Destaque

E se Woodstock tivesse acontecido no Brasil?

Sabe, algumas coisas eu gostaria de ter vivido como por exemplo, o Festival de Woodstock. Apesar de ter 5 anos naquele agosto de 1969, tenho memórias afetivas em relação ao evento. Por certo essas memórias foram construídas em cima do que se escreveu e do que se falou a respeito. Inegavelmente a experiência de Woodstock foi transformadora para os jovens que estiveram naquela fazenda americana por 3 dias. É provável que muito do que vivemos hoje é fruto de Woodstock.

Aí me pego pensando se haveria uma remota possibilidade de um Festival como Woodstock ter acontecido pioneiramente no Brasil. Será? *

Não sei. Entretanto sei que um Festival como o de Woodstock mudaria a cara do Brasil. E essa semana em que todos os veículos estão fazendo matérias do que foi o festival e seu legado, resolvi fazer um exercício. Escrevi um texto como se nosso país tivesse sido sede do maior evento de música do planeta em 1969.


E já na linha do “e se”, aposto que tudo teria acontecido no interior de Minas Gerais. Por que? Porque que outro estado do país tem uma cidade chamada Nanuque?
Existe nome melhor para um Festival do que Nanuque? Soa quase internacional, né não?


Bom, isto posto, vamos a meus delírios?

E se Woodstock tivesse sido aqui
O festival de música que mudou o Brasil faz 50 anos

O Festival – Onde

E foi há 50 anos que um punhado de jovens mineiros em férias por pura falta do que fazer, resolveram produzir um festival de música. Simples assim até porque antes de mais nada, mineiros são empreendedores até quando estão de férias.

Eram muitos os sócios naquele empreendimento. Estudantes de cursos variados da Universidade de Ouro Preto, que acabaram não viajando nas férias de verão.

Em 1969 o Brasil vivia um momento político dos mais difíceis da história. Entradas foram cobradas com o intuito de que o dinheiro arrecadado no Festival fosse enviado para as famílias dos presos políticos da época ou para aqueles exilados.
Com esse mesmo mote conseguiram surpreendentemente que todos os artistas aderissem ao evento e tocassem pela causa sem cachê.

Nanuque não foi a primeira opção escolhida para acolher o festival e sim Araponga, uma cidade na Zona da Mata (vamos combinar que Araponga também seria um nome maravilhoso) entretanto fazendeiros e coronéis de Araponga nunca admitiriam aquela invasão bárbara de jovens contraventores. Uniram-se formando uma comissão e mandaram o filho de um deles, recém saído do Largo São Francisco, impetrar algum mandato de segurança a fim de impedir aquela loucura . Tarefa bem sucedida visto que o Festival foi expulso sumariamente daquela área.

O êxito do jovem advogado espalhou-se rapidamente de tal forma que ele se tornou representante legal de grandes usineiros da região. Daí a se tornar um famoso advogado defendendo crimes cometidos por poderosos endinheirados foi um pulinho. Assim não demorou muito para que Marcio Thomaz Bastos se tornasse Ministro da Justiça.

E se o festival tivesse sido em Nanuque?
Você sabe onde fica Nanuque? 500.000 pessoas descobriram como chegar lá em 1969

Quando

– O evento que aconteceria em janeiro, no verão, teve que ser adiado para agosto por falta de licenças e outras burocracias do estado. Estipulou-se assim que o Festival de Música de Nanuque aconteceria nos dias 15,16 e 17 de agosto de 1969.

Os nascidos depois de 1975 não tem ideia da burocracia, lentidão e “cafezinhos” necessários para que as coisas funcionassem. Se temos hoje o sistema público mais eficiente do planeta, em 69 podíamos dizer que tínhamos o pior. Para os que não sabem, simplificar e digitalizar todos os nossos processos só pode acontecer depois que Roberto Justos entrou na máquina e inclemente, demitiu quem precisava ser demitido, começando assim a azeitar a máquina e principalmente simplificando processos que eram complicados por uma cultura que já não mais nos pertencia.

O Público


– O público presente superou e muito a previsão dos organizadores uma vez que Zélia Cardoso de Melo, responsável pela contabilidade do evento, estimou que 50.000 pessoas estariam no Festival . Pode-se dizer que ela passou perto (kkkk) uma vez que 500.000 pessoas passaram por Nanuque naquele fim de semana de agosto. Por causa de um “errinho à toa” de cálculo como esse Zélia desistiu da carreira de economista e foi tentar a vida como trapezista num circo da cidade.

Os Problemas e as Soluções

Os organizadores não contavam que inesperadamente 450.000 pessoas a mais apareceriam por lá causando um verdadeiro caos.
Mas as soluções apareceram porque afinal de contas os nossos jovens sempre foram muito mais criativos.

A maior de todos as dificuldades foi alimentar durante 3 dias aquele mundo de gente, no entanto o problema da alimentação não teria sido tão grave e desesperador se o responsável pela logística não tivesse fugido com o dinheiro. Ahhh sempre alguém foge com o dinheiro. E nesse caso foi um estudante argentino que não deixou rastros.
– A solução veio de um convento de freiras baristas que ficava às margens do Rio Mucuri e vizinho de um laticínio que doou todas as sobras de queijo. Por fim, o que alimentou  aquelas 500.000 pessoas foi o mineiríssimo pão de queijo feito pelas freiras com uma antiga receita de uma delas .

O Pão de queijo com Tubaína

-E foi assim que o pão de queijo ganhou fama internacional dando ao Brasil um quitute para representá-lo como os doces conventuais de Portugal, o faláfel de Israel e da esfiha dos Libaneses.

-A única bebida disponível além das pinguinhas dos alambiques era a dulcíssima Tubaína. E foi certamente em Nanuque que Tubaína caiu no gosto dos jovens. Em 1985 a Holding Tubaína Inc. comprou a Coca Cola tornando-se uma marca mundial.

Este foi o setlist para os 3 dias do Festival de Nanuque

  • Sá, Rodrix e Guarabyra
  • Lo Borges
  • Tete Espíndola
  • Lilian sem o Leno
  • Milton Nascimento
  • MPB4

Para o segundo dia

  • Raul Seixas
  • Tim Maia
  • Mutantes
  • Erasmo Carlos
  • Secos e Molhados
  • Jorge Bem
  • Tony Tornado

E para o último dia:.

  • Alceu Valença
  • Elba Ramalho
  • Gilberto Gil
  • Gal Costa
  • Wilson simonal.
  • Vanusa

Coisas que aconteceram

Tim Maia não apareceu. Deu o cano sem ao menos avisar. Para tapar o buraco na programação, uma das organizadoras colocou para cantar seu namorado uma vez que este tinha grandes aspirações artísticas. Pena  ele estar tão chapado a ponto de esquecer a letra de Blowin’ in the Wind levando a maior vaia. Foi aí que Eduardo Suplicy desistiu de ser vocalista na Banda Nagasaki e por conseguinte qualquer tipo de carreira musical, entrando para a política logo depois do Festival. Chegou a ser Senador da República, sempre entoando Blowin’ the Wind, nos bons e nos maus momentos.

Rita Lee no Festival de Nanuque
E foi com muito custo que Rita Lee conseguiu sua credencial para o Festival de Nanuque

– A segurança do show, não acreditou que Rita Lee era a Rita Lee. Ela teve que cantar Panis e Circenses para o leão de chácara, para que ele deixasse ela subir ao palco onde os outros integrantes dos Mutantes já a esperavam aflitos. Ritinha linda linda linda, tornou-se a musa do Festival de Nanuque e a rainha do Rock’n’roll. Estourou nas paradas de sucesso do mundo inteiro tendo Ovelha Negra em primeiro lugar da Bilboard por meses. Seus shows no Central Park ficaram famosos. Teve convidados como : The Doors, Beatles, Barão Vermelho, Simon and Garfunkel (teve um namorico com o Simon), Secos e Molhados, David Bowie, Cauby Peixoto e por aí vai. E até hoje, Ritinha nega-se a gravar CD de Natal. Talvez graças a ela essa moda tenha caído em desuso há anos! Só temos a agradecer, né?

E a chuva?

– Nuvens carregadíssimas aproximavam-se anunciando senão o apocalipse, uma tempestade indesejada. A turma da era de Aquário juntou-se num mantra com certeza de resultados positivos. Deram-se as mãos e juntos entoaram ritmadamente, como se fossem tambores indigenas – Chu-va não! Chu-va não! Chu-va é pra bur-guês! Aqui só tem nu-dez!. Infelizmente a chuva caiu a despeito dos clamores. Como sempre. E quem se deu bem foi o vendedor de capa de chuva, Luiza, Tia Luiza. Já sabem quem né?

– Acredite se quiser, mas durante aqueles 3 dias, não houve um único incidente violento. Pode-se dizer talvez que o ocorrido no show de Erasmo Carlos tenha sido áspero ou um pouco mais quente, mas jamais agressivo. Tremendão foi o quinto nome da noite, com a platéia já aquecida em todos os sentidos. Quando estava prestes a começar entra no palco um jovem muiiito louco chamado Olavo de Carvalho, fazendo um discurso de protesto contra a prisão de um companheiro de luta, o José Dirceu. Erasmo Carlos não achou engraçado. Muito pelo contrário, irritado grita para Olavo de Carvalho : – Cai fora!! Cai fora de meu palco!! Você não vai F****R com o rock’n roll

Vanusa, encerrou o festival, puxando um Hino Nacional, numa atitude altamente temerária para o período e o público. Porém foi acompanhada por um guitarrista desconhecido que fez alguns riffs em cima do Hino. A galera delirou. Talvez por conta do horário, da embriaguez, da exaustão ou ainda da micro saia da cantora, existe uma grande probabilidade de ninguém ter reconhecido aquela música como sendo o Hino Nacional. Os riffs de Pepeu Gomes foram eternizados assim como ele considerado o maior guitarrista de todos os tempo.

Alguns destaques

– Todo o evento foi documentado pelo jovem cineasta David Cardoso. Ele com sua Super 8 captou quase tudo e principalmente a essência do festival. Abandonou a faculdade de medicina, tornado-se um cineasta famosíssimo, ganhador de 2 Oscars, 3 Leões, e Palmas incontáveis com filmes sensíveis, profundos e de primorosa produção.

Amaral Gurgel, enviou o modelo Gurgel Itaipu Elétrico para desbravar a lama de Nanuque. Esse viria a ser o primeiro carro 100% brasileiro e primeiro carro elétrico do mundo já em 1969. Gurgel tornou-se o nome mais importante do setor automobilístico mundial. Chamou a atenção da Engesa, industria de tanques brasileira. Engesa e Gurgel juntos fundaram a EspaçoBr que em 1990 vendeu o primeiro voo comercial para a lua para Eike Batista.

Gurgel Itaipu, o carro elétrico Made in Brasil

Médicos? Para que médicos?

– Emergências médicas ocorreram aos montes. Inacreditavelmente nem uma única morte. Ainda mais se pensarmos que os médicos que tínhamos lá eram todos estudantes de universidades de medicina de diversos estados brasileiros. Foram recrutados pelos organizadores do evento e receberam em troca do trabalho, o transporte para Nanuque. Foi aí que Dráuzio Varella viabilizou seu sonho criando os “Médicos sem Fronteiras”.

E se nanuque tivesse sido aqui olha só os médicos
E aqui, alguns dos estudantes de medicina que se voluntariaram para atender a multidão de jovens que estiveram no Festival de Nanuque

E o argentino, hein?

Lembra do argentino que fugiu com a grana da logística? Ele voltou anos depois para o Brasil. Já não era apenas um argentino. Era agora um franco argentino por conta de seu casamento com uma milionária francesa que morrera subitamente deixando Luis Favre viúvo e solitário. E foi por isso que ele resolveu voltar para rever seus antigos colegas do Festival, sendo recebido e hospedado por Marta e Eduardo Suplicy.

Legado

O espírito do Festival de Nanuque, permeou toda a sociedade, facilitando a abertura política mostrando aos militares a maturidade de nossa juventude. A democracia foi restaurada na base da paz, do amor e da flor.

E assim o foi quando em 1971 as eleições diretas para presidente voltaram a acontecer no país. Eleito presidente da nova república democrática, Roberto Campos conduziu o país a liderança do bloco capitalista. Abriu nosso mercado, estimulando nossas industrias e seguindo os mais modernos conceitos da economia liberal.

E tudo na vida é uma questão de ponto de vista. Se o mundo é realmente redondo olha só como ficaria o mapa após Nanuque..

Woodstock no Brasil

Eu vou contar até 5 e quando estalar os dedos todos acordaremos no Brasil de verdade onde o Festival de Nanuque nunca existiu. E nos dias 14, 15 e 16 vamos comemorar os 50 anos do Festival de Woodstock, esse sim um divisor de águas

*Como bem lembrou Henrique Cury, tivemos no Brasil alguns festivais nos moldes de Woodstock como Águas Claras e Iacanga. Ambos aconteceram depois do Festival Americano. E vamos lá, por que você não faz como o Henrique e me manda uma sugestão para acrescentarmos nesse texto? Pode ser um delírio, uma possibilidade, um fato, o que vc quiser. Aí depois eu vou escrever a versão 2 de “E se Woodstock tivesse acontecido no Brasil” com todos so créditos. Gente, isso pode ficar muito legal, viu?

Nota: Não tive uma grande preocupação com coerência de datas e idades. Aliás com coerência alguma. Por favor não leve esse textinho muito a sério. Foi só diversão. Beijo da Lili pro cê, tá?

Leia Também :

Woodstock – Estilo Boho Hippie de se vestir

Passeando com o passado

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

5 Comentários
  1. Mas bah! Será que teria acontecido deste jeito ? não vi tu falando de ninguém tomado chimarrão e nem fazendo um churrasco de pelo menos umas lingüiças.

  2. Muito bom querida! Vá enfrente porque tens muitas riquezas internas para dividir conosco!! Bjo Vera

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Justiça e Punição

A comparação de Olhos da Justiça (Secret in Their Eyes), longa que comento hoje, com o argentino O Segredo dos Seus Olhos é inevitável. Por isso, antes de falar sobre o remake americano, vale esclarecer que são filmes muito próximos, não porque contam a mesma história, mas porque retratam nas entrelinhas as crises que assombram seus países de origem.

Se no longa argentino temos uma ligação entre um crime não solucionado com a política na Argentina após a morte de Perón, aqui a ponte se conecta com uma América tentando se recompor após o atentado terrorista de 11 de Setembro.

Quem não assistiu o magnífico argentino verá Olhos da Justiça como um grande filme.

Em Olhos da Justiça, um grupo de profissionais responsável por uma divisão do FBI – especializada em ações terroristas logo após o 11 de Setembro – é abalado pelo assassinato da filha de Jess (Julia Roberts), uma das investigadoras do departamento. Logo, o outro investigador da divisão e amigo da mãe da vítima, Ray (Chiwetel Ejiofor), e a procuradora Claire (Nicole Kidman) empreendem uma caçada ao responsável pelo crime que dura mais de uma década e transforma a vida dos três personagens.

Realizando uma reflexão sobre as cicatrizes que a violência deixa em seus personagens, Olhos da Justiça, de Billy Ray, aborda um ponto de vista pertinente sobre justiça e punição, deixando claro no seu desfecho quem serão aqueles que de fato sofrerão as conseqüências do crime por toda a vida.

 O longa obedece a cartilha do drama policial norte-americano, mas sem ofender ninguém. 

O que vai saltar de fato aos olhos será o empenho do trio principal. Cada ator defende com unhas e dentes seus respectivos personagens, e a dinâmica entre eles dá vida e garante o interesse na trama. O desempenho de cada um é impressionante.

Julia Roberts está maravilhosa no papel da agente Jess. Percebe-se claramente o sofrimento do seu personagem através do rosto dela. A variação da alegria, quando cenas de flashback de Jess e sua filha são mostradas, e tristeza e melancolia nos dias de hoje são claríssimas. Além, obviamente, da raiva e ódio demonstrados por quem tenha cometido o crime.

Outro que deixa claro em suas expressões e gestos, os sentimentos pelos quais o personagem que interpreta passou desde que o crime ocorreu e o impacto desse até o presente momento é Chiwetel Ejiofor. Nicole Kidman como sempre parece escolher personagens que se pareçam com ela de certa forma.

Contradizendo a todos, Olhos da Justiça surpreende como um bom thriller dramático, que se sustenta por si só, surgindo como um digno descendente do original. 

Olhos da Justiça é realmente um bom suspense.

Aqui fica a dica.

Assista o trailer:

Outros filmes com os mesmos atores:

Big Little Lies – uma série que você não pode perder

Filmes rodados na Itália


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Woodstock, as roupas hippies e o novo estilo boho

A década de 60 foi uma época de grandes mudanças sociais e culturais. A moda refletiu toda a novidade, com roupas em novas linhas, cores e formas. O estilo hippie – que ganhou o mundo após o festival Woodstock – foi tão marcante que até hoje inspira estilistas. Mas agora está representado em outro estilo e se chama Boho. 

O nome é derivado da palavra “bohemian”, que em português significa boêmio. O boho representa um pouco mais do que um jeito de se vestir. É um estilo de vida, com mais liberdade, descontração e despreocupação. As roupas no estilo boho misturam várias influências, como hippie, cigana ou vintage, muitas delas em tecidos leves e mais fluídos.  

Para comemorar os 50 anos de um dos mais influentes festivais de música do mundo, fiz duas seleções. Para relembrar, encontrei fotos que mostram os estilos de roupas nos três dias do festival. E para fechar, fiz a minha seleção favorita de roupas no estilo boho. Venha ver!

As mulheres no Woodstock

Meus looks favoritos do estilo boh

Roupas para Dominiques

Boné ou chapéu: sabendo usar eles podem ser estilosos

A moda é não combinar roupas e sapatos

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A Dominique que existe em cada uma de nós !

Por: ViCk Sant´Anna

Meu nome é Virgínia, mas me chamam de ViCk desde meus 16 anos quando conheci outra Virginia que tinha este apelido também. Aí eu gostei e adotei para mim. Gosto do meu nome de batismo, principalmente por ser uma homenagem à minha avó paterna que nem cheguei a conhecer. Ela também foi homenageada pelo meu avô paterno, Álvaro de Lima, que fundou o bairro Vila Virginia em Ribeirão Preto, minha cidade.

Faço ballet desde os 7 anos de idade e me formei aos 18. Mas acabei abandonando assim que me formei para fazer faculdade de publicidade e propaganda. Sempre gostei da área de comunicação.  

Foi no trabalho que conheci o meu marido, em 1992, quando construímos juntos uma produtora de vídeo.  Um encontro profissional e também um encontro de almas. Juntos, atendíamos a grandes cliente. Fazíamos videos treinamentos para a área de RH de grandes empresas. Fazíamos tudo praticamente sozinhos no início. Desde  atendimento, roteiro, gravação edição, aprovação e entrega. 

Os anos passaram e quatro anos depois ganhamos o nosso maior presente: Felippe! Com 18 anos de “namoro” e um filho de 13, em outubro de 2010 oficializamos o nosso casamento. Hoje nosso filho tem 21 anos e cursa o penúltimo ano da faculdade de Direito. Mesmo ele ainda morando conosco, a temida sensação do “ninho vazio” já me angustia, apesar de saber que faz parte da vida. 

Por este motivo, me dedico ao meu blog e a dança que ilumina os meus dias. Meu blog, o ViCkNeWs (ww.vicknews.com) foi criado em 2011. Nele, faço de minhas postagens algo que de alguma maneira seja útil para que minhas leitoras mudem o seu comportamento de maneira positiva. Além dos posts dos eventos que acontecem na cidade, sempre busco compartilhar com minhas leitoras algumas atividades que as façam recuperar aquele brilho muitas vezes perdido na rotina do dia a dia, no passar dos anos.

Uma paixão: o ballet

Escrevo desde uma nova cor de esmalte, um tratamento novo para os cabelos, uma massagem,uma make ou uma atividade física que dê prazer. Foi assim com meus posts sobre minha iniciação na corrida, no pilates, e mais recentemente, no pole fitness. Mas a atividade que mais me devolveu o brilho, que vai sendo perdido a cada ano que passa, foi o meu retorno ao ballet.

Depois de formada já há alguns anos, retomei esta atividade que sempre foi a minha verdadeira paixão. E meu post sobre este retorno repercutiu de maneira muito positiva. Consegui alcançar um desejo interno que muitas tinham de retornar também a esta arte. E várias leitoras retornaram depois de ler meus posts não só no blog como também em minhas outras redes sociais.

Por mais para baixo que eu esteja em alguns dias, o simples fato de ouvir o piano e me exercitar na barra me devolve todo o brilho necessário para seguir em frente e enfrentar todos os desafios. A mensagem que deixo não só nestes posts, mas também na matéria que fiz sobre o mesmo tema em uma das revistas em que tenho coluna, é de nunca deixar de acreditar nos seus sonhos e buscar realizá-los, independentemente idade e medida. Deixar os preconceitos de lado e se entregar ao que realmente as faz brilhar, um pouco mais a cada dia.

Foi através do blog que eu conheci as Dominiques e me encantei. Estou prestes a completar os temidos 50 anos e foi tão bom para mim encontrar Dominiques tão lindas e seguras de si no evento no restaurante no Shopping Anália Franco. Estou acostumada a conviver com mulheres mais jovens que eu, tanto blogueiras quanto as colegas de dança.

As amigas da mesma idade parece estarem sempre numa competição de quem está mais rica, mais gorda, mais enrugada, mais infeliz. A maioria está se separando, o que não é o meu caso. Mas me fez tão bem conhecer vocês, Dominiques, tão lindas e seguras de si. Quero ser uma de vocês e já me sinto uma.

Quero deixar aqui meu depoimento de como é para mim ter retornado a dança depois de tantos anos. Hoje é a dança que me devolve o frescor dos meus 20 anos. Não há nada que me tire o prazer que ela proporciona. Nem os fios brancos que começam a aparecer nem as ruguinhas que o botox ajuda a esconder. Se em alguns momentos me sinto invisível por não me sentir a vontade nas rodas dos mais jovens, é na sala de aula e no palco que me sinto iluminada. Não apenas pelos refletores mas internamente, mas  pela luz que sinto transmitir. 

Não nego que me incomodo com o espanto de muitas conhecidas quando sabem que eu insisto em continuar dançando. Mas vou continuar, até quando minha alma desejar e minhas pernas aguentarem. E espero influenciar mais “Dominiques” a fazerem o que as fizer feliz.

Amei conhecer as Dominiques e, apesar de não morar em São Paulo (sou de Ribeirão Preto), farei todo o possível para estar nos próximos encontros. Ah, também seria maravilhoso ter vocês por aqui…

“Se eu ajudar uma pessoa a ter esperança, não terei vivido em vão” –  Martin Luther King

#SomosTodasDominique

Sobre o evento Somos Todas Dominique

Um evento, um cliente, uma amiga e muitas histórias

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Memórias Secretas – busca pela vingança de algo que não se pode esquecer jamais

Hoje a minha dica é o filme Memórias Secretas, disponível na Netflix, que fala sobre o Holocausto de uma forma diferente do que estamos acostumados a ver.

 Memórias Secretas usa a guerra como mote, mas se passa muitas décadas depois do principal evento do século XX, porém o ocorrido ainda está muito mais presente nos principais personagens.

A história é simples: o nonagenário Max (Martin Landau), um sobrevivente de Auschwitz, prepara uma vingança contra o nazista responsável pela morte de sua família nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial.

Porém preso a uma cadeira de rodas e respirando com ajuda de aparelhos, ele não tem como executar o plano por conta própria. Para isso ele conta com a ajuda de Zev (Christopher Plummer), colega do asilo onde está internado, que tem início de demência. Contudo, Max o incumbe da missão de achar o assassino que matou a família de ambos. 

Drama, aventura e comédia

Então temos um drama histórico (o Holocausto) com pitadas de aventura (a caçada vingança) e levemente carregado de uma comédia involuntária (um senhor de quase noventa anos, sem memória, andando por inúmeras situações quase tragicômicas).

Atom Egoyan é um cineasta preocupado com a História. Em Memórias Secretas ele tem à sua disposição a parte mais crucial de um evento como esse: a pessoa, o homem, aquele que viveu na pele cada um desses episódios que, para alguns, estão apenas nos livros escolares.

No entanto, ele consegue construir uma trama tão bem elaborada e desenvolta que termina por funcionar também como um instigante drama de suspense, em que cada reviravolta pode levar sua experiência a um desfecho até então imprevisto.

Ao mesmo tempo em que o roteiro envolve o público em um suspense dramático, o roteirista consegue arrumar saídas para aliviar o peso da trama.

O veteraníssimo Christopher Plummer premia o público com uma brilhante interpretação. O personagem aparece quase o tempo todo e em toda cena há uma presença diferente e tudo que o personagem pede é colocado no limite, sem cair no exagero.

Vale o destaque também para o policial. O vigor que Dean Morris coloca no personagem é suficiente para nos brindar com uma das melhores e mais intensas cenas do filme. A cena em questão desperta tensão, incômodo e interesse. Muito por causa da atuação desses dois. O restante do elenco também é estrelar: o outro veterano Martin Landau tem aparições precisas e convence a todo o momento.

Um filme pequeno, mas que vai se agigantando durante seu desenvolvimento, até chegarmos a um desfecho arrebatador, que irá tomar qualquer um de surpresa pelo intrincado jogo de quebra-cabeças cuja última peça irá se encaixar, revelando um quadro inacreditável. Promete deixar refletir.

Memórias Secretas é um filme que apesar de algumas falhas, merece ser visto.

Confirma mais no trailer:

Outros filmes sobre guerrra:

Suite Francesa – amor proibido em tempos de guerra

The Post – a guerra secreta


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