Nessa quarentena a que todos deveriam estar obedecendo, nada melhor do que um filminho ou uma boa série. Por isso, preparei para você Dominique que é leitora e apreciadora da Sétima Arte, uma relação de filmes e séries já indicados e comentados.
Você poderá ler a resenha e ver o trailer, caso não se lembre, ou que não tenha visto ainda. Difícil essa minha escolha porque muitos bons filmes já saíram do catálogo Netflix.
Tomara você encontre boas opções para escolher seus preferidos e que seja um bom entretenimento nesses dias de confinamento social.
Relação de filmes e séries que já comentei e que continuam passando no Netflix. Divirta-se!
Nesse momento difícil para todos nós, um filme visto em casa pode aliviar a tensão que todos estamos sentindo. Por isso escolhi o filme “Sete Dias Sem Fim” que vou comentar e explicar para você porque gostei e estou recomendando.
“Sete Dias Sem Fim (This is Where I Live You) é uma comédia dramática escrita por Jonathan Tropper e dirigida por Shawn Levy. Baseado no livro homônimo do próprio Jonathan Tropper, o diretor consegue deixar no cenário de reunião familiar forçada, alguma nostalgia para pessoas distantes de suas casas onde passaram a infância, boas passagens de humor e algumas mensagens positivas bastante válidas.
Quando o pai morre, quatro irmãos, com as mágoas e cicatrizes causadas por suas respectivas vidas adultas, são forçados a retornar à casa paterna e viver sob o mesmo teto por uma semana, junto a sua mãe hiperativa e uma variedade de cônjuges, ex-namorados e afins. Precisaram lidar com as diferenças de cada um. Ao confrontarem suas experiências, e os estados desgastados de seus relacionamentos entre pessoas que mais os conhecem e amam, eles acabam por se reconectar de forma histérica e comovente em meio ao caos, humor, dor de cabeça e redenção que somente as famílias podem proporcionar. Encarar a realidade e a complexidade do luto e seguir em frente não são tarefas fáceis para nenhum dos personagens
Com poucos minutos de exibição nota-se a maioria dos problemas de todo o clã, e o quanto cada um deles tem dificuldade de viver em comunidade. Os bate-bocas e intrigas evoluem e tornam-se cada vez mais eloqüentes mostrando uma violência reprimida por anos e que somente piorou com o acúmulo de hostilidade e guardadas em virtude do afastamento entre eles.
A direção segura de Shawn Levy, que pega todas as qualidades legítimas e maduras do roteiro ligeiramente melancólico e as equilibra de forma brilhante com o humor, e este é um grande diferencial dessa comédia dramática. As piadas, as situações constrangedoras e os irônicos diálogos ocorridos no decorrer de sua duração funcionam sem falhas. Isso porque o elenco que compõe esse longa, além de afiadíssimo, simplesmente arrebenta em cena.
O roteiro ajustado de Tropper trabalha com sabedoria todas as emoções contidas em cada um dos personagens, e mostra que, apesar do claro incômodo presente na intimidade entre eles, ainda há espaço para a solidariedade e companheirismo, especialmente nos momentos de crise. Suas mensagens sobre valores, família, passado e futuro que estão em movimento, geram ótimas passagens dramáticas que não causam nenhum espanto com o formato de humor constante que essa comédia assume. Mesmo que a proposta não busque revolucionar, ela funciona e diverte como poucas. A ótima trilha que dá um ar indie à produção colabora para um desfecho rico e edificante dando como principal mensagem asbinfinitas possibilidades que se abrem ao ser humano mesmo diante de tantas adversidades.
Um filme muito interessante principalmente para quem gosta de histórias de família repleta de casos engraçados. “Sete Dias Sem Fim” apresenta diálogos fantásticos expressados por um elenco para lá de carismático. No conjunto da obra, o filme levanta boas reflexões sobre a vida, a morte e companheirismo de um jeito leve, e que te proporciona altas risadas, só isso já vale a pena conferir. Refleti muito, me diverti, e dei muitas risadas! Amei!
Show emocionante de Renée Zellweger que entrega uma interpretação intensa e faz jus à Judy Garland
Judy: Muito Além do Arco-Íris (Judy), drama que mostra o final da vida da atriz e cantora Judy Garland, uma das mais talentosas e importantes da chamada “Era de Ouro” de Hollywood. Ícone absoluto do cinema desde o sucesso, ainda adolescente, no clássico O Mágico de Oz.
O foco do longa está em sua decadência, quando teve que partir rumo a Londres para uma série de shows por não conseguir meios para se sustentar nos Estados Unidos, mesmo que isso lhe custe a falta dos dois filhos menores que não puderam acompanhá-la.
Judy Garland foi cria de Hollywood, para o bem e para o mal, e isto lhe custou um preço alto no âmbito pessoal. Foi submetida a anos de abuso emocional e até físico. O principal nome associado à dependência de remédios que a artista desenvolveu foi de Louis Mayer, uma das grandes figuras da indústria do cinema, que a obrigava a tomar anfetaminas e barbitúricos para agüentar as intermináveis e violentas horas de gravação de “O Mágico de Oz. Foi entupida de remédios também para emagrecimento, longas horas de jejum e uma opressão que lhe custou seu sono, sua saúde mental – e toda sua fortuna.
Judy Garland viveu seus poucos anos finais como quem sofreu de tudo um pouco. Do estrelato mirim ela foi à falência e para a falta de oportunidades profissionais.
Em “Judy”,esse tumultuado quadro é trazido pelas telonas, como se a própria atriz quisesse desabafar com o público – os únicos que foram realmente fiéis a ela. Para contar essa história, o diretor Rupert Goold fez uma escolha certeira e surpreendente: Renée Zellweger não só por sua qualidade vocal, mas devido à transformação física sofrida pela atriz nos últimos anos, que lhe rendeu anos de afastamento de vida pública. É impossível iniciar “Judy” sem ver em Renée a personificação da decadência, o impacto de sua caracterização é tamanho que até mesmo difícil de se lembrar que na tela está um personagem, e não a própria atriz. Renée consegue transmitir um vazio no olhar que impressiona. Entretanto é no palco que a atriz e personagem se transformam: com sua potência vocal, Renée traz para si a dramaticidade do momento da vida de Judy Garland, e o seu também. “Judy” é sua grande volta por cima, a chance de provar que ain da é uma grande atriz.
A hipnotizante atuação de Renée absorve com maestria a essência de Judy Garland. Do franzir dos lábios ao pescoço espichado que formava uma pequena corcunda, e com sua voz autêntica ela mesmo reinterpreta alguns dos hinos mais conhecidos de Garland, traduzindo naturalidade e uma semelhança admirável ao timbre da emblemática atriz.
Judy Garland buscou a vida inteira ser amada, ela digladiou até o fim com a sensação de abandono que a perseguia, enlameada pelos vícios em anti-depressivos, cigarro e álcool – todos vindos de uma vida absolutamente privada de suas próprias escolhas. A jornada da protagonista rumo ao fracasso é desoladora e consegue manter uma conexão de empatia com o espectador, mesmo que seja um período curto da vida de Garland a ser explorado.
O figurino traz uma releitura do guarda-roupa de Judy Garland, e Zellweger cria uma versão própria do ícone. A sua “Judy” é idealizada sem se tornar uma imitação.
Outro grande detalhe aqui é a direção de arte impecável, colorida e viva. A extravagância da fama e os luxuosos ambientes dos estúdios são trabalhados minuciosamente pela produção, até mesmo reconstruindo cenários de alguns filmes clássicos da atriz.
O final é belíssimo com a extraordinária cena ao som de ” Somewhere Over The Rainbow” e uma inesquecível interpretação passional de Zellweger que nos emociona e faz chorar!
Bravo Renée Zellweger que merecidamente foi premiada com o Oscar 2020 de Melhor Atriz.
O filme é “dela”! Renée Zellweger arrasou!!!
Vale uma ida ao cinema pela interpretação espetacular dessa atriz que provou que seu grande esforço e empenho valeram muito a pena!
Elzinha, vc viu a entrevista da Liza, que se negou a auxiliar os produtores contando histórias da mãe e se negou também , a assistir o filme? Será que ela mesma queria fazer esse papel?
Prefiro minissérie. Ahhh, você gosta de séries, né? Eu gosto. Quer dizer, gostava. De fato, o que gosto mesmo é de minissérie, ou seja, histórias com começo meio e fim. FIM!! Dá pra entender?
Não importa quantos episódios ou capítulos, desde que sejam numa mesma temporada.
Tô parecendo meio radical? Então vou explicar meu ponto de vista.
A minissérie é uma boa história. Essa história pode render um longa metragem ou 8, 9, 15 episódios de uma minissérie, dependendo da criatividade do roteirista. Se conseguimos contar uma boa história em 2 horas, por que havemos de contá-la em 15 episódios?
É simples. Porque gostamos de continuação. Escritores e roteirista podem ser muito bons, criando uma trama muito envolvente, entretanto numa temporada já conhecemos os personagens, qual o centro da história, as possíveis reviravoltas e o melhor de tudo é quando temos um fim. Sempre temos um fim.
Esse foi o caso de Big Little Lies, uma das minissérie que mais gostei em minha vida. Gostei da minissérie que não apenas teve uma trama super envolvente, mas desfecho espetacular. Pra mim tava bom. Me satisfiz com os 8 episódios e tive muito prazer em saber que tinha acabado.
Em virtude de um enorme sucesso, os produtores decidiram que uma segunda temporada, que não estava prevista, deveria acontecer, tornando Big Little Lies numa série com muitas temporadas.
Só um detalhe: a história da primeira temporada fechou tão redonda de tal forma que não deixou gancho para uma continuação. Sem problemas! Inventaram um gancho e enfiaram a inegavelmente atriz das atrizes, Meryl Streep, para tentar renovar a magia da trama, o que em minha humilde opinião, não deu certo.
Você assistiu Método Kominsky?
Primeira temporada maravilhosa sempre com diálogos fantásticos assim como uma amarração perfeita. Segunda temporada? Decepcionante, encheção de linguiça, lugares comuns. Justamente porque a surpresa e expectativa já tinham sido totalmente exploradas na primeira temporada. E mesmo assim deixaram um gancho para a terceira temporada que provavelmente não assistirei. Aliás, assisti a segunda de teimosa, porque há tempos que só assisto a primeira temporada de qualquer série.
Você lembra da Praça é Nossa? Tinha a surdinha da praça, que já sabíamos que todos os programas ela apareceria do mesmo modo e que ela escutaria as coisas de uma maneira diferente do que tinha sido dito. Em todos os episódios ela teria dificuldade para sentar e levantar assim como acabaria toda cena com seu indefectível bordão.
Assim como a Dona Bella (Zezé Macedo, na Escolinha do Professor Raimundo) toda cena acabaria espernenado no chão e gritando pois entendeu uma ingênua frase de maneira maliciosa. Toda vez. Não estou dizendo que esse humor é ruim, mas é previsível e tem com certeza seu público. É dessa maneira que eu vejo as segundas temporadas das minisséries. Em conclusão, são esticadas desnecessárias em boas histórias.
A excessão disso são os SitComs.
Pelo menos na minha opinião, por mais que se tenha uma trama permeando todas as temporadas, todos os episódios têm começo meio e fim. Você pode perder um, quatro ou eventualmente até cinco episódios que sempre se encontrará quando voltar a assistir. Pode perder uma temporada inteira, que provavelmente não fará diferença.
Os personagens ficam em nossas memória e deixam saudade. Quer ver?
Big Bang Theory
Friends. Você acredita que friends já tem 25 anos? Vira e mexe eu me pego vendo reprises.
Fran Nanny
Mash
Seinfeld
A Feiticeira
Jeanny
Diga-me você. Gostaria de saber. Quais séries você ficou triste quando acabou depois de 9 temporadas? Assistiu a todas?
E minissérie? E Sitcom?
Com toda certeza essa é apenas a minha opinião. E deve ter um monte de gente que não vai concordar. Isso é muito saudável. Quero saber.
Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.
Já nos cinemas brasileiros, o representante da Argentina na corrida do Oscar de Melhor Filme Internacional em 2020, A Odisséia dos Tontos (La Odisea de los Giles, no original) é uma obra recente a centrar sua atenção em heróis perdedores. Conversa muito bem com o público latino-americano, incluindo o brasileiro. É uma produção que diverte e emociona.
Dirigido por Sebastián Borensztein (Um Conto Chinês), o filme tem momentos bem tocantes, mostrando bem o drama dos personagens e o impacto da crise no país, mas também diverte ao abraçar a loucura de seguir uma história de vingança/golpe.
Recorte histórico da crise econômica, como o Corralito (congelamento das contas bancárias) que abateu o país em 2001, afetou diretamente a vida cotidiana de sua população. Foram sonhos obstruídos e planos incertos.
A busca pelo dinheiro e o golpe para tomá-lo de volta dos trambiqueiros que lhes roubaram em um país desesperado é envolvente, algo feito com maestria pelo diretor. Aliás, feito com o toque de humor tão característico que as grandes obras do recente cinema argentino demonstrou dominar tão bem.
Projeto único e divertido
Apesar de ser vendido como comédia, A Odisséia dos Tontos, não se encaixa somente nesse gênero. Suspense, ação, drama e thriller se misturam em um projeto único e divertido.
Em uma narrativa relativamente simples, o cineasta possui o mérito de comandar uma série de personagens humildes e atrapalhados, mas muito humanos. Tal humildade gera uma aproximação fundamental por parte do público.
Encabeçado por Ricardo Darín, espetacular como sempre, divide a telona ao lado de seu filho Chino Darín, e o elenco todo se mostra forte com uma excelente química entre si.
Outro destaque para o filme é a sua trilha sonora muito boa que constantemente marca a transição das cenas dramáticas, incluindo muitas melodias clássicas enquanto mostra as pessoas tentando recuperar o dinheiro que lhes foi roubado.
A comédia dramática tem um sarcasmo sofisticado, ótimos diálogos e um roteiro bem amarrado. Além de divertir, propõe uma reflexão séria sobre os tempos atuais na Argentina, também vivendo hoje uma grave crise.
A Odisséia dos Tontos é um filme que mostra os valores dos laços familiares e das amizades.
A comédia é garantida pelo que os atores fazem em tela, sem jamais soar piegas, o longa se preocupa em mostrar a vida como ela é.
Sucesso absoluto de bilheteria na Argentina, eu também particularmente amei!