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Mentira do bem – 3 mentiras que contei para não fazer mal a ninguém

Vamos falar sobre mentira?

Mentira #1

Oba…Festa de 50 anos da Alice. Festão. Vai todo mundo. Sabe quando as amigas estão no maior frisson? Whatsapp a mil.
– Com que roupa você vai?
– E cabelo?
– Você me empresta a sua clutch vermelha?
– Você sabe se fulano vai?
Enfim, esta curtição de antes do evento é uma delícia. E chega o dia. Valentina combinou de passar para me pegar.
Entro no carro e noto que a maquiagem dela está um pouco pesada. Mas deve ser a pouca luz.
– Nossa, Dominique, como você está bonita.
– Você também, Vale.
Chegamos à festa e, ao sair do carro, percebo que a Valentina, além de estar com uma maquiagem muito pesada, usava uma roupa que a engordava e a envelhecia.
Errou. Errou feio. Fazer o que? Acontece.
– Gostou da minha roupa, Dominique? Estou bem?
– Sim, amiga. Está ótima!
Menti. Menti. Menti.
O que adiantaria, já entrando na festa, dizer que aquela roupa não a estava favorecendo? O que adiantaria deixá-la insegura? Por que cargas d’água estragaria a noite dela?
Entramos, conversamos, dançamos, bebemos, rimos e fomos embora.
Com certeza ela deve ter sido alvo de fofoquinhas maldosas de algumas coleguinhas. Mas até aí, falamos de um monte de outras também. Faz parte.
E, numa outra ocasião, com calma e com muito jeito, falei que talvez aquela saia não ficasse tão boa com aquela blusa.

Mentira #2

Num boteco qualquer, lá pelas tantas, depois de outras tantas caipirinhas, Suzana me jurou amizade e amor eterno. Sabe aquelas coisas?
Eu disse que, da minha parte, ela sempre teria o mesmo.
– Dominique, sou e sempre serei a sua amiga, até de baixo d’água. Você sempre poderá confiar em mim. Desta boca só a verdade. Deste coração só amor sincero.

Muiiiiiita caipirinha. Eu sei. Mas, mesmo com todo este teor alcoólico nas veias, o teor de seu discurso parece coerente, né? Me desculpe. Não. Nem sempre. Não para mim.

Algum tempo depois esta mesma amiga foi vítima de uma reviravolta na sua vida.
Passou por baques e perdas horrorosas. Sofrimentos profundos.

Procurei Tânia, outra amiga nossa em comum, amiga muito querida, que com certeza poderia apoiá-la num determinado aspecto. Liguei, conversei e aguardei um retorno. Aguardei. Liguei novamente. Mandei mensagem. Aguardei. Até que, finalmente, a Tânia respondeu. Por mensagem…“Por favor, Dominique, não tenho estrutura e não quero me envolver com os problemas da Suzana. Não me procure mais. Sigamos nossos caminhos, quem sabe um dia, lá na frente…”

Li a mensagem, respirei fundo, deletei não só a mensagem, mas o contato dela e fui ver minha amiga Suzana.
– Suzana, você acredita que a Tânia está morando na Namíbia? Sério. Foi o primo dela que me contou. Por isso que não conseguia falar com ela.
– Nossa, será que ela está bem lá? Namíbia? Tão longe… Tomara que esteja bem, né, Dominique?
– Tomara.

Mentira #3

– Dominique, você é minha amiga, minha super e melhor amiga. Se um dia você souber que o meu marido está me traindo quero que você me conte.
– Vera, pois eu não. Não quero que você me conte caso saiba que estou sendo traída.
– Mas por quê? É claro que eu vou te contar.
– Querida. Se eu estiver sendo traída, em algum nível de minha consciência eu vou saber. Se não fui atrás, é porque não quis. Se não fui fuçar no celular dele, é porque não quis saber. Mas, se você me contar, AÍ eu vou ficar sabendo e AÍ TEREI que tomar uma atitude. Você entende?
– Ah! Mas comigo é diferente. Se você não me contar, eu vou considerar VOCÊ a traidora.

Suspirei fundo. Olhei para baixo. Fiz uma pausa para reflexão. Aproximei a minha cadeira da dela. Segurei em suas mãos. Olhei em seus olhos e disse:
– Bom, Verinha, se é assim, preciso te contar uma coisa muito séria.

Verinha ficou branca. Sua mão imediatamente molhou daquele suor gelado. Seu lábio começou a tremer. Mas o pior, pior de tudo, foi o jeito que ela me olhou. Seu olhar era de ódio. De raiva. E, ora vejam, contra mim. Ela estava com raiva de mim.
– Conta, Dominique. CONTA! Conta agora!
Soltei sua mão. Afastei a cadeira.
– Não, Vera. Não sei de nada. Não sei mesmo! Mas veja a sua reação.
Quero apenas que pense no que sentiu agora. E se quer realmente saber o que talvez não queira. A única coisa que eu posso te garantir é que EU não sei de nada.

Mentir é feio? Depende. Às vezes, a mentira é para o bem!

Leia mais:

Arrumar armário pode ser o começo de um novo ciclo
Passeando com o passado

Eliane Cury Nahas

Economista, trabalha com tecnologia digital desde 2001. Descobriu o gosto pela escrita quando se viu Dominique. Na verdade Dominique obrigou Eliane a escrever. Hoje ela não sabe se a economista conseguirá ter minutos de sossego sem a contadora de histórias a atormentá-la.

5 Comentários
  1. Adorei, Dominique, suas Três Mentiras…
    Realmente,tem hora que precisamos analisar profundamente se realmente vale a pena contará verdade para alguém!
    Já vivi isto e optei pelo silêncio… A verdade, naquele momento não seria boa para ninguém!

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Você gosta do seu nome? Ele combina com você?

Dominique - Nome
Da Rosa, da Violeta…O nome da gente é de uma importância impressionante. Ahhhh, você tá falando que não por que você não se chama Magenta. Tá bom, nem eu.

Muito já se falou de como o nome é determinante na vida da pessoa. Algumas, como diz o Zé Simão, são inclusive predestinadas.

– Ludmila: fala verdade, Ludmila nasceu pra ser princesa!
– Você conhece alguma Alessandra feia?
– Ou Melissa velha?

Não vou falar aqui de quanto os nomes podem influenciar na personalidade do meliante.
Vou contar algumas historinhas que vivi ao longo destes anos com amigas e nem tão amigas assim.

Uma vez, combinamos de almoçar 4 amigas. Fui a última a chegar e ficamos alguns minutos esperando por uma mesa. Foi quando ouvi chamarem por Sandra. E minha amiga Odete levantou. Olhei com cara de interrogação.
E ela:
– Vamos, somos nós.
Vendo que eu continuava sentada, ela me pergunta:
– Você acha mesmo que daria o nome Odete num restaurante bacana como esse? Para essa mocinha nesta saia curtíssima dizer em voz alta Odeeeeteeee??? JAMAIS. Sandra somos nós!
– Claro, Odete, claro…

Outra…
Já reparou a confusão que fazem com nomes que acabam com E ou com A?
Viviane/a
Cristiane/a
Gisele/a
Liliane/a
Matilde/a
Michele/a
Rosane/a
Mariane/a
Rosário/a
Enfim, ôô drama pra lembrar, né?

Juro, a Gisele tem muita cara de Gisela. Não é? E não sei com você…Mas comigo, se chamo errado uma vez, é pra sempre!

Outro dia, num encontro mais formal, fui apresentada à Liliana. Mulher séria, falávamos de trabalho. Na terceira vez que perguntei Liliana ou Liliane, escuto.
– Tanto faz.
– Como assim?
– Tanto faz, querida. Se você não conseguiu guardar meu nome até agora, nunca mais guardará. Portanto atenderei Liliana ou Liliane! Mas vamos adiante! O projeto!

Ooooo inferno, viu? Vergonha monstro. Entendi o recado.

Então, neste dia, desenvolvi uma técnica. Fico íntima! Isso! Fico íntima já na apresentação.
Vivi, Cris, Mi, Ro, Gi, Li, Lili, Ma, etc… Sem medo de ser feliz.
Até hoje, nunca ninguém reclamou deste ocasional e oportuno carinho.

E você tem alguma história com seu nome?

Leia mais:

O dia em que percebi o primeiro último dia da minha vida
Mentira do bem – 3 mentiras que contei para não fazer mal a ninguém

Dominique

Nasceu em 1964. Ela tem 55 anos, mas em alguns posts terá 50, 56, 48, 45. Sabe porque? Por que Dominique representa toda uma geração de mulheres. Ela existe para dar vida e voz às experiências, alegrias, dores, e desejos de quem até pouco tempo atrás era invisível. Mas NÓS estamos aqui e temos muito o que compartilhar. Acompanhe!

18 Comentários
  1. ahahaha…hilário os comentários e o post, mas nenhum chega oas pés de meu nome. Me chamo Janeisa Maria Steinbach Tomás. O Tomás é por casamento e casamento com um português. Pois é, sou Janeisa, porque minha mãe criativa do jeito que é escolheu a letra “J” para nomear os filhos Jane, João Luiz e Janine e aí quando chegou minha vez, deve ter jogado as letras do alfabeto para cima e conforme caíram, formaram o meu nome. Brincadeira à parte, já lutei muito contra mal entendidos. As pessoas não entendem nem ao primeiro som. Teimam em colocar um acento agudo na letra “i”, ou então querem colocar um diminuitivo e me chamar de Jane (não dá porque já tenho minha irmã) e assim entro em luta linguística a vida toda com esta criatividade em demasia de minha mãe. Fazer o que? C’est la vie!

  2. Me chamo José e tenho 30 anos. Sempre ouvi as pessoas chamando nos eventos ou pra fazer exame Sr. José qdo levanto eles questionam se sou eu mesmo. Qdo criança era raro encontrar outro José na mesma geração. Tenho sobrenome gringo que cada um pronúncia de um jeito, então cada um me chama de um jeito, amigos, família, trabalho cada um escolheu um sobrenome do 3 que tenho além dos que me chamam de Ze rs … acabei tendo que aceitar e ser feliz assim…rsrs

  3. Meu nome é Amélia, em homenagem a minha avó…Nunca conheci uma Amélia criança..rss. ..Não gosto muito do meu nome, me chamam de “Mel”…E acho uma tremenda falta de imaginação, sempre que conheço alguém, ouvir: “ahh, vc que é a mulher de verdade??” E cantam a música….

  4. Meu nome é Rosa, herdei de minha avó…Rosa Tania, assinado pela minha mãe…um nome único, nunca conheci outra Rosa Tânia…é a minha marca! Rosa é um nome poético, sensível e forte como eu. Um nome curto, sonoro, um sussurro! Adoro quando meu apaixonado fala ao meu ouvido, Rosa! Um nome universal, existe em muitos idiomas. Gosto dele falado no Inglês, onde o R é marcado, no Sueco o S é duplo, no italiano é uma paixão…rsrsrsrs!

  5. Meu nome é sueli de Fatima Leda….muitos me chamam de Li…Su…Leda..morei na Italia cinco anos eles nuncam conseguiram pronunciar Sueli..me chamamavam Suelen…ate me acostumei e gostava muito …voltei para o Brasil sueli era estranho para mim ..mas tudo bem….conheci Peter Americano que hoje é meu esposo incrivel suellen voltou pra ficar na America tambem a pronuncia Sueli impossivel…sempre a pergunta que vem aos meus ouvidos “”Seus pais assistiam o seriado “Dallas”haha…enfim…gosto de Sueli ..curto muito Suellen…na minha profissão fui conhecida como Leda…e assim virou uma curtição…se voce observar estou como Faty…vem de Fatima…Uma Aventura….abraços Meninas !!!!!

  6. Conheci uma “Deolinda” … em homenagem a uma tia e a enfermeira que ajudou no parto !!! Quando apresentada dizia : MEU NOME É DEOLINDA… mas não sou de Olinda!!!

  7. Me chamo Maria Dulcínia e segundo meu pai foi em homenagem a Enfermeira que fez meu parto (Puxa!!! Não podia ter sido uma Sandra,Márcia,Regina…rs).Sempre achei que era Maria Dulcinéia,mas ok…Depois de muito tempo conheci algumas Dulcínias- deve ter mais umas 2 no mundo…kkkkk.Nunca acertam meu nome fica sendo:Dulcinéia,Dulcina,Dulcinda e por aí vai.Não gostava de meu nome até que com uns 40 anos (tenho 59),um colega de trabalho falou que era legal.. .diferente…que tinha personalidade,etc.e só me chamava de Dulcínia (quase todo mundo me chama de Dulce),então assumi e agora gosto.Depois que “assumi”muita gente tem de chamado de Dulcínia naturalmente,sem errar.Freud deve explicar…rs…

    1. Que ideia legal do seu pai de homenagear a enfermeira, Dulcínia e um nome lindo! As pessoas devem ter pararam de errar por perceber que você tinha orgulho do seu nome.

  8. Meu problema não é o nome e sim o sobrenome: Paes.Escrevem Paz,Pais, Pás e até Pães. Já vou logo soletrando.

  9. Adoro meu nome mas ninguém entende de primeira: Milian. Qdo me perguntam o meu nome e eu respondo: é Milian. As pessoas entendem Emília. Ou então: como é seu nome? Milian. Ahmmmm? Aí tenho que soletrar letra por letra, kkkkk. Ou:ahhh, Miriam. Não. MILIAN.E assim vai. Amo meu nome pq é diferente e eu adoro ser diferente!!!!

  10. Meu nome é Egle! Dá para alguém entender de primeira? Sempre tenho que repetir ou até soletrar! Mas acho que tenho muita cara de Egle!

  11. Kkkkkkk Adorei o post! Hilário! Me chamo Elisabeth e gosto muito do meu nome. Minha mãe contava que era pra ser Rosemeire… Ufa! Ainda bem que meu pai mudou de ideia na hora de registrar. Sou a caçula de seis irmãos, e os cinco que chegaram antes de mim, tem nomes começados com E ou H, Eliana, Eladir, Herbert, Herter, Heloisa e quando eu tinha cheguei, pra fechar com chave de ouro, papai colocou EliSabetH, que começa com E e termina com H! Interessante isso! Quero ressaltar que não tenho nada contra o nome Rosemeire, mas gosto mais de Elisabeth, pois Beth, Betinha, Lis, Elis soam muito melhor aos ouvidos do que Rose, Rosinha ou Meire! Concorda? Beeeijo, Dominique! ! !

  12. Izildinha é meu nome.
    Izilda Zilda me soam totalmente estranho.
    As pessoas pensam q estou querendo ser íntima me apresentando pelo apelido MAS NÃO É APELIDO! É o meu nome…
    Para algumas mostro o RG. Na infância sofria, agora não me importo. Apesar de que ter um nome no diminutivo…

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Conversei com Roberto Leone, namorido da Consuelo Blocker

Dominique - Roberto
Roberto Leone, mais conhecido como Roby, tem 61 anos, é fotógrafo e namorido da Consuelo Blocker.

Como um italiano genuíno, tem orgulho de ser florentino! Tudo nele espelha isso
através de seu olhar mágico com reverência à luz e aos vários planos que se tem no
vale, onde nasce a cidade de Florença, berço do renascimento.

Fotógrafo elegante de porte e comportamento. Consuelo se declara apaixonada por
ele há 8 anos e afirma que a intensidade não muda, graças ao jeito espetacular que
Roberto tem perante a vida, sempre vendo o copo meio cheio.

Fizemos uma entrevista com ele que num bate-papo delicioso revela sua visão sobre Dominiques e seu relacionamento maduro com a Consuelo Blocker, a Dominique da
sua vida.

A Consuelo pousou de lingerie aos 49 anos. E estava uma delícia. Você foi o fotógrafo.
Foi exigência ou coincidência? Você deixaria outro fotografá-la?

Ambos ficamos surpresos com a tarefa, mas a ideia por trás disso foi excelente e o
desafio foi muito intrigante.

Pensávamos que seria melhor se eu fosse o fotógrafo, porque também sou seu
companheiro, uma pessoa que a conhece bem e a quem confia.

Claro que também sou italiano e não vejo por que alguém deveria fotografá-la em
lingerie! 😉 Estou brincando (parcialmente), pois acho que, além das habilidades
técnicas necessárias, tenho uma sensibilidade e uma cumplicidade com ela que são
definitivamente uma vantagem sobre qualquer fotógrafo designado.

Um relacionamento nem sempre é fácil. Para duas pessoas já com experiência de
casamentos anteriores o desafio é maior ainda. Sendo de países e culturas diferentes,
com filhos, deve ser mais complicado. Como foi?

Os casamentos anteriores falhados são, de fato, experiências que deixam cicatrizes em
nossa alma e podem dificultar os relacionamentos. Mas também devemos olhar para
essas experiências como estágios de aprendizagem que nos levaram a amadurecer e
nos ajudaram a melhorar a nós mesmos e, portanto, o relacionamento com um novo
parceiro.

Pessoalmente, aprendi a ouvir mais e me colocar no lugar da outra pessoa, antes de
julgar unilateralmente ou comportar-me de forma egoísta. Antes que essa palavra se
tornasse uma palavra elegante, percebi que a empatia é a chave para melhores
relacionamentos, com parceiros e pessoas em geral também.

Diferentes contextos culturais são obstáculos apenas quando temos uma mente
fechada. Quando abrimos para diferentes culturas, nos introduzimos em novos
mundos e isso é emocionante e não é algo que tenho medo!

Crianças de casamentos anteriores são, na verdade, o aspecto mais difícil de novos
relacionamentos. Isso requer extrema cautela e sensibilidade. Tanto quanto as
crianças poderiam ser doces e fabulosas (como são os filhos da Consuelo), é inegável
que não são nosso sangue e o vínculo inexplicável que nos faz aceitar qualquer coisa
de nossos próprios filhos, não funciona da mesma maneira para “adquirido” ” crianças.
E exatamente o mesmo se aplica a essas crianças, então, ao entrar em um novo relacionamento, o novo parceiro deve sempre lembrar que ele/ela não é o pai natural.
Ganhe e dê respeito e carinho, pois não vem naturalmente através do vínculo
sanguíneo.

We all know that menopausa is a bitch! Como é viver ao lado de uma mulher que está
passando por esta revolução hormonal?

A menopausa is a bitch? Mesmo?! Não notei 😉
Brincadeira à parte, a experiência requer nervos de aço e a paciência de um monge
zen! Eu comparo isso a navegar uma bela embarcação por uma tempestade. Difícil,
mas a viagem vale a pena!

O que faz você voltar pra casa (para o relacionamento) todo dia?

Pode parecer ruim, mas quando você tem alguém que é ao mesmo tempo o seu
verdadeiro amor, sua melhor amiga e seu sonho mais sexy, por que não devo querer
voltar para ela?

Você é um fotografo de extrema sensibilidade, vide a foto PB da Consuelo que
captou um momento único. Como você faz para isso se transpor em trabalhos
comerciais?

Esses tipos de imagens são fruto do vínculo especial e íntimo que temos. Adoro o que
vejo e quero tatuá-lo em minha mente com uma foto. Penso honestamente que eu
poderia reproduzir a cena, mas não a espontaneidade disso. O trabalho comercial é
mais aparência do que sentimentos…

Roberto, o homem também tem algum tipo de problema com o envelhecer? Você vem
sentindo algo diferente e como vem lidando com isso?

O envelhecimento não é divertido, mesmo para os homens! A maioria de nós
“meninos” tende a negar isso, mas não acredite nisso, como todos, nós sofremos ao
ver os sinais de tempo em nosso corpo. Há, naturalmente, momentos em que sinto
falta do meu corpo mais jovem e, especialmente, dos cabelos cheios, mas, como
Consuelo muitas vezes aponta, felizmente tenho um enorme ego e ainda me acho
muito legal! 😉

O verdadeiro segredo para lidar com esse processo de envelhecimento realmente
irritante, no entanto, é ser feliz com o que você é e se tornou e aproveitá-lo. Claro,
devemos nos cuidar bem: comer e beber com sensatez e praticar alguma atividade
física regularmente. E nunca, nunca, comparando-nos a um espécime mais jovem e
apto!

No Brasil, a maioria dos homens não encara bem o envelhecimento feminino. Celulites
e cabelos brancos são pecado. Como você encara isso?

Há homens que pensam assim também na Itália, mas, felizmente, são uma minoria
imatura. Sinto muito por eles, pois eles não sabem o que eles estão perdendo!

Claro, do ponto de vista puramente estético, a juventude é atraente. Mas, pessoalmente, acredito que o velho ditado “envelhecido como um bom vinho” é absolutamente verdadeiro e representa perfeitamente o conceito.

Quando você é jovem, seu gosto não é realmente desenvolvido, e uma cerveja “estupidamente gelada” parece ser a única coisa que deseja.

As pessoas que tentam desmantelar minha teoria apontam que uma cerveja é sempre
agradável, ainda mais tarde na vida. Isso pode ser verdade, se você está comendo pizza
(você tem uma vida/mente simples). Se, por outro lado, você aprimorou seu gosto e
começou a desfrutar de comidas mais complexas, você nunca teria uma deliciosa
refeição de alta gastronomia bebendo cerveja! Você gostaria de uma boa garrafa de
vinho, saborear e apreciá-la por suas múltiplas facetas e sensações durante todo o
menu (vida).

Traduzido para uma imagem menos poética, devemos apreciar todo o apelo de um
bom vinho, em vez de adorar qualquer coisa com um conteúdo de álcool!

Eu não preciso dizer às minhas amigas quão interessante e atraente uma mulher se
torna com a idade! Talvez com um pouco de celulite e cabelos grisalhos, mas com uma
mente mais ampla, vida cumprida e plena consciência de sua própria feminilidade e
sexualidade. E eu acho isso irresistivelmente sexy …

Leia mais:

Final do ano – tempo de reflexão pessoal e balanço da vida!
O dia em que percebi o primeiro último dia da minha vida

6 Comentários
  1. Amo o casal, são belíssimos, são inspiradores! um belo exemplo de felicidade na maturidade, transmitem afinidade, simplicidade, elegancia, charme, sensualidade..tudo de bom! Vida longa aos apaxonados!

  2. Adoro a Consuelo, elegante e espontânea e vejo que o Robbie e ela são pessoas maduras que sabem usar seu lado criança para dar aquele toque de alegria no relacionamento.
    Vida longa aos dois apaixonados!

  3. Quanta sensatez num homem só. Infelizmente o homem brasileiro não tem essa maturidade. Parabéns à todos envolvidos na entrevista.

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Infarto na hora H – Curiosidade tem limite, falta de juízo não!

Dominique - Infarto
Tenho uma amiga, muito, mas muito querida, que se meteu numa encrenca monstro por pura falta de experiência, ingenuidade e um tico de Alice no País das Maravilhas.

Casada por 25 anos com o mesmo homem, primeiro e único. Infelizmente, uma série de mal entendidos e infortúnios ao longo dos últimos 5 anos, levou o casal a pedir o divórcio.

O impacto da solidão a assombrou. Preferia ficar num casamento já destruído a enfrentar a vida sozinha. O terror de se ver só fez com que o juízo que lhe restava escoasse pelo ralo.

No afã de encontrar um companheiro, parceiro, namorado ou algo do gênero, cadastrou-se em um destes aplicativos de relacionamento. Isso há 12 anos, quando não se falava muito sobre encontros através da internet.

Entra no aplicativo, preenche o perfil tomada por um medo surreal, mas sincera em todas as respostas. Absolutamente franca, aberta, clara, até demais da conta.

Sem noção, marca um encontro com um cara, aparentemente bonitão, que morava no interior. Graças ao bom e santo Deus foi num shopping de São Paulo o que na história não refrescou muito.

O furor uterino era tanto que, sem mais delongas, topou ir a um motel. Aquela vontade insana, ovários em polvorosa, adormecidos há anos, não permitiram nenhum traço de bom senso.

Sem julgamento ou rótulos, OK? Quem nunca entrou numa fria por falta de juízo? Pode até não ter sido neste tema, mas quem nunca errou que atire a primeira pedra, não é não?

Bem, chegam no motel que ela não ia há anos, o ambiente convidativo, uma bebidinha, anos na seca, começa o rala e rola. O que acontece? Não, não é o que você imagina! O infeliz sofre um infarto! Isso mesmo, ataque do coração antes de consumar o ato…se ainda tivesse sido depois, vá lá que seja!

Ela abre a carteira do dito cujo, não tem carteirinha de convênio, nem cartão de débito, nem de crédito e apenas uma cédula de R$ 50,00. Ops, pega o celular dele, afinal tem que chamar alguém da família. Aparelho travado.

Um corre-corre danado, ela em desespero, chama ambulância e leva para onde? O pai dela havia falecido há cerca de 10 anos e ela conhecia bem o Hospital Santa Cruz, relativamente perto de onde estavam.

Entra a ambulância fazendo o maior alvoroço no estabelecimento do prazer – deve ter atrapalhado a performance de vários casais – temos que convir que é algo inusitado uma sirene dentro de um motel.

Ela vai com o cara para o hospital. Infarto, cateterismo, angioplastia, UTI. Quando enfim conseguiu ver o acamado, descobre que ele não tem família, não tem dinheiro, nem lenço, nem documento.

Dias depois, ao receber alta, o médico chama minha amiga, a “suposta” esposa e dá orientações bem claras. Ele não pode viajar por quinze dias. Repouso absoluto. Como assim? Aonde fica? Na casa dela com os filhos adolescentes, claro! Até hoje não consegui concatenar as ideias e entender o que ela explicou aos pimpolhos.

Pois é. Levou a criatura para casa que ficou durante uma longa e interminável quinzena. Ele se recuperando deitado em sua cama de casal e ela no sofá da sala. Ele com direito a café da manhã, almoço e jantar.

Se a história já é um capítulo à parte no conto dos absurdos, resta uma questão de extrema importância: se o ser humano não tinha convênio, não tinha dinheiro, nem cartões de crédito, quem pagou a conta do hospital? Quem quase teve um infarto fui eu quando ela revela o ápice da surrealidade, seu ex-marido bancou as despesas hospitalares!

O infartado jurou que iria devolver o dinheiro. Faz 12 anos, 4 meses e 28 dias.

Infarto no motel? É o cúmulo do azar, concorda?

Leia mais:

Churchill: as 96 horas que antecedem o importante “Dia D”
O dia em que percebi o primeiro último dia da minha vida

Marot Gandolfi

JORNALISTA, EMPRESÁRIA, AMANTE DE GENTE DIVERTIDA E DE CACHORROS COM LEVE QUEDA PARA OS VIRALATAS.

2 Comentários
  1. Não sei se é um conto. Mas é uma situação muito plausível e fácil de acontecer, não com um desfecho tão dramático e inusitado! Todo cuidado é pouco!

  2. Ótima história é ótimo texto Marot!!! Proponho uma campanha de Dominiques para irmos atrás dele!!!

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Churchill: as 96 horas que antecedem o importante “Dia D”

Dominique - Churchill
Churchill é mais um filme que aborda parte da biografia marcante do ex-Primeiro-Ministro britânico Winston Churchill. Brian Cox, que precisou ganhar 10 quilos para viver o protagonista, tem atuação bastante competente na pele desse complexo e forte personagem da história mundial.

Winston Churchill foi eleito o britânico mais importante de todos os tempos em uma votação feita pelo BBC, o ex-Primeiro-Ministro inglês ficou na frente de nomes como Princesa Diana, Charles Darwin, Willian Shakespeare e John Lennon. Mesmo com importância grande na 2ª Guerra Mundial, Churchill foi, além de cultuado, também desacreditado. Uma figura bem polêmica.

Churchill, líder do governo britânico durante a 2ª Guerra, filiado ao Partido Conservador Britânico, além de laureado pelo Nobel da Literatura em 1953 – os seus discursos realmente impressionavam.

A preparação dos discursos, a procura pela palavra mais precisa, ou ainda, o jeito que ele olha e fala com a futura secretária, ela que demonstra uma admiração grande, evidenciando a capacidade de penetração e a importância dele para a nação.

Dirigido pelo canadense Jonathan Tepliztiky e com roteiro assinado por Alex Von Tunzelmann, o longa sobre o ex-Primeiro-Ministro dos britânicos se passa durante os últimos quatro dias que antecedem o icônico “Dia D”, no qual as forças aliadas realizaram a operação que lhes permitiu a entrada na praia da Normandia e, a partir daí, a tomada da França das forças nazistas.

O longa não se propõe a fazer uma biografia exaustiva dele. Há um claro recorte que envolve as decisões do “Dia D”. Foca-se como Winston Churchill (Brian Cox) estava resoluto nos ideais e era considerado um velho ultrapassado por uns e ainda idolatrado por outros. Além de abordar as relações pessoais dele, especialmente com a esposa Clemmie Churchill (Miranda Richardson).

Dominique - Churchill

Inicialmente Churchill demonstra receio em relação à operação Overlord, como foi chamada, levando em conta o alto risco representado às milhares de tropas que desembarcariam no “Dia D”.

Churchill era perfeccionista e muitas vezes andava de cara feia de um lado para o outro, fumando seu inseparável charuto, despejando suas insatisfações ao não seguimento de suas idéias entre todos que o cercavam.

As atuações são o ponto forte do longa. O protagonista, Brian Cox, cria um personagem carismático e espontâneo, um Churchill incrivelmente sedutor. A composição desse personagem é perfeita. Beira à caricatura, mas condiz com os traços exagerados do personagem real. A câmera o busca com closes que facilitam para o público ver os pequenos movimentos labiais e um olhar que hipnotizam. O andar dele também merece uma atenção, além das alternâncias entre vigor e fragilidade.

Miranda Richardson cria um personagem (Clemmie) que mesmo aparecendo em momentos oportunos cresce mais que o texto.

David Higgs, diretor de fotografia, pincela quadros, com tons frios e iluminados, colocando uma dose de idealismo por detrás das imagens que não soa exagerada, desmedida. Ele instala com simplicidade e discrição retratos heróicos e de exaltação a partir da fotografia, além de dar um ritmo ao longa que reproduz bem a angústia de um senhor exausto prestes a realizar sua operação militar mais importante.

Mostrando mais os bastidores da guerra, a visão política e militar dos que não vão para a frente da batalha, Teplitzky consegue dar um bom ritmo à história até mesmo no primeiro arco, não tão inspirado.

Winston como era chamado por muitos que o acompanhavam, dono de uma personalidade forte e trejeitos únicos será personagem central de outro filme, O Destino de Uma Nação, com lançamento previsto para 2018 e com Gary Oldman no papel principal.

Com boas atuações, boa fotografia e momentos interessantes ao longo de sua trama – afinal é sempre intrigante ver Winston Churchill na telona ou na telinha.

Sem dúvida um bom entretenimento!

Churchill está disponível na Netflix para que você não precise ir ao cinema nesse corrido fim de ano, aliás, como todos.

UPDATE: O Netflix tirou o filme de catálogo esta semana gente!!! Sinto muito. Porém está disponível no Now! Sem desculpa para não assistir agora.

[fve]https://youtu.be/VSFzA97tQp8[/fve]

Leia mais:

Um Contratempo: um suspense como há muito tempo não se via
Com Amor, Van Gogh: uma declaração ao criador e à Arte

1 Comentário
  1. Estou impressionada com os posts sobre cinema. Vocês falam sobre todos os filmes que vejo! Posso mandar sugestões?
    Beijos e feliz ano a todas!

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