Tag: familia

Pet é tudo de bom. Você sabe que ele dura muito, né?

Dominique - Pet
Antes de ter um PET é preciso ter consciência de que não é fácil.

Sou cachorreira, meus filhos são cachorreiros, meus primos são cachorreiros, vim de uma família cachorreira (mãe, tios, avós).

Temos um agravante, uma queda pelos fracos e oprimidos, abandonados, sarnentos, cegos, sem perna e mais uma lista de desgraças.

Faço campanha de adoção e já dei muitas entrevistas sobre o assunto para Veja, SBT, Record e sei lá mais aonde.

Bicho não é brinquedo. Sente dor, fome, frio, sede e precisa de amor. E bicho dura em média 15 anos. Dá despesa, se ficar doente, então.

Ah! Ele precisa tomar banho.

Tenho uma vira-lata linda, Lollypop Tereza, com 13 anos. Ela foi o cão chupando manga no asfalto quente quando jovem. Comia pneus de moto, cimento da parede, sapato, óculos, CDs, celular, latia a noite inteira, perdi a conta de quantas comidas roubou da mesa, do fogão, quase aprendeu a abrir a geladeira.

No carro, não podia ver uma bicicleta, moto, outro cachorro, outra pessoa. Passear com ela é um ato heróico ou desumano.

Numa noite de dezembro, estavam na mesa da sala 65 pacotes de guloseimas para o Natal de crianças que iriamos entregar no dia seguinte. Cada pacotinho tinha chocolate, balas, chicletes, pirulito, biscoitos e bombons. Saímos para jantar. Na volta, o ser de 4 patas havia comido todos os 65 saquinhos, com papel e tudo.

Foi para o canto do castigo na lavanderia. No dia seguinte parecia que a bomba atômica tinha explodido no recinto. Nunca vi algo como aquilo, ela teve diarreia e vomitou pela área de serviço inteira. Pensa que ficou doente, nada. Forte como um touro.

Ela era tão safada que eu acho que, antes de adotarmos, ficava na Rua Aurora de meia arrastão e sapato de verniz pink plataforma.

Ela é minha neta, sangue do meu sangue, minha amada, querida.

Tenho certeza que entende o que eu falo e sabe quando estou triste. É a única que fica feliz quando eu chego em casa… Ela conversa, não estou brincando, o idioma dela eu entendo.

Somos mais felizes com a Lollypop, aliás é difícil pensar que um dia ela vai partir. Não gosto nem de pensar como vai ser, o vazio que vai ficar, aquele olhar, aquela alegria.

Eles sentem amor e transmitem amor. É um amor incondicional. Gostam de você independente se você é rico, pobre, alto, baixo, gordo ou magro. Aliás, quase 100% dos moradores de rua tem um companheiro fiel de 4 patas. Eles dividem a comida que ganham com seu amigo.

A prefeitura de São Paulo precisou construir canis nos albergues para que os moradores de rua topassem passar a noite lá. Sem os seus pets, eles simplesmente não vão.

Vale a pena ter um pet? Ah! Se vale. Cada segundo vale ouro, mas recomendo fortemente um check list que deve ser feito e refeito, ao menos 10 vezes, antes de decidir ter um animalzinho.

  • No começo é muito provável que ele destrua seu sofá ou algum sapato seu. Está disposto a lidar com isso?
  • Até ele aprender a fazer no lugar certo, fará xixi e cocô no lugar errado. Como você vai fazer?
  • Ele come ração. Mesmo que você opte pela marca mais em conta isso vai gerar uma despesa. Você tem como arcar com isso?
  • O mesmo vale para o banho. Ele precisa ao menos de 1 banho a cada 15 dias.
  • Se ele ainda não for castrado, você vai precisar castrar, faz parte da responsabilidade de ter um pet e não povoar mais ainda este mundo de animais abandonados. Isso custa.
  • A área em que ele faz as necessidades precisa ser limpa duas vezes ao dia ao menos. Quem vai fazer isso? Esqueça se seu filho disser que vai fazer, ele não vai. Sobrará para você.
  • A água deve ser trocada todo dia.
  • E quando você viajar, aonde ele vai ficar? Mesmo que seja só um dia!

Se o seu filho quer um brinquedo, NÃO DÊ UM PET.

Se você for ter um filho, acostume seu PET com o novo integrante.

Sua vida, sem dúvida, será mais divertida, dinâmica, feliz com um PET.
Minha vida é mais completa com a Lollypop Tereza.

Leia mais:

Será que você sabe quem são seus amigos do peito?
História e Estória – Vizinha, minha parente mais próxima

Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

2 Comentários
  1. Marot, passei a entender teu amor por cachorros depois que virei “vó” de um shihTzu. Amo incondicionalmente esse quadrúpede, de nome Buddy! Pena que ele mora longe. Morro de saudade. Minha filha chega a ficar com ciúme do cachorro, tal o meu amor por ele.

    Beijos

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Cozinha e Copa – os lugares mais badalados e gostosos da casa


Qual é a sua relação com a sua cozinha? De amor? De afeto? Amigável? De aparências? De indiferença?

A ideia de cozinha traz consigo uma carga afetiva em nosso imaginário. É muito comum ser o ambiente preferido da família. Remete a cheiro de café recém-passado, de bolo saindo do forno, de mesa do café da manhã com a família reunida (tipo comercial de margarina). Em contrapartida, a vida agitada reserva muito pouco tempo para dedicação na arte de cozinhar. Mesmo assim, quem não quer uma cozinha de sonhos?

Hoje a cozinha é o ambiente mais caro da casa, na hora de montá-la ou de modernizá-la. Eu percebo que muitas pessoas se dispõe a gastar fortunas numa cozinha, não importando se gostam ou não de cozinhar.

A história da evolução da cozinha, no contexto dos lares brasileiros, é interessantíssima! A sua importância e sua localização, na habitação, foi mudando ao longo do tempo. Antes do surgimento da água encanada, em meados do século XIX, as cozinhas eram um lugar de muita sujeira, ficavam no fundo do quintal e de onde as donas de casa se mantinham longe. Imaginem a trabalheira que era preparar os alimentos sem água encanada, sem eletricidade, sem eletrodomésticos e sem supermercados!

Tempos depois, com água corrente em pias e fogões a lenha com chaminés, a cozinha foi trazida para dentro da casa burguesa. Eram espaçosas e acolhedoras, acompanhadas de uma copa, onde as famílias se reuniam para as refeições informais do dia a dia.

Dominique - Cozinha

Com a urbanização do país, a vida se tornou mais agitada e com a chegada do fogão a gás e da geladeira, na década de 30, preparar alimentos se tornou mais prático. As cozinhas passaram a ficar menores, perdendo a importância para o convívio familiar e pouca atenção recebiam quanto à decoração.

Após a segunda guerra mundial, houve uma proliferação de eletrodomésticos.  Além da geladeira, do fogão a gás, da batedeira e do liquidificador, foram surgindo o freezer, o micro-ondas, a máquina de lavar louça, os fornos de coluna e mais uma infinidade de equipamentos que exigiam maior espaço na cozinha. A indústria de eletrodomésticos bombardeava as donas de casa com comerciais na TV e nas revistas. Nesses comerciais, as donas de casa apareciam sempre felizes, bem arrumadas e de salto alto. Desde então, a cozinha vem se tornado cada vez mais o ambiente protagonista da casa, voltando a ser ambiente de reunião familiar e merecedora de atenção quanto à sua decoração.

Dominique - Cozinha

A partir dos anos 90, começam a aparecer as cozinhas integradas com o estar, moda inspirada nas cozinhas americanas.  Hoje é uma febre. Cozinha tem que estar na sala ou a sala na cozinha. Tem que ter ilha, mesmo que essa, em alguns layouts, mais atrapalhe do que ajude.

Eu adoro cozinha integrada! É aconchegante. A pessoa que está cozinhando (a dona ou o dono da casa) não fica isolada dos demais, participa das reuniões nos finais de semana com os amigos, da gritaria das crianças, da TV ligada na novela… Sem falar de como a cozinha está linda, com acabamentos que se harmonizam com os do living e com todos aqueles equipamentos top de linha que custaram os olhos da cara.

E durante a semana? Feijão no fogo, fritura de bifes e batatas fritas… Mesmo com o exaustor ligado no máximo, não há como impedir que a gordura vá, pouco a pouco, pousando sobre os equipamentos e estofados do living e que o cheiro se espalhe pela casa toda.

Mas há soluções para o problema: ou você muda seus hábitos alimentares, cortando definitivamente frituras ou você pode apelar para soluções arquitetônicas que acredito serem mais eficazes e seguras.

A cozinha também pode ficar isolada do living por portas de correr (em geral de vidro leitoso) que se recolhem, quando a integração é desejável. E outra solução, para quem tem espaço suficiente, é ter uma área separada, para preparar frituras.

Cozinhas podem ser aconchegantes ou com jeito de cozinha da família Jetsons. Ambas têm seus encantos. Mas independente do estilo, cozinhas têm que ser funcionais, com um bom aproveitamento do espaço. E ficam lindas com uma composição equilibrada de texturas e cores.

Escolhi algumas imagens que conceituam cozinhas moderníssimas e cleans ou aconchegantes como cozinha de casa de campo e que servem de inspiração.

Dominique - Cozinha
E aí, o que você achou dessas inspirações para cozinha?

Leia mais:

Que tal apostar nas cores na hora de renovar sua casa?
Jogar fora? Nem Pensar! Renove seus móveis

Turna Beck

Turna Beck é arquiteta da Sabendo Decor // Fones: 11-949921000/11-37585128 // [email protected]

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De mãe para filha: viver é ser feliz!


Eu vi minha mãe hoje e ela morreu há 19 anos. Não sou vidente, não fui a centro espírita nem encontrei nenhum médium. Simplesmente olhei no espelho. Cada dia que passa, vejo um traço dela em mim. Os olhos grandes, as olheiras, o cabelo, a expressão, o jeito de rir, o jeito de não rir. Sou parecida por dentro, nas entranhas, naquilo que eu jamais poderia imaginar e até naquilo que eu não queria ser.

Juro que não sei explicar se tais semelhanças se devem à genética ou à convivência, mas há momentos em que eu me confundo, me vejo falando frases que escutei durante a vida toda, uma espécie de mantra, e boa parte destas falas percebo agora, nessa altura do campeonato, que são crenças absolutas, veja só. Mãe, aquilo que era verdade, não é bem assim! E agora, como fica?

E o outro lado da moeda é muito mais sério. Olho bem para meu rebento. Minha pequena está se soltando para o mundo. Cabeça boa, personalidade forte, sabe o que quer, o que não quer. Sempre fiz questão de prepará-la para o mundo, dar liberdade com responsabilidade e agora caio para trás quando me vejo a analisá-la. Claro, sem que ela perceba. Vejo que tem um pedaço meu ali também, um pedaço que me assusta. Um pequeno ser focado, preocupado e objetivo com apenas 20 anos.

Que medo. O mantra que quero para meus filhos é o de ser feliz. Quem é feliz faz os outros felizes. Gente feliz é de bem com a vida. É feliz assim, por nada!

Ninguém tem que ser parecido com ninguém. Mãe é mãe. Paca é paca. O resto a gente já sabe.

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O namorado da minha filha é um estorvo
Meu amor, meu tesouro!

Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

2 Comentários
  1. Nossa Angelica você tem razão! Eu nao falo mais minha vó, minha mãe que diziam…agora sou eu mesminha. Também fico muito feliz em parecer com minha mãe, ela era muito alto astral, todo mundo gostava de ficar com ela por perto! aiQsaudade. Beijo

  2. Sabe qd percebemos isso muito nitidamente, quando deixamos de dizer as seguintes palavras… minha avó sempre dizia isso ou aquilo, e simplesmente aplicamos a frase diretamente como se fosse de nossa autoria. Detalhe… fui criada pela minha maevò. Me pareço Muito com ela, mas isso me agrada ela é uma pessoa muito especial, embora já falecida continua absolutamente viva em mim.

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Ser pai e mãe

Dominique - Ser Pai e Mãe

Ser mãe e pai ao mesmo tempo não é tarefa fácil.
Pensando bem, acho até que é impossível.
Por mais que eu tenha tentado não sei se consegui.
Se eu tentava ser pai, virava uma mãe extremamente autoritária.
Se tentava ser apenas mãe, virava aquela figura superprotetora.
Olhando para trás hoje eu percebo como transitei entre estes dois extremos.
Sempre tentando acertar, obviamente.

– “Mãe, eu posso ir no festival x?”
Meus pensamentos…
⁃ Vai ter muita droga nesse lugar…
⁃ Mas se não for vai acabar virando um bobão, um ET…
⁃ E se for e acontecer alguma coisa? Nunca vou me perdoar…
⁃ Melhor deixar e colocar no colo de Nossa Senhora…
⁃ Não, não vai e pronto! É muito arriscado.
– Pode acontecer algo muito grave… mas o que?
⁃ Afinal, tenho de confiar na educação que eu dei.

E isso acontece todos os dias na minha vida… com cada um dos meus quatro filhos… pra vários pedidos diferentes….
SOCORRO!!!!!!
O medo de errar já é inerente a todas as mães.
Mas assumir sozinha toda a responsabilidade sobre aquele ser que você ama mais que a você mesma é surreal.
Pesado demais, exaustivo.
E aquela esponjinha de culpa que vem acoplada ao útero????
Parece que tudo o que acontece de ruim é culpa minha e tudo o que acontece de bom é mérito deles…
Mas, pensando bem, quem afinal formou esses adultos tão maravilhosos?
Euzinha!!!!!!
O que isso significa???
Significa que eu sou ESPETACULAR!!!!
Hahaha!!!

Maria Leite Ribeiro

SOU MARIA MONTEIRO LEITE RIBEIRO E TENHO 49 ANOS. APESAR DE TER NASCIDO “EM BERÇO DE OURO”, COMECEI A TRABALHAR COMO BABY SITTER AOS 15 ANOS. AJUDAVA DIARIAMENTE UMA AMIGA DA MINHA IRMÃ NAQUELA HORA CRÍTICA PARA TODAS AS MÃES: BANHO, JANTAR E HISTORINHAS PARA RELAXAR. FOI AÍ QUE DESCOBRI A MINHA VOCAÇÃO: SER MÃE. ESTAGIEI EM ALGUMAS ESCOLAS E ME FORMEI EM MAGISTÉRIO NO COLÉGIO SION. EU ME CASEI MUITO CEDO, COM 18 ANOS, E AOS 21 JÁ ERA MÃE DE 3 MENINOS (LOUCURA, LOUCURA, LOUCURA!). QUANDO TINHA 27 ANOS, EU ENGRAVIDEI DA MINHA CAÇULA. SIM, SIM… QUATRO FILHOS!!!!! E, SIM, TODOS DO MESMO MARIDO!!!! FIQUEI CASADA POR 14 ANOS E, AOS 32 ANOS, EU ME DIVORCIEI. DESDE ENTÃO SOU MÃE E PAI, ENFERMEIRA, DONA DE CASA, PROVEDORA, MOTORISTA, EDUCADORA, PSICÓLOGA, CONSELHEIRA, CHATA, CARETA (ÀS VEZES) E SEMPRE MALUCA. O PESO DA RESPONSABILIDADE DE CRIAR ABSOLUTAMENTE SOZINHA ESSES 4 SERES HUMANOS FOI E AINDA É BEMMMM PESADO. MAS QUER SABER? EU NASCI PARA ISSO. NÃO IMAGINO MINHA VIDA SEM ESSES CHATOS MARAVILHOSOS QUE ME PERTURBAM TANTO E QUE ME ENCHEM DE ORGULHO.

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Perdoei a minha história

Olá Dominique.

Meu nome é Edna Freitas, tenho 49 anos, sou casada, mãe de 2 rapazes lindos e avó de 2 netinhos. No dia em que eu nasci, minha mãe me deu para outro casal. Fui criada como uma princesa em todos os sentidos.

Mas, mesmo assim, eu sentia uma falta muito grande dentro de mim, que era a de conhecer meus pais biológicos. Tudo o que eu sabia era que minha mãe de sangue tinha ido embora logo após o parto para o Pará e que meu pai se chamava Jorje Mesquita. Essas eram todas as informações que eu tinha deles.

Quando criança eu não ligava muito não, pois eu soube de tudo desde cedo. Mas, na adolescência, eu comecei a me revoltar. Não entendia porque um pai e uma mãe dariam uma criança do seu sangue para desconhecidos e nem porque eles nunca se preocuparam em saber o que aconteceu com esta filha, se ela morreu, se era bem tratada…

Quando meus pais adotivos faleceram coloquei na minha cabeça que iria procurá-los até encontrar. Mas eu tinha um objetivo: dizer umas verdades para eles e passar na cara deles que eu tinha sobrevivido sem eles. Eu tinha muitas palavras duras para dizer. Comecei a busca, colocando em rádios, pedindo informações em todo lugar. Mas era como se eles tivessem sido engolidos pela terra. Ninguém me dava informações sobre nada. Minha raiva só crescia. Quando eu via na TV pais procurando os filhos que deram quando bebês eu odiava todos eles. Eu até me culpava, pensando: “eu sou tão ruim que eles nunca quiseram saber de mim, nem depois de grande”. E por ai ía a minha revolta.

Quando me casei e tive os meus filhos passei a não entender ainda mais. Como um ser humano tem a coragem de dar um filho? Os meus eram a coisa mais linda, a mais importante da minha vida. Eu não suportava a ideia de me separar deles nem para trabalhar, tanto que eu não trabalhei enquanto eles eram pequenos. Não tinha coragem de deixar com ninguém, eu temia que eles fossem maltratados. E minha raiva crescia mais e mais…

Quando completei meus 47 aninhos… em um belo dia desabafando com uma irmã da minha igreja, ela falou a respeito do perdão. Naquele momento eu chorei muito e achei que tinha perdoado. Eu falava como se tivesse perdoado, mas no fundo não. A mágoa continuava lá, escondidinha. Eu já não tinha aquele sentimento de raiva, revolta, então achei que tinha esquecido. Um dia eu estava com uns problemas no casamento. Fui conversar novamente com a mesma irmã, esperando dela uma palavra sobre o meu relacionamento. Ela tocou no assunto de meus pais biológicos. Ela me falou de uma maneira que só sendo da parte de Deus, pois ali esqueci tudo o que estava vivendo.

Fui refletir sobre minha vida, minha história, meus pais biológicos, adotivos e ali encontrei uma brecha aberta do rancor, da mágoa. Nesse dia eu me tranquei no quarto e puxei uma cadeira. Pedi para o Senhor sentar ali naquela cadeira e tive uma conversa com Deus. Foi uma conversa longa e muitas lágrimas rolaram. Este foi o dia que senti que tinha verdadeiramente perdoado os meus pais. Tudo mudou pra mim, fiquei leve, mais feliz, mais amável. Eu já tinha desistido de procurar os meus pais pois foram muitas tentativas. De repente, me deu vontade de procurar novamente, e comecei a minha busca.

Apenas um ano depois eu encontrei o meu pai, com 86 anos, velhinho e morando de favor com uma irmã. Muito humilde. Foi muita emoção. De repente eu não quis nem saber o porquê de eles terem me dado. Minha mãe biológica já havia falecido. Eu trouxe ele para morar comigo. Hoje estamos juntinhos, e ele é tratado como um príncipe. Ele já disse que nunca imaginou um dia viver o que está vivendo agora. Ele me disse que não tinha nada, e nem ninguém, e que hoje tem uma filha, um genro que mais parece um filho, dois netos lindos e dois bisnetos.

E hoje sou completamente feliz.

Esta é a minha história.

Beijos

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

5 Comentários
  1. …e como é difícil perdoar o abandono!
    Mas a gratificação por perdoar é uma liberdade imensa para a alma.
    Eu sei. Um dia, eu conto!

    Bjs

  2. Acredito no perdão genuíno, aquele que é dado com o coração limpo sem nenhum resíduo de mágoa, tristeza…É divino esse perdão! Somente aqueles que realmente vive a palavra, consegue essa bênção. Lindo!

  3. Olá,um dia abençoado à todos,quero agradecer por esta oportunidade de poder contar minha história.Perdão não é uma opção
    É comum escolhermos o que vamos perdoar, baseados naquilo que acreditamos ser “perdoável” ou não. Algumas pessoas acreditam, por exemplo, que quando alguém comete o mesmo erro conosco mais de uma vez, não merece ser perdoada. Então elas criam uma espécie de “escala de perdão”. Mas a Bíblia nos mostra que perdoar não é uma opção, mas uma ordem de Deus. Veja o que Jesus disse: “Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe” (Lucas 17:3-4).A melhor atitude de toda a minha vida foi perdoar meus pais.É saúde p os meus ossos.

  4. Muito interessante essa história, porém o mais importante foi a linda Dominique ter liberado o perdão, e se sentir livre…Parabéns! !

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