É uma situação que tem se repetido cada dia com maior frequência. Outro dia meu filho acordou tarde e me perguntou se ainda tinha café. Respondi sem pestanejar: Claro que não vi seu boné, menino! E não é só em casa. No trabalho alguém passou avisando que a reunião ia ser no final do dia. Reclamei: Poxa, meio-dia! Tinha combinado de almoçar com uma amiga…É trágico. E é cômico. Mas é trágico quando acontece duas vezes na mesma semana…
Como é difícil a interação de quem escuta pouco com as pessoas! Digo isso por experiência própria. Além de uma mãe quase surda, eu comecei a sentir que a minha audição já não é mais a mesma. É e algo corriqueiro viu? Que acontece com a maioria das pessoas.
O processo não costuma ser repentino. Mas a gente nem percebe. E aí, de repente, começa a trocar alhos por bugalhos.
Pode acontecer em qualquer idade, mas piora com o passar do tempo pelo envelhecimento natural das células. Também pode ser hereditário, como no meu caso.
Fala mais baixo!
Só me dei conta que havia herdado esse problema quando comecei a gritar ao telefone. Alguém me pediu para falar mais baixo e fiquei tão constrangida que perdi o rumo da conversa. Também pudera!
Na boa, o jeito é rir da coisa toda. Afinal, canja de galinha e bom humor não fazem mal a ninguém. E por falar em humor, quem não se lembra da personagem icônica da televisão brasileira, a Velha Surda, criada pelo humorista Roni Rios? O quadro era baseado nas incompreensões e entendimentos equivocados da Velha Surda na interação com seu amigo Apolônio.
Eu levo na brincadeira mas eu tenho de confessar. Dá vergonha! Se eu perco a paciência comigo mesma, imagina os outros que têm de lidar com a MINHA dificuldade. O que me consola é saber que faz parte da trajetória de vida e eu não estou só!
São mais de 15 milhões de pessoas no Brasil na mesma situação. E não para por aí não. É um problema mundial!
O mundo está muito barulhento
O ruído a que estamos expostas está deixando todo mundo surdo. É progressivo e um caminho sem volta. Qualquer barulho acima de 85 decibéis é prejudicial à saúde. Um quadro que leva a traumas imperceptíveis até aparecer o popular zumbido.
O importante é detectar cedo e buscar ajuda. Sem vergonha de ser feliz. Se diagnosticada logo e a depender da causa, existem vários tratamentos. Mesmo que não se consiga curar, pode-se amenizar ou compensar a perda natural. E as novas tecnologias ajudam muito nesse processo.
Hoje os aparelhos (benditos!!!!) de amplificação sonora individual estão muito avançados e estão cada vez menores e mais discretos. O mais importante é aceitar a nossa condição. Seja ela qual for: surda, cega, muda…Bem, muda eu já não sei se aguentaria! Rsss
Precisoooo falar!
Mas oh, eu fiz um teste para te ajudar a identificar se há qualquer probleminha com a sua audição. Dá uma olhada! Se você marcar mais de três que tal procurar um otorrino para fazer um exame?
1. Não conseguir mais entender direito o que a outra pessoa diz.
2. Achar que o outro está falando muito baixo.
3. Necessidade de aumentar o som da TV ou rádio porque acha que está muito baixo o volume.
4. Dar respostas erradas porque não entendeu nada do que a outra pessoa disse.
5. Pedir para repetir com muita frequência o que a outra pessoa acabou de falar várias vezes.
6. Não conseguir ouvir sons que todo mundo da sua casa consegue ouvir.
7. Surgimento de zumbido no ouvido.
8. Ouvir, mas não entender o que as pessoas falam.
9. Se isolar por que não escuta mais nada do que as pessoas falam.
Estágio 8 otorrino indicação aparelho auditivo moderno minúsculo mesmo assim desconfortável caríssimo só uso quando saio de casa fora isso continuo”o que disse não entendi” chateada envergonhada me desculpe mas um saco