Destaque

Coringa – dramático, visceral, voraz e violento

O diretor Todd Phillips exibiu Coringa pela primeira vez durante o Festival de Veneza 2019, onde a reação imediata do público foi de oito minutos de palmas. A aclamação foi confirmada dias depois quando o longa levou o prêmio máximo do evento, o Leão de Ouro. Porém, nem todos os críticos viram com bons olhos a nova história do icônico vilão do Batman, pelo retrato brutal da violência psicológica e social de seu protagonista.

O famoso vilão ganha pelas mãos do diretor um profundo estudo da personalidade, investigando os acontecimentos que transformam um sujeito menosprezado pela sociedade em um anarquista insano e perigoso.

Coringa não é uma figura insana sem propósito. Ele é uma criação do colapso da sociedade contemporânea, em meio à ruptura de princípios éticos e morais.

Como alguém nascido em uma terra sem lei – a Gotham City de 1980 – ele surge como um mal necessário, o mártir de uma cidade cujas e sistemas não funcionam mais e são críveis.

Coringa é fruto de uma tristeza inimaginável na alma de um homem.

Como uma figura nascida sem lar e trazida para um seio familiar doentio, ele é o reflexo de uma vida de alienação materna, abusos e abandono. Acostumado a isso, o personagem – até então um homem consciente de sua complexidade mental e plenamente medicado a fim de controlá-la – constrói uma fortaleza de isolamento ao seu redor.

Interpretado magistralmente por Joaquim Phoenix, Coringa repensa a origem do super vilão – com a devida liberdade artística em relação às HQs, através da história de Arthur Fleck. Quase cadavérico de tão magro, com 23 quilos a menos, ele encarna Batman em sua versão mais crua: um comediante frustrado de Gotham que coleciona humilhações e traumas, ri de maneira descontrolada, se contorce em uma assustadora dança da solidão e “acorda” como uma espécie de líder anárquico de uma sociedade doente.

Impactados por sua sofrida trajetória, nos compadecemos de Fleck, que se transforma em uma visão da própria sociedade mundial, se tornando um fragmento de tantas histórias reais.

Talvez seja excessivo acusar Coringa de incitar a violência. Como arte, porém, o filme só parece funcionar como sintoma simplista e ressentido dos problemas sociais que tanto quer ilustrar: a postura indiferente das autoridades às classes mais necessitadas, o abandono, a exclusão e a solidão na grande metrópole, traumas familiares entre outras mazelas. 

Com uma trilha sonora adaptada que resgata clássicas canções de musicais dos anos 30 e 40, Toddy Phillips faz dela o guia das emoções e das sensações de Coringa, usando a música como maestro para conduzir o nível de intensidade da narrativa.

Um filme obrigatório de se ver!

Assista o trailer:

Outros filmes premiados em Veneza

Animais Noturnos

A Favorita


Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Os melhores aplicativos para usar em viagem

* Engenhotur

Um tempo atrás fiz um texto sobre viajar sozinha, seus benefícios e cuidados que devemos ter (aqui). Mencionei que um dos maiores companheiros que temos na viagem é nosso celular, pois nos conecta ao mundo, auxiliando na maioria das dúvidas que vão surgindo ao longo de uma viagem.

No texto de hoje trouxe ótimas opções para melhor ainda mais a sua viagem e auxiliar em possíveis dúvidas.

Flush

De repente bate aquela vontade incontrolável de ir ao banheiro e você não sabe por onde começar? O Flush localiza os mais próximos de você.

XE Currency

Você está no interior da África do Sul e precisa comprar algo que não tem ideia de quantos RAMs são em dólares. Use o XE Currency para fazer a conversão.

Swarm

Swarm é um aplicativo para que você descubra onde seus amigos estão e marcar um encontro, por exemplo. No modo automático, você compartilha apenas o bairro onde você está, assim como seus amigos podem fazer o mesmo. Caso você realmente queira compartilhar sua localização, pode selecionar o local e fazer o check-in. Vale lembrar que esse compartilhamento de localização não é obrigatório, e você pode desativá-lo se e quando quiser.

Uma das grandes novidades trazidas pelo Swarm é a aba de “Planos pela vizinhança”. Nela, você e seus amigos podem compartilhar a intenção de algum encontro, e combinar a saída por ali mesmo. Isso é muito legal, principalmente porque o aplicativo considera a distância entre você e seus amigos.

YELP

Esse aplicativo é perfeito para quem está em uma cidade desconhecida e precisa encontrar algum tipo de estabelecimento. Isso porque ele localiza através do GPS do seu smartphone restaurantes, postos de gasolina, shoppings, bares, padarias, e qualquer tipo de loja que você precise.

Na tela inicial, o app localiza os principais estabelecimentos perto de você, sendo bom também para conhecer novos lugares até mesmo na cidade em que você mora.

Splitwise

Perfeito para viagens em grupos! Esse aplicativo resolve aquela confusão de quem-paga-o-que e quem-deve-a-quem. A interface é simples e permite que você coloque quanto foi gasto e de quem foi o gasto. No final, o app faz as contas e diz quem está devendo quem.

A Engenhotur já organizou viagens para as Dominiques. Acompanhe eles por aqui: site | Instagram | Facebook

Maria Mazza

Amo viajar e amo conhecer lugares. Sou administradora de empresas, agente de viagens na Engenhotur e Dominique claro.

Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Envelhecer pode ser um barato!

Por: Cibele Hatoum

Em 19 de setembro a minha tia Margarida fez 93 anos. Fui dar um beijinho nela, como sempre, ver meus primos e a Neia (que trabalha lá tem décadas e diria que é a sua filha número três). Fui tomar aquele cafezinho, que eu nunca dispenso, como também o papo bom que ele provoca.

Olhando minha tia ali, sorridente, serena, feliz, indo e vindo em seus lapsos de memória, nos comentários que nos remetem a um passado tão gostoso ou nos fazem rir pela inocência que só o tempo devolve, eu pensei:

– Uau! Tá passando rápido demais!

Tia Margarida foi (e ainda é) uma das mulheres mais bonitas que eu já conheci. Figura imponente, classuda, vaidosa, sempre impecável com seus cabelos, unhas, maquiagem e perfume.

Ela, como minha mãe e as outras tias, era de uma geração em que o cuidado pessoal era automático, até o seu chinelinho de ficar em casa tinha um saltinho! Mas isso não a fazia frágil, tampouco fútil. De maneira alguma.

Viúva muito cedo, com dois filhos pequenos pra criar, a mulher que nasceu na década de 1920 e foi criada pra ser esposa foi muito mais que isso. Em um tempo que isso era bem incomum, tia Margarida e tia Minerva fizeram faculdade. Mulheres maduras, no final dos anos 70, não tinham essa pegada. Mas elas iam. Juntas! 

Orgulhosas e com um queixo tão empinado que muitos despreparados poderiam confundir com “metideza”, essa forma que encontraram de enfrentar o preconceito e a estranheza, era como encaravam a timidez em meio a tantos jovens numa cidadezinha na época com pouco mais de 20 mil habitantes… Elas “invadiam a praia” da moçada.

Estudaram, se formaram e se aposentaram como professoras de desenho. Elas eram fortes demais. Todas elas, cada uma a sua maneira. Mas hoje dedico minha lembrança a ela. A tia Margarida. A que cultivou com minha mãe a amizade mais sólida e cúmplice que já vi em uma existência inteira.
A que enfrentou suas limitações e sem se dar conta, se fortaleceu através das dificuldades, e principalmente, da sua suposta fragilidade.

Hoje, ela encanta com a doçura e a meiguice despretensiosa que a idade traz, talvez características da doença, mas isso pouco importa porque ela só quer dias assim: simples e felizes. Agradecendo o carinho. Agradecendo o amor. Ela agradece o tempo todo. Quando dá umas “fugidinhas” da realidade a gente busca ela novamente e ela canta! 

Surpreende por lembrar fielmente as musiquinhas infantis em árabe que eu já havia esquecido, canta hinos de anjos (que a Neia ensinou pra ela), e sorri, feliz da vida!

Envelhecer pode ser assim: leve!

Quando a gente abandona o peso das expectativas. Quando a gente não se cobra nada e se dá o direito de dizer o que pensa, resgatando uma liberdade que a infância levou, contando com a tolerância de todos porque, afinal de contas, a idade impõe esse respeito. É uma conquista do tempo não perdê-lo com o que não vale a pena.

Envelhecer pode ser muito bom.
E eu fico muito feliz em vê-la assim.
Que venham mais dias como esse….. e muitos aniversários tia querida. 
Para que continue cantando e encantando a todos nós.

Cibele Hatoum é jornalista.

Mais sobre Envelhecer:

Amiga para valer é tão gostoso quanto café com leite

Quando envelhecer, quero ir para um asilo topo

Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Lista de 9 mancadinhas que cometemos… ou não!

Tem coisas que fazemos, porém a experiência já deveria ter mostrado que não deveríamos. Mas insistimos! Pequenas ou grandes mancadas e deslizes. Alguma amiga transparente já deve ter falado isso. Se não falou, falaremos agora. Você vai ver que nada é tão sério assim. E pra tudo tem-se um jeito. Ou quase tudo…

Aviso importante: antes de qualquer coisa, faça o que você quiser! Você é “de maior”, vacinada e, principalmente, DOMINIQUE!!!!!

# 1
Base foundation pesaaaada e na praia. Aumente o tamanho do óculos escuros e do chapéu, e tire o reboque do rosto.

# 2
Ir a um bar sozinha e ficar com a cara enfiada no celular… Foi sozinha? Assuma!!!!! Faça o garçom te enxergar!!! Sim, eles costumam não nos ver quando estamos sozinhas. Peça uma taça de vinho… e saboreie! Olhando pra frente!!! Nunca para baixo!!

# 3
Roupa com transparência à luz do dia, até porque esquenta muito. Chega de suar, né, gata.

#4
Chamar qualquer mulher com mais de 30 anos e menos de 80 anos de senhora. Use “você” sempre, a não ser que odeie a megera. Aí faça-a se sentir uma anciã.

#5
Emagrecer dois quilos e comprar uma calça dois números menor. Anuncie os seis quilos que você perdeu (sim, seis). E compre uma calça preta caríssima do seu tamanho, mas que te deixa seis quilos mais magra.

#6
Numa separação de amigos, ficar com o lado mais $$$$ por que tem mais $$$$. Prestenção!!! Prestenção!!! Amanhã pode ser você.

#7
Fingir qualquer coisa. Se fizer isso, faça muiiiiitooo bem feito. Que ninguém perceba!!! Aliás, melhor até que você acredite.

#8
Olhar o tempo todo o celular durante um jantar ou reunião com amigos. Não aguenta??? Vá ao banheiro! Escondidinha.

#9
Referir-se a nós como cinquentonas ou mulheres maduras. Somos Dominique. Vou repetir: Dominique. Só mais uma vez: Dominique.

Mas gata… Você é livre. Faça o que quiser!
Você pode. Você deve!!

Data Publicação original : 07/10/16

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

1 Comentário

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

Rainha de Copas – emocionalmente devastador, drama dinamarquês fala da transgressão do feminino

Rainha de Copas, drama dinamarquês, impressiona pela ousadia do roteiro, excelentes atuações e direção refinada. Ambientada na Dinamarca, a história é contada do início ao fim pela perspectiva de Anne (Trine Dyrholm), uma advogada bem-sucedida, empenhada em defender menores de idade vítimas de abuso e violência doméstica.

Aparentando ter uma vida invejável, a renomada jurista divide seu tempo entre o trabalho e a criação de suas filhas gêmeas, fruto de seu atual casamento com o médico workaholic Peter (Magnus Krepper). O filho rebelde de seu marido, Gustav (Gustav Lindh), é enviado pela mãe para morar com eles, após ser expulso de um colégio interno na Suécia.

Anne, sentindo-se atraída pelo rapaz, vai ganhando aos poucos sua confiança até que finalmente o seduz, culminando em um caso extraconjugal que irá por em risco tudo o que já conquistou.

Um dos grandes méritos de Rainha de Copas é a criação de toda a ambigüidade da relação extraconjugal, uma vez que a protagonista trabalha como advogada de vítimas frágeis e jovens.

As figuras masculinas centrais – esposo e sócio – abertamente pedem apenas que Anne concorde com eles, e nos diálogos ela expõe sua personalidade inflexível quanto à fragilidade e insegurança dos homens que a rodeiam. Com a chegada de Gustav, Anne pode, enfim, extravasar seus desejos e frustrações assumindo a posição de dominante na relação.

Controle e Transgressão

Enquanto isso, no controle das emoções aqui expostas, está essa mulher, tão fácil de amar quanto de odiar, tão passível de entendimento quanto de desprezo, tão igual a tantos do lado da tela, mas tão reprovável em um comportamento proibitivo e, ainda assim, assumidamente humano.

É ao mesmo tempo, repugnante e fascinante, causando um conflito moral na mente de quem assiste. Inegavelmente o que está acontecendo é errado, mas há de fato, seqüências bonitas entre os dois, como a que brincam no lago, belissimamente filmada e iluminada. 

Outro aspecto que chama a atenção é a presença de uma marcante trilha sonora, trazendo urgência e antecipação de forma crescente para a história, quase transformando o filme em suspense.

Muito disso está também nas mãos de sua protagonista, a atriz premiadíssima, Trine Dyrholm em pleno domínio do jogo que lhe é oferecido, em poderosa atuação. A atriz em mesma cena consegue mostrar força e dominância na sua voz, enquanto seus olhos mostram fragilidade e medo.

Filme duro, mas irresistível

Diferente das atrizes de Hollywood, a dinamarquesa aceita a sua pele e, com o rosto marcado, até demais pela sua idade, encaixa-se perfeitamente dentro de seu papel. O sueco Gustav Lindh, como enteado, permeia perfeitamente entre o orgulho e instabilidade emocional, características conflitantes e normais para um jovem.

Magnus Krepper, o homem que se esforça do início ao fim para fazer a coisa certa, sem conseguir sequer chegar perto disso, são as outras pontas de um vértice tão sofrido quanto arrebatador.

May El-Toukhy faz de Rainha de Copas um filme duro, mas absolutamente irresistível. Intrigante de partida, envolvente no desenrolar, se confirma hipnotizante em sua conclusão.

Com uma narrativa fortíssima, com uma temática moralmente polêmica, a dinamarquesa nos apresenta um filme cuja trajetória angustiante nos faz mergulhar no enredo e mostra uma série de contradições que podem atormentar e rever condutas e valores. Uma sensível obra sobre poder, amadurecimento e sexualidade.

O longa é um convite para refletirmos nossas fraquezas, hipocrisias e nossa disposição em acessar nosso lado mais obscuro em benefício próprio.

Excelente!

Com certeza vale uma ida ao cinema para conferir esse filmaço.

Assista o trailer

Filme dinamarquês

Olmo e a Gaivota


Seja a primeira a comentar

Comentar

Your email address will not be published.

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.
CADASTRO FEITO COM SUCESSO - OBRIGADO E ATÉ LOGO!
QUER MAIS CONTEÚDO ASSIM?
Receba nossas atualizações por email e leia quando quiser.
  Nós não fazemos spam e você pode se descadastrar quando quiser.