na alegria, na tristeza e sem filhos

História enviada por Roberta Arantes

Vocês não tem filhos?
Algum de vocês tem problema?
O casamento não está indo bem?
Essas são perguntas rotineiras para nós que, casados há mais de 20 anos, não temos filhos.
E o assombro das pessoas aumenta quando falamos que não tivemos filhos por opção.
Como assim, por opção, as pessoas questionam.
Sim, por opção. Escolhemos NÃO TER FILHOS.

Alguns nos olham com pena e perguntam: quem vai cuidar de vocês na velhice?
Outros pensam: devem ser pessoas muito egoístas, não devem gostar de crianças.
Independente do que os outros pensam, imaginam, inferem ou interferem eu acredito e sempre acreditei que a maternidade não é para todas as mulheres.
Acho que a maternidade não é a certeza de felicidade conjugal.
Também acredito que optar por não ter filhos não tem nada a ver com ser ou não egoísta e, sim, com uma escolha do que se quer para a vida.

Nunca fui maternal…
Enquanto minhas irmãs brincavam de boneca eu estava lendo, brincando de escolinha ou de escritório.
Quando comecei a namorar o meu marido descobri que ele também não tinha um desejo louco por ser pai.
Nosso casamento sempre foi baseado no respeito à individualidade de cada um e optamos, desde cedo, a nos dedicar às nossas carreiras. Escolhemos ter liberdade para fazer nossos horários, viajar sempre que fosse preciso e estar disponíveis 100% para buscarmos nosso sucesso profissional.

E assim foi…
Moramos separados (por questões profissionais). Viramos noites, finais de semana e feriados trabalhando, ficamos 10 anos sem tirar férias. Alcançamos cargos executivos de primeiro nível e conforme o tempo foi passando fomos tendo cada vez mais certeza das nossas escolhas.
E em meio a tanto trabalho, tanta correria, ainda aprendemos a valorizar o tempo que estávamos juntos. Aprendemos a nos amar e a amar a vida que tínhamos e vimos que, realmente, no que tínhamos planejado para nós não havia espaço para filhos (por mais que isso pareça sacrilégio para alguns).
E isso não significa que não gostamos de crianças ou que somos egoístas. Gostamos de crianças e muito. Somos os tios mais “pais” que conheço e, mesmo nunca tendo filhos, Deus nos deu a dádiva de conhecer o amor incondicional por meio dos nossos sobrinhos e por eles somos capazes de tudo.

Mas não temos como não admitir que não ter tido filhos nos deu liberdade para pensarmos mais em nós e no que queríamos e hoje, com menos de 50 anos, conseguimos uma independência financeira que nos permitiu parar de trabalhar para curtir, literalmente, a vida. E curtir a vida significa fazer o que gostamos, significa estar em paz com nossa consciência, significa olhar para trás sem qualquer arrependimento ou vazio e ver que nossas escolhas nos trouxeram até aqui…. exatamente onde e como queríamos estar.

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

2 Comentários
  1. Esse é um daqueles textos que nos levam, de forma leve e sutil, a uma profunda reflexão. Lindo e muito verdadeiro. Sem dúvida, os tios mais “pais” que eu já conheci e um dos casais mais exemplares que eu tive a oportunidade de conviver. Obrigada, Roberta, por me fazer lembrar o quão grata eu devo ser pelo privilégio de poder escolher, sempre.

  2. E assim, foi… E assim, são!
    Tenho imenso orgulho em fazer parte da vida de vocês e tê-los presentes na vida da minha filha, que tem o privilégio de ser a sobrinha escolhida por Deus para vocês amarem.
    Admiro muito a trajetória de vocês e desejo que continuem alcançando todos os seus objetivos.
    Curtam muito esse status curtindo a vida, vocês merecem.
    Grande beijo,
    Cá e Bibi

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