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Os Sabores do Palácio – Um delicioso filme na Netflix

Banner_Os Sabores do PalácioHoje comento Os Sabores do Palácio, um filme belo que é uma delícia de se ver, disponível na Netflix.

Dirigido por Christian Vincent, o longa permite passar duas horas de mágico prazer gastronômico.

A trama verídica mostra o período no qual Danièle Mazet-Delpeuch trabalhou na cozinha particular do Palais de l`Élysée, residência oficial do então presidente francês, François Miterrand.

Danièle não era somente uma interiorana que foi enviada à Paris numa missão especial.  A francesa revigorou o setor da produção de foies gras, além de ser uma pioneira na organização de estágios para estrangeiros na iniciação em french cuisine.

O início do longa se passa, anos mais tarde, no Arquipélago de Crozet, na Base Científica Alfred Faure, onde a chef cozinhou por um ano, sendo que a narrativa volta algumas vezes sem explorar muito esses momentos.

Um dos aspectos mais interessantes do filme é justamente mostrar a relação de Hortense com o regente da França que se dá pelo gosto em comum pela simplicidade em várias questões: entre elas a culinária.

Interna_Os Sabores do PalácioMuito bom em Os Sabores do Palácio (Les Saveurs du Palais) é perceber que não há maior prazer do que o de redescobrir o gosto simples das coisas. Equiparado a ele, só o deleite causado pelos pratos elaborados no filme que são de uma perfeição capaz de encher os olhos e a boca de água. O feito se dá ao trabalho de famosos chefes franceses, como Guy Legay (do Hotel Ritz de Paris) que ajudaram na parte técnica do projeto.

O maior destaque fica por conta da protagonista, Hortense Laborie e sua sempre notável intérprete que construiu uma personagem que exala vigor e personalidade forte. Por seu trabalho em Os Sabores do Palácio, Catherine Frot recebeu sua nona indicação de Melhor Atriz no César, o Oscar Francês.

Méritos não faltam já que ela incorpora a personalidade da cozinheira mesclando doçura, petulância e certa neurose sobre a realização das refeições do presidente.

O fato de ter um cargo importantíssimo no Eliseu parece ter aumentado muito seu ego. No entanto, ela jamais poderia fraquejar, pois desde o início sofreu hostilidade da cozinha central, formada unicamente por homens que a olhavam de cima para baixo com ar de deboche. Impor-se em um meio masculino não é para fracas.

Os diálogos entre Hortense e seu assistente Nicolas (Arthur Dupont, que soube aproveitar muito bem seu papel) vão encantar os amantes da gastronomia.

“Os Sabores do Palácio” pode agradar tanto a quem gosta de cozinhar quanto aqueles que apenas degustam, mas apreciam a bela e meticulosa preparação dos pratos, como também agradará aos que gostam simplesmente de uma história bem contada.

Vale a pena conferir!

Sem dúvida um ótimo entretenimento! Os Sabores do Palácio – Cozinha de Excelência.

Trailer:

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Dica de filme cheio de emoção no cinema – Uma Casa à Beira-mar

Banner_Uma Casa à Beira-marSem pieguice, com narrativa simples, fluida e elegante, Uma casa à Beira-mar fala de solidariedade e humanismo.

Hoje minha dica é o emocionante longa, Uma Casa à Beira-mar, em cartaz nos cinemas.

Ambientado na região de Marselha, sul da França, o drama francês, Uma Casa à Beira-mar, dirigido por Robert Guédiguian, narra a história de três irmãos que se reencontram depois que o pai fica doente, em estado vegetativo.

O patriarca construiu um restaurante próximo à praia e fez do local o seu paraíso particular. Quando ele adoece, os filhos voltam à região para cuidar dele.

Angèle (Ariane Ascaride) é a última a chegar. Ela não guarda boas lembranças do lugar e precisa lidar com medos e rancores que a fizeram ficar longe dali e do pai por 20 anos.

Armand ficou por lá e tenta tocar o restaurante “bom e barato” fundado pelo pai.

Joseph é um desempregado amargo, escritor frustrado e namora uma mulher bem mais jovem (Anaïs Demoustier), que, aliás, parece estar à procura de novas emoções.

Com o passar dos dias, os irmãos precisam enfrentar a doença do pai e decidir o que fazer com a herança deixada, a casa e o restaurante.

Os irmãos discorrem sobre o passado, ficar ou não na pequena cidade, sobre lutar para sustentar os sonhos ou aceitar a realidade cruel das sociedades contemporâneas.

O cineasta olha para o passado, não por pura nostalgia ou para tirar conclusões apressadas sobre o presente, porém com a certeza de que algo bonito e de valor ficou para trás.

Guédiguian atinge uma leveza em que o menos é realmente mais. Sem alarido e com a melancolia que só os diretores na maturidade conseguem alcançar, eleva ainda mais seu humanismo em Uma Casa à Beira-mar.

Existe um tema de fundo que se revelará dominante – a dos refugiados que deixam seus países por causa da fome, da guerra, da falta de oportunidades. Eles são um tema da atualidade europeia e representam um desafio para governos e para quem ainda defende a existência de uma sociedade civil solidária.

Como cineasta, Guédiguian mantém um idealismo romântico, o apego às coisas simples, aos laços familiares, à ideia de comunhão entre os necessitados.

O longa é sobre vidas sociais versus individuais, que aprendem a cada dia o poder da tolerância em aceitar os limites, tempos, quereres, defesas, fragilidades, vulnerabilidades, solidões e outras consequências existencialistas das convivências interpessoais.

Os diálogos são realmente inteligentes. Todos parecem ter uma forma profunda e final de dizer as coisas sobre a vida e o que a resume, o que pode fascinar ou afastar.

O trabalho de Guédiguian consegue entreter e nos fazer apaixonar pela história da vila e seus ideais. Talvez a paixão esteja concentrada no próprio ser humano e seus debates internos, entre trabalho e relacionamentos.

Uma Casa à Beira-mar é apenas simples e neste olhar empático ao ser humano encontra-se uma sofisticação que poucas obras conseguem alcançar.

Belo!!!

E o desfecho emocionante!

Veja o trailer:

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O Orgulho – Preconceito, intolerância e o valor da palavra – nos cinemas

Desobediência – Um filmaço cheio de emoção. Imperdível!

2 Comentários
  1. Grata pela Dica ….! Amei este filme ! Realmente o Mundo girou …e o charme???Filme extremamente real! e, atual….sonhos, verdades, ….Evouimos para muito mais tristezas … econômicas e sociais …Lindo trabalho .., muitas emoções..,e nos leva a importantes reflexões

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O Orgulho – Preconceito, intolerância e o valor da palavra- nos cinemas

Banner_Dominique-Filme-orgulhoEstreia hoje nos cinemas, o filme “O Orgulho”, um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2018.

O filme fala da linguagem e força das palavras. A linguagem é a arma mais importante porque as palavras estimulam o pensamento, a reflexão.

O longa dirigido pelo franco-israelense, Yvan Attal, narra a história de Neila Salah (Camélia Jordana), uma jovem de ascendência árabe que cresceu nos subúrbios de Paris (Cretail) e sonha em ser advogada.

Desde o seu primeiro dia na renomada e tradicional Universidade Parisiense de Assas, ela entra em confronto com Pierre Mazard (Daniel Auteuil), um severo professor conhecido por ser racista e preconceituoso.

Ele a humilha na frente dos colegas. Com a cabeça a prêmio, o professor recebe do seu superior a proposta de treinar a jovem para um concurso de eloquência. O professor realmente a prepara, numa relação que evolui para o respeito, mas passa por muita agressão mútua.

Interna_Dominique-Filme-orgulhoO filme não é só sobre palavras, porque o professor reacionário ensina sua aluna – futura advogada – que a verdade não é o objetivo da justiça, e sim o convencimento. A eloquência é para convencer os outros do que ela quiser, não necessariamente a verdade. Isso dá realmente um debate muito interessante.

Apesar do clima “feel good” de superação das diferenças em nome de algo maior, o longa é atual e arrojado, se mostrando antenado com questões representativas e sociais.

O texto apresenta uma heroína, que apesar de representar uma minoria, tem força suficiente para ascender e conquistar seus objetivos. Jordana dá conta do trabalho, se encaixando de forma exímia na personagem.

Por outro lado, o roteiro apresenta o grau de dificuldade que figuras retrógradas e conservadoras possuem em se adaptar aos novos tempos, no qual o comportamento incorreto e ofensivo em relação a minorias não é mais tolerável.

Outro fator que encanta e sobressai como chamariz do longa é a incrível química de seus protagonistas, sem falar da atuação irretocável de Daniel Auteuil.

Um filme inteligente, ágil, fantástico!

Eu amei!

Vale a pena conferir!

Trailer:

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Fome de Poder – Um filme sobre a maior rede de fast food do mundo

Banner_fome_de_poderA verdadeira história por trás do sucesso da maior rede de fast food do mundo

Hoje minha dica é o filme, disponível na Netflix, Fome de Poder.

Fome de Poder tem um ritmo ágil, diálogos enxutos, atuações e um ótimo Michael Keaton no papel principal, mas sem dúvida, sensacional é a história real.

Fome de Poder explora a história da criação de uma das marcas mais famosas do mundo, o McDonald`s.

Dirigido pelo cineasta texano John Lee Hancock, o filme apresenta argumentos sólidos, mostrando todo o início da empresa pelos olhos do ambicioso Ray Kroc (Michael Keaton) que guia a trajetória da rede de lanchonetes.

Kroc foi o homem que criou o império do fast food, porém em cima da ideia da inovadora dos irmãos Dick e Maurice McDonald.

Quem já comeu um Big Mac deverá ficar curioso para conhecer a história.

Interna_fome-de-poderKroc (1902-1984) era um vendedor que percorria as lanchonetes emergentes da América, nos anos 1950, oferecendo novos equipamentos para facilitar a operação daqueles pontos de vendas de hamburger. Ao ser surpreendido por um pedido enorme dos misturadores de milk shake que vendia, quis saber mais sobre o desconhecido restaurante na Califórnia que teria demanda para tanto leite batido.

A perseverança de Kroc para entrar no negócio e com seu conhecimento do mercado, transformar o McDonald`s em uma rede de franquias esbarrou na pouca ambição dos McDonald. Eram veteranos no ramo muito satisfeitos com o sucesso local. Quando o obstinado Kroc consegue sua parte na iniciativa, o filme começa a contar em detalhes saborosos como ele vai espalhando as lojas pelo país, não sem enfrentar um milhão de problemas.

A tradução literal do título americano, “O Fundador”, vende o filme de um jeito e o título em português “Fome de Poder”, vende o filme de outro. Ambos corretíssimos, mas o foco está mesmo na disputa jurídica pela rede.

Ver os irmãos literalmente perderem sua criação para um empreendedor esfomeado por dinheiro e poder é uma premissa excelente para um bom filme.

Uma surpresa é a trilha sonora que consegue dar conta do triunfante para o sombrio – quando o sonho dos McDonald aos poucos se transforma no sonho de Kroc – com uma variação sutil de temas ao piano.

Michael Keaton vive mais uma vez o homem dúbio e empresta carisma e energia ao seu personagem impiedoso, vilão meticuloso que abre suas verdadeiras facetas conforme é atacado. Destrói os sonhos dos outros para alcançar status e sucesso. Keaton na pele desse conturbado Kroc demonstra mais uma vez sua qualidade como ator.

Vale a pena conferir essa história real e incrível!

Bom programa para você!

Tags: 2016, Cinema, Fome de Poder, Biografia, Drama, História, Estados Unidos da América, John Lee Hancock, Título Original, The Founder, Michael Keaton, Laura Dern, MacDonald´s, História Real, Netflix

 

Trailer:

https://youtu.be/hpSRzLUFkN4

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Desobediência – Um filmaço cheio de emoção. Imperdível!

Banner_Desobediencia
Adaptado do romance de Naomi Alderman, “Desobediência” é o primeiro filme em língua inglesa do diretor chileno Sebastían Lelio, aclamado pelos filmes “Uma Mulher Fantástica” e “Gloria”.

Desobediência é um longa que traz a história de Ronit (Rachel Weisz) que retorna para a comunidade judaica ortodoxa, da qual foi expulsa, após receber a notícia sobre a morte de seu pai.

Lá ela reencontra os amigos Rabbi Dovid (Alessandro Nivola) e Esti (Rachel McAdams), a amiga da infância com a qual teve uma relação na adolescência. O reencontro reacende a paixão de ambas enquanto elas exploram os limites da fé e da sexualidade.

Desobediência poderia ser mais um filme que retrata a homossexualidade e religião levianamente, mas vai além. A obra aborda tais temas com roteiro coerente, claro, com diálogos excepcionais e deixa o público entender bem o que os personagens estão sentindo ou pensando.

O roteiro ficou nas mãos de Lelio, escolhido pela própria Rachel Weisz, que além de atuar também participou da produção. Lelio e Weisz tiveram cuidado extra para que tudo fosse especial e retratado de forma positiva.

Na verdade, a obra não é sobre sexo, mas sobre a sexualidade em si. Weisz ficou ao lado do diretor especialmente na cena de sexo para evitar que predominasse um olhar masculino de alguma forma discriminador. Não apenas a cena é intensa e belíssima, como possui um significado muito forte no desenvolvimento dramático da história.

Os personagens Ronit, Esti e Dovid, trio de amigos de infância, preso a convenções de uma comunidade judaica que não apenas os cerceia, mas também os molda como os seus antepassados.

Durante o longa veremos esse modelo de sociedade ser não somente posto à prova como também questionado, o novo em contraposição ao estabelecido, e esse desejo de mudança e evolução vem de forma declarada e velada, aos poucos todos se encontrando numa curva comum.

É difícil chegar à conclusão de quem está melhor dos três. Rachel Weisz tem de fato sua melhor performance da década, muito centrada e muito segura de si.

McAdams também acima da média e num crescendo como atriz, adquirindo sobriedade e introspecção quando necessário.

Alessandro Nivola arrebenta com um personagem muito difícil, de nuances enraizadas e cheio de contradições. O ator explode na tela cena a cena em momentos arrebatadores.

Lelio mais uma vez demonstra exímio domínio de elenco.

Até o fim, o embate segue entre o que a vida é e o que poderia ser. Como diz o rabino no sermão, o que distingue pessoas de anjos e bestas é a possibilidade de escolher e desobedecer.

A trilha sonora também é coerente com toda a produção e a arte fez o trabalho que deve ser feito. É como se todos os itens se unissem para deixar o longa coeso em toda a montagem.

Desobediência, com toda certeza, vai para os melhores do ano, um filmaço que fará história para sua representação do feminino.

Trailer:

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